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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

COMPARTILHANDO COM OS AMIGOS

Por José Bezerra Lima Irmão

Quero compartilhar com os amigos e amigas os comentários feitos pelo grande estudioso do cangaço 

Antonio José de Oliveira, Dr. Archimedes Marques e Guilherme Machado

ANTÔNIO JOSÉ DE OLIVEIRA a respeito do meu Lampião – a Raposa das Caatingas, publicado no prestigioso Blog do Mendes & Mendes, de Mossoró (RN), o mais lido blog de assuntos do cangaço, acessado por internautas de todo o mundo. 


A resenha tem o título CANGACEIRISMO: UM FENÔMENO SOCIAL DE CONSTRANGEDORA REALIDADE. 

Acesse por favor este link:


Fonte: facebook

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Luiz Gonzaga - Entrevistas.- Parte I

Por Antonio Morais

Por toda semana vindoura estarei postando algumas informações do Luiz Gonzaga: Sua historia, o começo, como conheceu os compositores Humberto Teixeira e José Clementino, o poeta bom do Boi do Banco. Farei em homenagem ao centenario do Rei do Baião.

Luiz Gonzaga e José Clementino

CURIOSIDADES DO ZÉ CLEMENTINO:

Era comum encontrar José Clementino do Nascimento, numa mesa, escrevendo as letras e suas composições, cantando a música acompanhando batendo numa caixa de fósforo, entre um drinque e outro. José Clementino entregava a música pronta, completa, letra e música para o intérprete.

Luiz Gonzaga, sempre aparecia como parceiro tanto da letra como da música, mesmo sabendo que não tinha a menor participação. Mas, não há registro de que o José Clementino se aborrecesse com este fato.

Em "Eu sou do Banco" foi substituída uma palavra por outra para evitar a repetição: 

"É aí que o gado berra, o gado berra que o vaqueiro está mentindo". 

Substituiu-se o primeiro berra por emperra e ficou: 

"É aí que o gado emperra, o gado berra que o vaqueiro está mentindo".

Já na Música "Aí não deixo não" foi a censura mesmo: 

Aí não, aí não deixo não, Se você botar aí vai ser grande a confusão. 

Ficou então:

"Se você beijar aí vai ser grande a confusão".

Esta parte eu estava presente com o Lindu do Trio Nordestino na hora que a música lhe foi apresentada, foi levantada esta questão.

Acompanhe as entrevistas nas próximas postagens.




Título: Amor da Minha Vida Artista: Luiz Gonzaga Album: Acervo Raul Sampaio - Gravações Originais Ano: 1960 Sequencia: 068 Gênero: MPB Compositor: Raul Sampa...

Fonte: - Andanças e Lembranças - Osvaldo Alves.


Fonte: facebook
Página: Antonio Morais

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LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS

Por Antonio José de Oliveira

Na realidade Pesquisador Mendes, o livro LAMPIÃO: A RAPOSA DAS CAATINGAS oferece total segurança nas informações, por ser fruto de um trabalho minucioso e didaticamente perfeito, realizado em profundidade durante onze anos de pesquisa.


Posso afirmar sim, uma vez que tive o prazer de lê-lo por completo. O autor desenvolveu uma ampla pesquisa de campo, além da bibliográfica e documental. 

Autor deste livro José Bezerra Lima Irmão e o escritor João de Sousa Lima

Não conheço pessoalmente o Bezerra Lima, mas pelo que pude interpretar na leitura do seu livro, trata-se de um escritor que, na medida do possível buscou a "verdade verdadeira". Acredito Mendes, que esta segunda edição irá logo desaparecer das prateleiras das livrarias, e ele terá que partir para uma TERCEIRA ETAPA.

A 2ª edição continua sendo vendida através dos endereços abaixo:

josebezerra@terra.com.br
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 
Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   lampiaoaraposadascaatingas@gmail.com 

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

http://araposadascaatingas.blogspot.com.br 

Atenciosamente,
Antonio Oliveira - Serrinha

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Criminosos célebres: LUCAS DA FEIRA

Material do acervo do pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas

Em "Festas Populares do Brasil" de Alexandre José de Melo Moraes Filho, poeta, prosador e historiógrafo, recebeu o título Magnum opus  nessa obra e em mais duas Cancioneiro dos ciganos e Os ciganos no Brasil, pode ser encontrado e copiado, no site do Senado Federal através de seu Conselho Editorial, que no ano de 2002 dispôs a publicação em Adobe Acrobat (PDF) com 384 páginas onde na página 310 encontramos esse valioso relato a respeito do famigerado bandido que assolou o recôncavo baiano.

O artigo Lucas da Feira foi escrito pelo médico e historiador baiano, Alexandre José de Melo Moraes Filho (1844-1919), onde foi contemplado no livro "Festas e Tradições Populares do Brasil", prefaciado por Sílvio Romero (1851-1914) e publicado em 1901.

O autor, Alexandre José Melo Moraes Filho nasceu no dia 23 de fevereiro de 1844, na cidade de São Salvador, capital baiana,  onde efetuou seus estudos preliminares. Mudou-se para o Rio de Janeiro e matriculou-se no Seminário Católico de São José, pensando quando jovem, adentrar à vida eclesiástica.

Voltando à terra natal, em 1867, quando desistiu de ser padre mas  por motivos particulares voltando novamente ao Rio de Janeiro, indo morar numa república de estudantes. Eram tempos difíceis onde à época outros jovens desenvolviam jornalismo e literatura, e entre eles, Castro Alves.

Recebeu um convite para dirigir O Eco Americano, periódico ilustrado, editado em Londres. Na Bélgica, fez o curso médico e ao retornar ao Brasil, dedicou-se ao jornalismo.

Publicou: Cantos do Equador; Ciganos no Brasil; Curso de Literatura Brasileira; Festas Populares do Brasil; Cancioneiro dos ciganos; Paraíso Brasileiro; Fatos e Memórias; Cantares; Saraus e Serenatas; Artistas do meu tempo, entre outros.

Vamos então ao relato que faz na página 310 do livro "Festas Populares do Brasil":

Na galeria dos criminosos célebres, ocupa esse facínora, no Brasil, um dos pontos mais culminantes.

Nasceu Lucas na fazenda do Saco do Limão, na província da Bahia, e era escravo de uma Dona Antônia, rica proprietária na Feira de Santana.

Por morte desta senhora, passaram os seus bens a seu sobrinho o padre João Alves Franco, que recebera, com os avultados cabedais da terra, escolhida escravatura, de que fazia parte o molecote Lucas.

Na idade de 20 anos, o padre seu senhor mandou-o aprender o ofício de carapina, e nessa aprendizagem fugia a miúdo, voltava apadrinhado, até que, perdendo o medo, deixou de procurar padrinho, e começou a assaltar e roubar no mato e nas estradas, matando a quantos lhe resistiam.

Os dias prediletos para as suas violências e assassinatos eram as terças-feiras e depois as segundas – dias de feira no lugar – por isso que nessas ocasiões o povo que vinha à cidade tratar de negócios crescia muitíssimo de número.

Assentando destarte a sua tenda de salteador na Feira de Santana, a ele se foram associando vários escravos fugidos, que formaram a assombrosa quadrilha de que Lucas era o chefe horrendo e pavoroso.

O Dr. Vicente Ferreira Alves dos Santos, primeiro juiz letrado do termo, durante o seu exercício, fez o mais que pôde para prender Lucas, tendo destacado, além da força de polícia, algumas praças de cavalaria, que, ao reclamo dos assaltados ou a qualquer notícia, se guiam e voltavam sem nada conseguir, embora auxiliados por caboclos daPedra Branca, rastreadores habituados e de ouvidos exercitados.

Repetidas vezes, por essas diligências frustradas, prendiam e açoitavam, nas grades da cadeia, um primo e parceiro de Lucas, supondo-se existir correspondência entre ambos, e daí secreto aviso.

O Dr. Vicente Ferreira Alves assistiu à execução das sentenças de morte na forca a que foram condenados os escravos Flaviano e Januário, salteadores da referida quadrilha.

A guarda negra de Lucas arregimentava cerca de trinta indivíduos, negros e mulatos, todos escravos de senhores-de-engenho e de pequenos lavradores.

Nicolau, em uma noite de terça-feira, com Lucas, na estrada da Lagoa Salgada, assaltando um grupo que voltava da Feira para casa, foi morto a tiro, e com ele uma preta sua companheira no crime.

Os assaltados cortaram a cabeça do malfeitor, e na manhã seguinte entraram com ela fincada em um pau pelas ruas da cidade.

Por ordem da autoridade, o cirurgião José Maria Soares de Melo extraiu-lhe o encéfalo, salgou-a, e em um poste, no Campo do Gado, no lugar onde se levantara a forca, ficou exposta ao público.

Nessa tarde entraram na povoação os dois cadáveres às costas de um animal, sucedendo-se ao corpo de delito dar-se sepultura à negra e entregar-se o corpo de Nicolau à populaça infrene, que, depois de arrastá-lo pelas ruas, lançou-o em uma enorme fogueira, que o reduziu a cinzas.

O delegado suplente que então servia, participando a ocorrência ao Governo, foi severamente repreendido pelo chefe de polícia, por ter consentido em tamanha selvageria.

O negro salteador contava em seu grêmio foragidos resolutos, baluartes resistentes aos embates da luta e do imprevisto.

Da árvore, a cuja sombra erguia a sua tenda, desenrolava-se uma rede de cipós em várias direções, uma espécie de telégrafo, que transmitia, por meio de convenção prévia, avisos e notícias.

Lucas era um bandido de maior estatura que Pedro Espanhol, cometeu mais de cento e cinqüenta assassinatos, roubou com mais afoiteza, os defloramentos por ele praticados foram inúmeros.

Na estrada e nos assaltos às fazendas ele e os seus matavam homens, crianças e mulheres, e a algumas destas depois de aviltá-las com as suas torpezas.

Às vezes, satisfeitos os seus brutais desejos, as deixavam nuas, untadas de mel do tanque, amarradas a um tronco de árvore, até que morriam de fome e de mordeduras de insetos.

A terrível quadrilha infestava muitíssimas estradas ao sul, a da Cachoeira e Santo Amaro; ao norte, a de S. José, Canavieiras e S. Vicente; a leste, Lagoa do Furno, Registro e Lagoa Salgada; a oeste, Jacuípe, Catumbi e Pedra do Descanso.

Em algumas entradas no mato a polícia e a força de linha conseguiam prender um ou outro do bando, que subia à forca sem remissão nem agravo. Flaviano e Januário assim acabaram.

Diariamente marchavam contra os facínoras pessoas armadas, e dispostas aos riscos da aventura, caindo morto por bala o salteador que resistia isolado ou que não as tinha pressentido.

Lucas e os seus sequazes assassinavam autoridades, cargueiros, viajantes, portadores de diamantes e dinheiro, sabendo de véspera o itinerário dos indivíduos e de quanto levavam consigo.

A acreditar-se em boatos, o salteador da Feira distribuía o que roubava com alguns negociantes da cidade e altas influências políticas, motivo por que escapava às tocaias e esperava certeiro os comerciantes em trânsito, conduzindo por mais de vinte anos uma vida de roubo, de devastação e de assassinatos.

De uma feita sendo mortos na vila do Tucano o juiz municipal Dr. Procópio e oito pessoas daí, mais o chefe de polícia Dr. Francisco Gonçalves Martins (depois Barão de S. Lourenço) teve de seguir para o local do crime a fim de sindicar o fato e instaurar processo.

Na Feira de Santana, por onde passou, demorou-se poucos dias, dando providências sobre uma outra morte – a de Firmino Ferreira Sarmento, e sobre o meio prático de se prender Lucas.

Neste sentido mandou afixar editais e publicar pela imprensa que o Gover no daria quatro contos de réis a quem o fizesse.

E Lucas, apesar de espionado e perseguido, prosseguia temeroso e indômito em sua carreira.

Lucas era a figura do Diabo. Contam-se dele tantos casos, narram-se a seu respeito tantas legendas, que encheriam volumes.

Uma ocasião, um negociante, que ia para a Feira, meteu por prevenção o dinheiro, que levava, dentro da gravata e pequena quantia no bolso, que era para Lucas, como ele di zia.

Na estrada, Lucas sai-lhe ao encontro e obriga-o a entregar o que trazia, ao que o viandante sem réplica acedeu, franqueando-lhe as algibeiras.

O salteador, mirando-o de cima abaixo, saqueia-o e, apenas o manda embora, fá-lo voltar.

– Meu ioiô, disse Lucas, dê a seu negro essa gravata, se não morre.

O pobre homem, que supunha-se escapo com a vida e a fortuna, não hesitou um instante, desatou-a e entregou desconfiado, assustado.

Por vezes, enfrontando no sertão com o padre seu senhor, tomava-lhe a bênção, pedia-lhe rapé e deixava-o ir seu caminho.

Dizem os velhos que Lucas tivera um remorso: – o de haver assassinado uma rapariga de 15 anos, a quem desvirginara e, enterrando-a na floresta, aconteceu que passando por perto na manhã seguinte, viu levantar-se da cova uma nuvem de pássaros, que foram cantando perder-se no além.

O negro e a sua quadrilha, depois do prêmio oferecido, não contavam com um momento de trégua, capitães-do-mato, rastreadores, soldados, gente do povo, enfim, seguiam-lhe no encalço, desafiando mais as represálias do bando.

E os assaltos aos engenhos e aos viajantes, o roubo de gado e de bagagens, os cadáveres apodrecidos nas árvores reproduziam-se sem termo, ativando esses crimes a vigilância e sagacidade do chefe de polícia e das autoridades locais, que não se poupavam a todas as diligências.

Do Aljube da cidade, Cazumbá, compadre de Lucas e réu inafiançável, evadira-se e batia as matas.

Na sua existência errante e sobressaltada, garantia dar cabo do salteador da Feira, uma vez que, com os quatro contos prometidos, lhe fosse oferecida a absolvição dos delitos.

Esta notícia espalhando-se, as autoridades da província tomaram conhecimento do fato e fazendo vir à sua presença Cazumbá, ficou o ajuste assentado sob a palavra do Governo e a resolução do bandido.

Daí por diante a estrela de Lucas começou a ser-lhe funesta. Cazumbá, acompanhado de Marcelino, a quem se associou, meteu mãos à obra, levando dias e noites à tocaia de Lucas.

Atravessava florestas, transpunha vales e serras, embarcava em diferentes lugares, pondo-se-lhe à pista, até que, na tarde de segunda-feira, 24 de janeiro de 1848, emboscado em uma das picadas da Pedra do Descanso, percebeu o facínora armado de clavinote, que passava ao longe.

E Cazumbá disparou-lhe um tiro...

A bala, fraturando-lhe o braço direito, não o impediu de escapar, de embrenhar-se nas selvas, deixando após si um rastro de sangue.

Avisados, incontinenti, subdelegados, delegados, juízes de paz e inspetores de quarteirão, partiram todos, seguidos de tropa, em busca do esconderijo de Lucas, porém inutilmente.

Em caminho, viram cadáveres putrefatos, indivíduos amarrados e seviciados, uma moça branca enleada contra os espinhos de um pé de mandacaru, baús, alfaiais da igreja de Brotas, e objetos roubados, nas clareiras do mato.

Frustrada a diligência, no declínio das esperanças, quando já se haviam perdido muitas jornadas em busca do salteador baleado, acudiu a alguém a ideia de mandar chamar o negro Benedito, amigo de Lucas e salvo-conduto dos viajantes da Cachoeira à Feira de Santana, para dar conta dele.

Depois de ameaças e promessas, Benedito comprometeu-se a indicar o pouso, e, seguindo à frente, puseram-se em marcha autoridades e tropas, Cazumbá e Marcelino, que o prenderam em uma furna onde era pensado por uma rapariga, tornando-se para isso necessário que lhe dessem outro tiro.

A ferocidade do negro, apesar de ferido e pilhado, era inaudita. O fato passou-se pela madrugada.

E às sete horas da manhã, em uma rede gotejante de sangue, chegou Lucas aos Olhos-d’Água, afluindo para vê-lo inúmero povo.

Às oito horas entrou na cidade, onde a população o teria linchado se não fosse a numerosa guarda de baioneta calada, que o protegia.

Por três dias o prazer e as festas tornaram-se indescritíveis: girândolas de foguetes, repiques de sino, embandeiramento das ruas, luminárias à noite, passeatas, tocatas de violão, etc.

Na cadeia da capital, para cuja prisão foi removido, amputaram-lhe o braço, e respondendo ao júri que o condenou à pena última, subiu à forca em setembro ou outubro de 1849.

Lucas tinha mais de 45 anos de idade. No alto do patíbulo fez uma fala ao povo, pediu perdão e na forca ou na prisão – jamais comprometeu pessoa alguma.

Note-se que, como dissemos, Lucas não roubava para si. E a esse respeito possuímos documentos de grande valor. 

Naquele malfeitor, entretanto, naquela monstruosidade humana, dois sentimentos bons conservaram-se – a gratidão e a caridade.

O cruel salteador da Feira nunca ofendeu a quem lhe fizera ao bem, e era o socorro ignorado de muitas famílias pobres que viviam de suas esmolas.

Além do prêmio da traição, Cazumbá recebeu presentes de dinheiro do comércio da Cachoeira, da Feira de Santana, de Santo Amaro e da Bahia.

É estilo no Norte os acontecimentos notáveis serem cantados pelos Homeros populares: as façanhas do Lucas estavam neste caso.

Do muito que produziu a poesia anônima do tempo, o ABC do Lucas é a mais original e característica.

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O MAIS NOVO LIVRO SOBRE O CANGACEIRO JARARACA

Por Marcílio Lima Falcão

Sinopse - Jararaca - Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró - Marcílio Lima Falcão.

Jararaca: Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró historiciza a construção das memórias sobre a santificação do cangaceiro Jararaca, morto na noite de 19 de junho de 1927, no cemitério São Sebastião, em Mossoró, pela força policial que o escoltava para Natal, capital do Rio Grande do Norte. A interpretação é realizada por meio da análise da documentação dos jornais O Mossoroense, O Nordeste e O Correio do Povo, da análise de obras com narrativas a respeito da morte de Jararaca, da importância dos lugares de memória como espaços de conflito e das falas dos devotos que visitavam o túmulo de Jararaca no dia de finados. Procura-se compreender as formas de circulação, apreensão e ressignificação das memórias sobre a santificação de Jararaca.

Jararaca - Memória e esquecimento nas narrativas sobre um cangaceiro de Lampião em Mossoró - Marcílio Lima Falcão.

Autor: Marcílio Lima Falcão
Adquira logo este através deste e-mail:limafalcao34@gmail.com
Valor: R$ 
35,00 (incluso a postagem)
Banco do Brasil
Agência: 
3966-7
CC – 
5929-3
Marcílio Lima Falcão

Marcílio Lima Falcão é professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), mestre em História Social pela
Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente faz doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP).
Suas principais áreas de pesquisa são a História Social da Memória, Religiosidade e Movimentos Sociais no Brasil Republicano.

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"DOMINGUINHOS, O NENÉM DE GARANHUNS"


O livro "DOMINGUINHOS, O NENÉM DE GARANHUNS" de autoria do professor Antonio Vilela de Souza, profundo conhecedor sobre a vida e trajetória artística de DOMINGUINHOS, conterrâneo ilustre de GARANHUNS, no Estado de Pernambuco.
Adquira logo o seu através deste e-mail:
incrivelmundo@hotmail.com
R$ 35,00 Reais (incluso frete)
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O CABO MILITÃO

Material do acervo do pesquisador Adriano Pinheiro

Foi uma tarde pressaga aquela em que na fazenda “Corituba”, de Sergipe, Ezequiel, irmão de Virgolino, com este se desaveio e o desafiou para uma luta, a punhal, injuriando-o com os epítetos de cego frouxo, fazedor de mal a moças donzelas, ladrão de beira-de-estrada, dador de surra em homem desarmado e cabra covarde que só tem fama por via dos companheiros… Devido à oportuna intervenção de Corisco e de Pai Velho, um duelo fratricida se não verificou. Mas, desde esse dia, Lampião passou a se mostrar taciturno e se tornou ainda mais irascível e cruel. O olho direito, que ele tem cego e esbranquiçado, estava sempre lacrimoso e isso neurastenizava e enfurecia o celerado.


Por outro lado, Virgolino sentia que a maioria do bando não recebera bem a sua decisão contra Corisco, no incidente deste com Volta Seca. Fôra o caso que, dias antes, estando Volta Seca a torturar uma pobre velha, cujo rosto já arranhara com o punhal, Corisco o repreendeu e, como o perverso insistente na sua maldade, Corisco pespegou-lhe uma bofetada que o atirou, desacordado, ao chão. Virgolino metera-se entre os dois, mas desgostara Corisco, em lhe não reconhecendo razão. Só por estarem atropelados mui de perto pela polícia, os cangaceiros não se separaram, fragmentando o grupo. Tais ocorrências obrigavam Virgolino a procurar escaramuças que dissiassem o mal-estar que ensombrava os ânimos da malta. Fazia-se mister que a luta novamente os solidarizasse.

A 29 de junho do ano passado, quando todo o sertão baiano guardava, tranquilo e feliz, o dia onomástico de São Pedro, Virgolino, a três léguas do arraial Várzea da Ema, do município de Curaçá, assaltou a fazenda “Formosa”, de propriedade do Cel. Petronilo Reis. Aí incendiou duas casas e, afora outras depredações, matou, a faca, três vacas de leite e cento e sessenta e oito (168) ovelhas que encontrou presas num curral. Em seguida, fez juntar grande ruma de esterco, empilhou sobre ela as reses e lanígeros abatidos e ateou fogo ao sinistro montão de animais sacrificados. Por muitos dias um cheiro nauseabundo de carnes podres e queimadas empestou as redondezas da fazenda reduzida a ruínas.

Após a selvajaria desses desatinos, Lampião partiu com o seu séquito, declarando na fazenda “Curundundu” que ia desgraçar a vila de Uauá. Então, perseguia-o mais de perto a volante comandada pelo Tenente Arsênio Alves de Sousa. Verdadeira marcha batida, em a qual, sem descanso, os cangaceiros venceram trinta e uma léguas e a polícia vinte e quatro.

Foi assim que Lampião logrou escapar aos que se lhe haviam escanchado no rastro: perto da fazenda “Lagoa Escondida”, numa bifurcação da estrada, rumou para a direita, indo pernoitar a 30 de junho, em Poço de Fora, iludindo, pois, o contingente policial que prosseguiu pela esquerda, a fim de entrar pelo lado sul de Uauá.

Auxiliado por sequazes incorporados à sua alcateia em território baiano e perfeitos conhecedores da região, Virgolino novamente deu às de vila-diogo na madrugada de 1° de julho, empreendendo um raid ainda mais exaustivo e ousado. Egresso das caatingas e grotões, o bandoleiro-fantasma teve a audácia de voar sobre Itumirim, onde chegou ao lusco-fusco do dia 2, depois, em trinta e seis horas, haver vencido quarenta e cinco léguas! Aí reduziu a cinzas a estação ferroviária, cortou as comunicações telegráficas com a localidade, bebeu à farta e tentou formar um samba na casa da… Escola Pública. Mas, medroso de uma surpresa dos seus perseguidores, arribou logo mais e foi refugiar-se, durante o resto da noite, na Serra dos Morgados. O dia 3 assinalou o seu assalto à fazenda “Piabas” e o seu pernoite no lugar “Buraco d’Água”.

Coincidiram tais fatos com a fuga de cinco soldados criminosos, recolhidos à cadeia de Bonfim. Esses fugitivos, em bilhete irônico e malcriado que deixaram ao Capitão José Galdino, avisavam que se iam reunir a Lampião.

Em atividade, no encalço dos detentos foragidos, a manhã de 4 de julho veio encontrar os destacamentos da zona.

Procedentes de Campo Formoso, o Cabo Antônio Militão da Silva e os Soldados Pedro Santana, Cecílio Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva pararam em Brejão de Dentro e ali aguardaram a chegada de outros companheiros, por ser aquele o ponto combinado de junção das forças.

Como devessem dali ingressar na região de Gruna, penetrando em lugares insidiosos e de penoso acesso, “lugares esquisitos”, como eufemicamente por lá se diz, os soldados abandonaram as armas e aproveitavam o tempo de espera, escrevendo bilhetes para suas famílias em Campo Formoso, dando-lhes conhecimento da direção que iam tomar. Estavam todos no interior da residência de Alfredo Monteiro e, fora, o Cabo Militão consertava os loros de uma montaria. Seriam onze horas da manhã.

Em dado momento, Militão avistou longe, na estrada, diversos homens armados e avisou: – Lá vêm nossos camaradas! E continuou, despreocupadamente, no reparo dos arreios. Também as praças não tiveram a curiosidade de ver quem era que se aproximava. A estrada faz uma curva fechada e vem desembocar abruptamente junto à casa, motivo por que Militão logo perdeu de vista os indivíduos que julgou serem soldados.

De súbito, o troço aparece. Num ápice, saltam das selas Lampião, Volta Seca, Ezequiel, Pai Velho, Corisco, Arvoredo, Moderno, Esperança, Moirão, Gato, Pernambuco e Labareda. Virgolino já está intimando o Cabo Militão:

- Se prepare, cabra, se prepare pra apanhar!

- PRA APANHAR, NÃO, QUE EM HOMEM NÃO SE DÁ: – HOMEM SE MATA!

- Apois, então, tire a cartucheira, que é pra não melar de sangue!

Mas não findara o curto diálogo entre Virgolino e Militão e já Volta Seca desfechava neste um tiro de Parabellum no ouvido.

Com o estampido, acorrem os soldados, atordoados e sem os fuzis, e são recebidos por uma saraivada de balas, quase a queima-roupa. Um deles tomba, tendo como arma nas mãos a caneta com que inconscientemente estava a mandar o derradeiro adeus à família. Outro, o único que logo não caiu, baleado que fôra ligeiramente num braço, retrocede à casa e procura refugiar-se numa alcova. Cerrada descarga atravessa a porta, prostrando-o morto pelas costas. Muitos outros disparos alvejam ainda os moribundos, um dos quais escabuja e é sangrado. Esse infeliz chegou a receber no corpo nove balas. Tudo isso não durara mais que instantes.

A horda penetra na casa e Lampião, não saciado, indaga se não resta escondido por ali mais algum macaco do gunvêrno. Alfredo Monteiro responde negativamente e implora compaixão para si e para os seus. Lampião grita-lhe que nunca mais dê rancho a macaco e volta ao terreiro. Dá um pontapé no cadáver de Militão e arranca-lhe do braço as divisas de cabo, presenteando uma das fitas a Moderno e outra a Arvoredo. Este lastima que nenhum dos mortos usasse bigode comprido: é que ele queria torar e amarrar na fita, mode enfeitar o rabo do cavalo em que vinha montado… Ezequiel vasculha os bolsos dos soldados. Tal busca de dinheiro resulta infrutífera e o miserável desanda na torpeza duns insultos pornográficos.

Estarrecido, o dono da casa pergunta que deve fazer com os cinco cadáveres. Virgolino sacode os ombros:

- Querendo, enterre; não querendo, deixe os urubus comer!

Pai Velho saúda com uma risada o dito de sarcasmo do chefe feroz.

Lampião pede cachaça, cachaça muita que dê pra ele e a “rapaziada” festejarem a caçada do dia.

Alfredo Monteiro, receoso de ter de testemunhar nova chacina, adverte que outra força de polícia está a chegar. Virgolino exalta-se e deixa a esses policiais um recado obsceno. Depois, olha raivosa e tigrinamente as suas cinco vítimas e ordena a Alfredo Monteiro que enterre os peste todos numa cova só, sob pena dum ajuste de contas em regra, noutra visita inesperada. Alfredo Monteiro promete que assim fará e pede licença para ir buscar a aguardente. Lampião diz que não quer mais…
Todo o grupo torna a montar.

Nisso, o soldado Cecílio Benedito, nos últimos estertores, bole ligeiramente com um pé. Lampião observa o movimento e saca, de novo, a pistola:

- O diabo deste “macaco” inda está se mexendo? Macaco mexeu, quer chumbo…

E, mesmo montado, desfecha-lhe um tiro na cabeça, que lhe arranca parte do frontal.

E esporeando as alimárias, a cantar alegremente o “É lampa… é lampa…”, os Cavaleiros do Crime galopam, fugindo pusilânimemente a um encontro com os policiais esperados.

Quando o tropel da cavalhada e a toada do hino de guerra de Lampião não se faziam mais ouvir, foram se reabrindo as casas do Brejão e das portas e janelas umas cabeças assustadas perscrutavam se o vilarejo já encontra restituído à sua quietude e pacatez.

Alfredo Monteiro, de olhos marejados, estava a espantar uns cães famintos que lambiam o chão inda rubro, aqui e ali, do sangue dos cinco mártires do banditismo nefando.

O sol pompeava, na sua escalada para o zênite.

O Cabo Militão tinha os olhos esbugalhados para o céu, como a indicar que aquele cuja firmeza de olhar não se curvara ante a crueldade vilã do Rei do Cangaço também era capaz de fitar o sol, o grande sol flamejante dos sertões!

Do livro “No Tempo de Lampião”, de Leonardo Mota


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Lampião e Sabino Gomes


" - Sabino, um homem é um homem, um prego é um prego, um tôco é um tôco, não queira deixar de menos, o que pra nós foi difícil".


Lampião manejando o fuzil em direção a Sabino gomes, no dia 14 de Junho de 1927, quando vinham da fuga de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, quando Sabino propôs a Lampião para cada um seguir seu destino sozinho.

Fonte: facebook
Página: Virgulino Ferreira DA Silva

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