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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

HOJE É DIA DE LEMBRAR FREI DAMIÃO


Frei Damião nasceu em Bozzano, município de Massarosa, Província de Lucca, na Itália, aos 05 de novembro de 1898. Foi o segundo dos cinco filhos do casal Félix e Maria Giannotti, camponeses italianos de sólida formação cristã e católica. O filho mais velho da família, Guilherme Giannotti, tornou-se padre diocesano e depois recebeu o título de Monsenhor, destacando-se como professor e diretor espiritual no Seminário Arquiepiscopal de Lucca-Itália. A irmã mais nova, Pia Giannotti, tornou-se freira da Congregação das Irmãs de Santa Zita (Zitinas).


No dia seguinte ao seu nascimento, foi batizado na igreja dos santos Catarina e Próspero, matriz de Bozzano, recebendo o nome de Pio Giannotti. Aos dez anos de idade, em 15 de junho de 1908, foi crismado na Catedral de Lucca, pelo Cardeal Lorenzelli. Todavia, o dia da sua Primeira Comunhão foi para o menino Pio Giannotti o mais especial, após a experiência que teve diante de Jesus Crucificado, que o marcou pelo resto de sua vida. Segundo o testemunho de uma de suas irmãs, Josefa, após a missa da Primeira Comunhão, quando voltaram para casa, logo o menino desapareceu, preocupando a todos da família. Ela saiu à sua procura e encontrou-o, para sua surpresa, ajoelhado diante de um crucifixo que Ele mesmo colocara no sótão da casa, onde guardavam os mantimentos para o inverno, rezando e chorando a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis porque durante toda a vida, jamais se separou do crucifixo!

A Vocação à vida religiosa

Depois da experiência com o Crucificado, Pio Giannotti começou a externar os primeiros sinais de sua vocação, com o desejo de consagrar-se inteiramente a Deus. Não seguiu o mesmo caminho do irmão Guilherme, que era padre diocesano, ma, tocado pelo testemunho dos filhos de São Francisco de Assis, aos 13 anos de idade, a 17 de março de 1911, ingressou no Seminário Seráfico de Camigliano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Aos 17 anos, em julho de 1915, emitiu os primeiros votos, recebendo o nome de Damião, Frei Damião de Bozzano, indicando sua cidade de origem.

Formação Religiosa e Intelectual

Sendo professo simples na Ordem dos Capuchinhos, Frei Damião iniciou o estudo da Filosofia. Teve, contudo, que parar por algum tempo, devido à convocação, em setembro de 1918, para o serviço militar na Primeira Guerra Mundial. Ficou acampado em Zara, uma zona de conflito. Voltando para o convento, depois do fim da guerra, Frei Damião emitiu a sua Profissão Perpétua, selando para sempre com o Senhor o compromisso de viver em castidade, em obediência e sem nada de próprio, conforme a Regra de São Francisco de Assis e as Constituições da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. No ano de 1920, iniciou estudo da sagrada Teologia. A seguir, foi enviado à Universidade Gregoriana de Roma, onde concluiu os estudos, com láurea em Direito Canônico e Teologia Dogmática. Em 05 de agosto de 1923, ele foi ordenado sacerdote na igreja do antigo Colégio São Lourenço de Bríndisi, em Roma.

Serviços prestados

Dois anos após a sua ordenação, Frei Damião de Bozzano foi nomeado vice-mestre de noviços de sua Província religiosa (Lucca-Itália). Em 1926, foi nomeado diretor e professor dos frades estudantes, cargo que exerceu até 1931, ano de sua vinda para o Brasil. E no Brasil foi eleito Assistente (Conselheiro) da então Custódia Geral dos Capuchinhos de Pernambuco. Aqui, dedicou-se às Santas Missões durante 66 anos.

No Brasil: Residências e Andanças Missionárias

A Província dos Capuchinhos de Lucca-Itália assumiu a Missão de Pernambuco no ano de 1930, quando aportou em Recife o Frei Félix de Olívola, nomeado Superior da dita Missão. Por seu expresso pedido, obediente ao mandato de Cristo aos apóstolos: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15), Frei Damião deixou sua Itália querida e veio, juntamente com os Freis Inácio de Carrara e Bento de Terrinca, como missionário para o Nordeste do Brasil. Partiu da cidade de Gênova, no navio Conte Rosso, aos 28 de maio de 1931, desembarcando no porto do Recife, em Pernambuco, aos 17 de junho de 1931.

No Brasil, sua primeira residência foi o Convento de Nossa Senhora da Penha, donde partiu para pregar as Santas Missões, começando pelo Sítio Riacho do Mel, município de Gravatá-PE, a 35km da capital. Desde então, durante 66 anos, percorreu como fiel filho de São Francisco as secas, porém, férteis terras nordestinas, “enfrentando sol e chuva e poeira nas estradas”, pregando, confessando, celebrando a Eucaristia e convidando à conversão e à mudança de vida. Para melhor difundir a mensagem por ele anunciada, escreveu o livro “Em Defesa da Fé”. 
Durante esse tempo morou em Recife-PE, Maceió-AL (no período da Segunda Guerra Mundial) e em Natal-RN (onde fez parte da primeira Fraternidade, ou seja do primeiro grupo de frades que residiram na capital potiguar). Mas, a maior parte do tempo era em andanças de cidade em cidade.

As Santas Missões: O Estilo de Evangelização

As Santas Missões eram um tempo forte de graça e conversão! A cidade parava para ouvir e celebrar a Palavra de Deus proclamada pelo Frei Damião. Era sempre recebido com festa e tratado com muito carinho como ele mesmo afirmava. Porém, fazia questão de dizer que tudo aquilo não era para ele, mas para Deus de quem o povo o via como mensageiro. Não pregava a si mesmo, mas o Evangelho de Cristo.

Frei Damião, antecedido por outros tantos abnegados capuchinhos missionários no Nordeste, desenvolveu um estilo próprio de evangelização, através das Santas Missões. A Missão geralmente começava na segunda-feira. Ao cair da tarde, o missionário era recebido á entrada da cidade e conduzido, geralmente em carreatas, à igreja matriz, ali dirigia as primeiras palavras à multidão que esperava, sedenta, ouvir a voz do Peregrino de Deus. À noite, rezava o terço com o povo, fazia o grande sermão, seguido da bênção do Santíssimo Sacramento, e, em seguida, confissão para os homens até meia-noite ou mais. Nas primeiras horas do amanhecer, às 4h30min., com a campainha na mão, acordava os cristãos: “Vinde pais e vinde mães…”, chamando as pessoas para a caminhada de penitência, seguida do canto do Ofício de Nossa Senhora ou das benditas Almas do Purgatório, e da celebração da missa e das confissões.

Frei Damião confessava mais de 12 horas por dia, celebrava com o povo o Sacramento do Perdão de Deus. Com carinho paterno, jeito terno e, às vezes, severo, ele orientava os corações para Cristo.

Durante a semana da Missão, havia encontros específicos com as mulheres, com os homens, com os jovens, catecismo para as crianças, visitas aos doentes e aos encarcerados. O encerramento dava-se no domingo com a procissão dos motoristas e bênção dos automóveis pela manhã e, á noite, o grande sermão com os últimos conselhos do missionário. Tinha uma pregação de conteúdo moral e apologético, propondo, assim, demonstrar a verdade da doutrina cristã católica, defendendo-a diante de teses contrárias, ou seja, sistematizando a fé cristã católica, sua origem, credibilidade e autenticidade. Fazia parte do Sermão a pregação que apontava para “Os Novíssimos”: Morte, Juízo, Céu e Inferno. Lembrando que o Livro do Eclesiástico contém um conselho fundamental para nossa salvação: “Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás (Ecl. 7, 40). Assim se recordarmos sempre da morte, do juízo, do céu e do inferno jamais pecaremos. Se o mundo anda tão mal, é porque pouco se medita ou mesmo não se cogita seriamente sobre os Novíssimos. Os Santos, no entanto, não só os tinham sempre presentes, mas também pregavam sobre eles aos outros. Assim o fez e ensinou Frei Damião de Bozzano.

Companheiros de Missões

Como companheiros de missões, Frei Damião teve o apoio de Frei Antônio de Terrinca, Frei Cipriano de Ponteccio, Frei Eduardo de Strettoia, Frei Félix de Pomezzana e aquele que por mais de 50 anos esteve a seu lado, Frei Fernando Rossi. Ao lado do Servo de Deus, esteve em muitos lugares, especialmente nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Ceará e Piauí. Atualmente, reside na Vila São Francisco, município de Quebrangulo-AL.
Resistência, Doação, Dom da Escuta e Espiritualidade

Frei Damião era de uma resistência extraordinária. Até 1990, pregou missões no mesmo ritmo, de segunda a domingo, de 10 de janeiro a 31 de dezembro, parando apenas quando estava doente e, mesmo no hospital, não deixava de atender ao povo. Arrastava multidões. Todos queriam ouvir sua voz e tocá-lo. Era querido pelo povo como um pai, um padrinho, alguém da família. Não falava simplesmente à multidão, mas ao coração de cada um em particular. Por isso, acolhia a todos sem distinção, do rico ao pobre, do letrado ao analfabeto, era irmão de todos, e a todos exortava a viverem na amizade de Deus e a abandonarem o pecado. Ouviu a alma do nosso povo e não somente os pecados, mas as dores e as alegrias. Tornou-se solidário conosco, um de nós, nordestino como nós, para levar todos a Cristo. Jamais se separou do crucifixo, nem do rosário da mãe de Deus. Como autêntico franciscano, alicerçou sua vida missionária sobre os principais pilares da espiritualidade franciscana: a Cruz, a Eucaristia e Maria.

Doença e Morte

Durante muito tempo, Frei Damião sofreu de erisipela, devido à má circulação sanguínea. E no ano de 1990, após ter sofrido uma embolia pulmonar, diminuiu o ritmo das Santas Missões, passando apenas para os finais de semana. Na simplicidade de um quarto, na casa que lhe fora construída como enfermaria, viveu seus últimos dias, cercado pelo carinho do seu povo que, aos milhares, vinha ao seu encontro. Mas, em 1997, sua saúde agravou-se bastante. Bastante. Foi internado várias vezes no Real Hospital Português do Recife, sob os cuidados do Dr. Blancard Torres. Ele pregou sua última Santa Missão na cidade de Capoeiras-PE, em fevereiro de 1997. Depois, adoeceu novamente tendo que ser levado ao Hospital Sara Kubitschek, em Brasília-DF, para que lhe fosse confeccionada uma cadeira ortopédica que o ajudasse a respirar melhor. Em 12 de maio de 1997 foi novamente internado no Real Hospital Português, na capital pernambucana, mas, fato inusitado, ele em dado momento foi encontrado rezando o rosário com o povo numa das salas do hospital. Fora sua última missão: rezar com o povo o rosário de Nossa Senhora. No dia seguinte, 13 de maio, sofreu um derrame cerebral sendo levado para a UTI. No dia 31 de maio, às 19h20min., Frei Damião partiu para a casa do Pai, aos 98 anos de idade, cercado pela oração de seus confrades, da equipe médica que dele cuidara e sob a melodia de cânticos e hinos.

Luto, Velório e Sepultamento

Tendo sido embalsamado, o corpo de Frei Damião foi velado na Basílica de Nossa Senhora da Penha, no centenário bairro de São José, em Recife-PE. Os governos federal e estadual declararam luto oficial. E ao longo de três dias de velório, mais de 300 mil pessoas enfrentaram filas quilométricas, passando até cinco horas para chegar ao local do velório, a fim de dar-lhe o último adeus. Personagens de renome fizeram-se presente ao velório, desde clérigos, religiosos e religiosas, políticos, artistas a fiéis comuns. A morte do “Missionário do Nordeste” foi anunciada pelos principais meios de comunicação do país e do estrangeiro, especialmente na sua terral natal, a Itália, e até mesmo na Rádio Vaticano.

No dia 04 de junho de 1997, o corpo de frei Damião foi levado em carro aberto até ao Estádio do Arruda, para a missa solene de despedida, presidida pelo arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, OC., e concelebrada por dezenas de bispos e centenas de padres. Do estádio, em helicóptero, foi transportado para o Convento São Félix de Cantalice, no bairro do Pina, em Recife-PE, onde vivera seus últimos anos de vida. Ali, na capela dedicada à Nossa Senhora das Graças, foi sepultado sob cânticos, aplausos e pétalas de rosas.

As Romarias e a Fama de Santidade

Desde o sepultamento, todos os domingos, muitos fiéis, romeiros e romeiras, advindos dos mais diversos recantos do Nordeste e d’outras partes do País, alguns até do estrangeiro, acorrem ao túmulo de Frei Damião, para rezar e suplicar a Deus uma graça por sua intercessão. São sempre festa, devoção, piedade e alegria, como nos dias das Santas Missões.

A fama de santidade de Frei Damião espalha-se a cada dia. Ele é, para todo cristão, um modelo de seguimento de Jesus Cristo e de concretização do mandato do Senhor: “Sede santos como o vosso Pai do Céu é santo” (Mt 5,48). Afirmam os confrades contemporâneos de Frei Damião que sua fama de santidade já começara na Itália, destacando-se como frade piedoso e zeloso sacerdote, entregue à oração, à contemplação e de profunda identificação com o carisma capuchinho de viver em fraternidade, segundo a forma do Santo Evangelho. Aqui no Brasil, destacou-se, além disso, por sua resistência como confessor, sua sabedoria como pregador e sua convicção das verdades de fé que anunciava, deixando-as transparecer pelo seu exemplo de vida, e também por sua identificação franciscana com os pobres e desvalidos do Nordeste, terra tão sofrida e marcada pelas intempéries do tempo e das injustiças sociais. Por isso, valeu-se do dom da escuta, para acolher e ouvir a todos que o procuravam, na partilha sincera de suas vivências e nos sussurros ao pé do ouvido feitos por muitos que não tinham voz nem vez, e que Frei Damião em prece levava ao coração de Deus.

É claro que no coração dos nordestinos Frei Damião já tem um altar, pois todos reconhecem a sua santidade, mas isso precisa ser analisado e reconhecido pela santa Igreja, a quem compete pronunciar-se oficialmente sobre a santidade de uma pessoa e apresentá-la como modelo ao mundo, inclusive dando-lhe as honras dos altares. Para isso, está em trâmite o seu Processo de Beatificação e Canonização, aberto em 2003.

Enciclopédia Nordeste: Biografia de Frei Damião - http://goo.gl/gjoFuO

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Lampião e Conselheiro no Raso da Catarina

O Raso da Catarina abriga uma reserva ecológica,o local foi abrigo para Lampião.

Pouca gente sabe disso, mas Lampião, o famoso capitão Virgulino Ferreira, também conhecido como o "Rei do Cangaço", viveu no Raso da Catarina um pedaço de sua história: segundo os guias da região, Dadá, a viúva do cangaceiro Corisco, braço direito de Lampião, teria revelado antes de morrer que Lampião enterrou por ali muitas armas e tesouros.

Corisco e Dadá

A região do Raso da Catarina situa-se na porção mais seca do território baiano, classificada como zona de transição entre os climas árido e semiárido, onde as temperaturas variam dos 15 aos 43 graus centígrados. São cinco mil quilômetros quadrados de área, delimitada pelos municípios de Paulo Afonso, Jeremoabo, Canudos e Macururé e por muitas rochas e cânions que, esculpidos pela ação do tempo e da erosão, formam imensos obeliscos.

Desde 1983, o Raso da Catarina abriga uma reserva ecológica que é administrada pelo Ibama. Mas, muito antes disso, o local serviu de abrigo para o bando de Lampião, o Rei do Cangaço. Habilidoso estrategista, Lampião recorreu ao Raso para escapar das volantes, a polícia que caçava cangaceiros.


Os fatos históricos da região são marcados por revoltas sangrentas com grandes personagens da vida nordestina. Além de Lampião e seu bando, a região ficou marcada pelos conflitos de Canudos, com Antônio, o Conselheiro, pregador religioso que com sua filosofia reuniu uma população de sertanejos sofridos, gerando no regime republicano da época uma perigosa resistência ao governo, o que resultou no confronto entre soldados e conselheiristas.

A consequência desse confronto foi uma carnificina que marcou a história do Brasil, com a morte de, aproximadamente, trinta mil pessoas, entre os anos de 1893 e 1897. Hoje, o açude de Cocorobó submergiu grande parte das relíquias dessa época.

http://bahia.com.br/roteiros/lampiao-e-conselheiro-no-raso-da-catarina

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"ENTREVISTA COM LAMPIÃO "....JORNAL O POVO, de 4-6-1928...


Matéria original do jornal A NOITE- Recife...
Observem, o monte de "contradições" ou "despiste", do rei vesgo do cangaço...
OBS: MATÉRIA COMPLETA, na parte dos comentários.







Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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Quem matou José Ferreira o pai de Lampião?


Quem matou José Ferreira, pai de Virgolino, foi o volante Benedito Caiçara, intempestivamente, sem saber nem quem ele era, na hora da invasão a casa.

(Essa versão é sustentada por uma das maiores fontes do cangaço que nos pediu para que não colocasse o seu nome, por motivo de amizade com a família de Caiçara).

Ten. José Lucena

Por essa digna e insuspeita fonte, confirmada pelo saudoso batedor da tropa de Lucena, Manoel Aquino, homem de bem, que ouvira de seus colegas de farda. Como era um homem de princípios, Lucena recriminou duramente a Caiçara, mas assumiu a morte do senhor José Ferreira, uma vez que se achava responsável pelos atos dos seus comandados.

Existe uma versão que diz que o volante Caiçara fora duramente recriminado pelo comandante, teve sua farda rasgada, levado uma surra e expulso da polícia. A mesma fonte inicial, que tinha fácil acesso a ambos, diz não conhecer essa versão. E que o soldado Caiçara era perverso, mas Lucena gostava muito dele.

Depois da polícia, Caiçara passou a ser sacristão do padre Bulhões e não antes. Ainda como volante Benedito matou a pedradas um dos irmãos Porcino (José) ferido, em uma das diligências de Lucena, e que nunca pertencera ao bando.

Quanto à morte de Luís Fragoso, é sabido por todos, que Lucena não gostava de colecionar prisioneiros. Ladrões em geral, especialmente ladrões de cavalos, assaltantes, desordeiros, perturbadores da ordem pública, muitos foram executados em cova aberta. A ordem para limpar o Sertão já vinha de cima.

Na morte de José Ferreira não houve combate. Os três filhos mais velhos não estavam presente. O depoimento de João e de Virtuosa são bens claros, explanados por Vera Ferreira e Antonio Amaury.

Fonte: facebook

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27 de julho de 1933

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Essa matéria do jornal O Globo é de 27 de julho de 1933 - Será que o prêmio foi pago depois de 5 anos?


Fonte: facebook

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Dispensa apresentações!


Dispensa apresentações!

Fonte: Lampião em Paulo Afonso, de João De Sousa Lima!

Fonte: facebook

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CANGACEIROS E COITEIROS

Por Antonio Corrêa Sobrinho

"Amigos,

O “Correio de Aracaju” nas edições de 27 e 28 de julho de 1937 brindou os sergipanos com o maravilhoso texto do famoso advogado criminalista e historiador, Evaristo de Morais, o pai, uma das mentes mais lúcidas do seu tempo.

o curioso é que esta publicação ocorreu exatamente um ano antes da morte de Lampião".

CANGACEIROS E COITEIROS


A leitura de várias obras acerca do assunto, inclusive os romances de José Américo e Prado Ribeiro, e informações colhidas, em 1935, numa viagem pelo interior de Bahia e Sergipe, ministraram-nos os elementos com que nos autorizamos a emitir as opiniões e a chegar às conclusões aqui reunidas.

Antes de tudo, convém não atribuir grande importância a duas razões explicativas do ingresso individual no Cangaço: insopitável revolta contra alguma denegação de justiça e necessidade de vingar grave ofensa recebida. Pautam-se todos os casos pelo de Antônio Silvino, que, aliás, não merece confiança absoluta, por falta de confirmação fidedigna das palavras dele, evidentemente suspeitas.

Dir-se-ia, entretanto, a ser admitida a concepção mais generalizada, que todos os chefes dos sinistros bandos nordestinos reproduzem a personagem criada pelo romancista Henrique Kleist e aproveitada por Rudolf Von Ihering, na “LUTA PELO DIREITO”: Miguel Kolhaas, que, vítima de atroz iniquidade, armou-se de um facho incendiário e de uma espada degoladora, e foi espalhando por toda parte, a destruição e a morte...

Talvez (não o duvidamos), se possa encontrar alguma das aludidas causas num ou noutro caso de adesão ao Cangaço, essa espécie de nomadismo criminoso que assola o Nordeste e tem zombado, até hoje, da reação oficial; nenhuma delas, porém, explica, integralmente, o fenômeno, por sua natureza, complexo, como todos os fenômenos da vida humana. Sem negar a influência de “fatores naturais”, reconhecemos a prevalência de “fatores sociais”. Certo, o meio periodicamente inóspito daquela zona e o caldeamento étnico de que procedem aquelas populações se refletem em algumas qualidades dos cangaceiros, tamanha é a identidade do substrato humano, embora diferentíssimas e extremadas as maneiras de sua exteriorização: resistência física, frugalidade, bravura, pertinácia. Mas, os fatores naturais não bastam, como razão da persistência do fenômeno e da quase total ineficiência dos meios empregados para neutralizar a sua ação maléfica.

Eis porque dissemos que predominam os fatores sociais.

Primeiro a se impor à meditação demorada dos nossos estadistas (?) é o abandono em que vive aquela brava gente nordestina, lutando contra as secas periódicas, cujo influxo psicológico é muito maior do que geralmente se pensa. Seria interessantíssimo o estudo minudente, percuciente, desse influxo, que revelaria a origem de muitos fatos tidos por incompreensíveis.

Palpar-se-ia, por exemplo, o fundamento da descrença dominante naquelas regiões, em relação a tudo que diz provir do Governo, entidade somente concebida – segundo boa observação do representante baiano Francisco Rocha – como “sinônimo de mentira”
(Anais da Assembleia Constituinte – vol. XII, página 535). Desprovido da assistência do Estado, desde a escolar até a higiênica, o habitante daquela zona é o menos próprio a confiar nas garantias do poder público.

O inegável abandono em que o deixam destrói os seus estímulos de solidariedade com os detentores desse poder, na repressão do banditismo. Há sob tal aspecto, grande semelhança entre esse sentimento negativo dos nossos infelizes patrícios e o que nutriam os montanheses da Calábria, da Serra Morena e da Falperra, ao sul da Europa. Também lá se notava, deploradamente, a escassa ou nenhuma colaboração dos honestos nas atividades policiais, ao ponto de preferirem aqueles manter relações com os salteadores, a ajudarem a tarefa do saneamento social, pela repressão.

Era que lá, como aqui, o poder público nem sempre se recomendava nas pessoas dos seus servidores, e, agindo de longe, nem sempre procedia com isenção e justiça.

- Assim chegamos, sem esforço, a vislumbrar outra causa do fenômeno, mais de uma vez acentuada: a maldita intervenção da politicalha de campanário. Em regra, não passam, ali, as dissensões partidárias de verdadeiras dissensões familiares, resíduos de velhas rixas pessoais, alimentadas, anos e anos, por toda sorte de afrontas e picardias, exercidas de uma e da outra parte, conforme a elevação política dos protetores graduados de cada grupo. No tempo do Império era esta uma das mais ferinas pirraças: valiam-se os politicários da circunstância de estarem seus protetores no poder e promoviam o recrutamento, para o Exército, dos parentes e aderentes dos seus adversários.

Das rixas partidárias passava-se – e ainda se passa – para as vinditas sangrentas, armando-se braços mercenários.

Ora, esses braços têm de ser, necessariamente, protegidos, amparados, acoitados. E do hábito de “trabalhar por conta alheia” lhes vem a tendência para “trabalhar por conta própria”, não só atacando pessoas, como se apropriando de bens, disto fazendo “meio de vida”, mais ou menos seguros da continuidade da proteção daqueles seus antigos patrões, interessados, igualmente, em guardar a velha aliança, selada com o sangue das suas vítimas. Tamanho é o entrelaçamento do Cangaço e da politicalha que até hoje não foi, a sério, desmentido o boato segundo o qual Lampião, em dada época, teria sido governamentalmente aproveitado para combater contra forças rebeldes!

Outra causa da persistência do Cangaço reside no mau comportamento de alguns troços policiais, quando, de um para outro Estado, marcham em perseguição dos bandos criminosos. Mormente no que respeita a Bahia e a Sergipe – provavelmente em razão da conhecida contenda de limites – registram-se fatos deveras lamentáveis, e dos quais obtivemos mais de um fidedigno informe.

A entrada de uma força da polícia baiana no encalço de bandoleiros era (pelo menos até 1932) motivo de terror para os sertanejos sergipanos, porque a atitude dos policiais não divergia, essencialmente, da atitude daqueles a quem eles perseguiam, no tocante ao desrespeito à propriedade, à honra das mulheres e à própria vida dos habitantes. Pretexto para todo gênero de violências era a acusação de “coiteiro”, não se admitindo, contra ela, qualquer justificativa. Em aparecendo indícios do trânsito dos nômades criminosos por determinado lugarejo, ou de haverem eles estado em contato com este ou aquele indivíduo, não se indagava em que condições os fatos tinham ocorrido. Usavam-se, ao princípio, admoestações intimidadoras, e, se não logravam êxito, logo se empregavam, para arrancar indicações, vários meios de tortura. Se, ainda assim, nada se conseguia, desabavam, sobre os supostos ou reais coiteiros, tremendos castigos, desde o incêndio das suas moradias, até a sua eliminação, “com ou sem o auto de resistência”.

Outrossim, pelo que ouvimos, nada têm de extraordinário situações dramáticas, de fundo sentimental, como a que José Américo acolheu no seu romance. Mas, além dos acoitamentos de origem afetiva, outros se oferecem a atenção de quem viaja, com intuitos de simples observador, e sem pretender forçar a significação dos fatos.

Pelo lado dos hóspedes – vaqueiros, agricultores e criadores, agregados, pequenos comerciantes, mascates, etc. – fácil é conceber o que com eles se passa, quando têm a desventura de topar com cangaceiros. Ficam positivamente, (...) pelo pavor. Se são incumbidos – o que sucede frequentemente – de buscar para os salteadores, em lugares mais ou menos próximos, aquilo de que eles carecem no momento – comestíveis, pólvora, balas, fumo, cachaça – e de colocar as encomendas em pontos designados, longe de vistas indiscretas, cumprem, a risca, o que lhes é ordenado, e não ousam desobedecer a recomendação suprema, a de não denunciar a passagem dos criminosos.

Quem, em boa fé, atirará a pedra acusatória contra esses que, subitamente, se esquecem de tudo – semblantes dos homens, suas vestes, suas -, e, principalmente, a direção que tomaram?

Quem quereria, de livre vontade, entregar-se em holocausto à Deusa Justiça, traindo os salteadores, e, por isto mesmo, ficando sujeito à sua infalível?

Quanto aos grandes – os latifundiários, senhores de fazendas e engenhos – aos quais se imputa, não raramente, a culpa de acoitamentos, é necessário ouvi-los antes de condená-los, mesmo moralmente.

Não dissimulamos que, entre eles, existem alguns da espécie a que já nos referimos, amorais aproveitadores de braços assassinos, presos aos cangaceiros por serviços anteriormente prestados, como executores, que estes foram de seus mandatos criminosos.

Dos desta espécie, entretanto, não cogitamos, agora, porque eles não são, propriamente, “acoitadores de cangaceiros”, mas, sim, protetores habituais dos seus antigos capangas, no seu interesse pessoal e direto de mandantes de crimes, cometidos por motivos familiares ou políticos. Os outros – constituindo o maior número – justificam-se de não denunciar os bandoleiros, quando têm notícias da sua passagem, alegando: - primeiro, que não se lhes fornece suficiente segurança de pessoas e bens, de modo a livrá-los de represálias, por parte dos sequazes dos bandidos, por ventura capturados ou mortos; segundo, que fora preciso, para eficácia do concurso deles, que houvesse firme solidariedade entre todos, decididamente dispostos a prestigiar o poder público na repressão ao Cangaço. Não existe, porém, a reclamada segurança, nem a imprescindível solidariedade entre fazendeiros e usineiros, separados por mesquinhas rivalidades partidárias, ou pelo entrechoque de interesses mercantis. Se é verdade que alguns se mostram propensos a contribuir para a destruição do Cangaço, não é menos certo que outros preferem transigir com os cangaceiros, por diferentes motivos, sendo preponderante o sossego de que gozam, tendo poupado o seu gado, o seu pessoal e as suas plantações.

Perguntar-se-á, talvez: qual o remédio para essa calamidade, que tanto dura e por pouco teria desmoralizado a nossa Lei Magna, com ela não tão deplorável como desnecessária?

Um único remédio se nos depara e de fácil aplicação. Foi proposto pelo deputado cearense Xavier de Oliveira, notável psiquiatra e atilado sociólogo.

Consiste no acantonamento de tropas do Exército – cuidadosamente selecionados, e compostas, em sua maioria, por elementos provindos do sertão nos Estados onde se tornou endêmica e tão malsinada forma de banditismo. Vários efeitos benéficos derivariam da indicada providência.

Aumentaria, desde logo, a segurança das populações ameaçadas, constantemente, pelas investidas do Cangaço. Ocupar-se-ia parte das tropas, ativamente, do preparo de novas vias de comunicação, assim reduzindo os refúgios das “caatingas” que seriam, a pouco e pouco, desbastadas. Fundar-se-iam, nos quartéis, escolas de ensino primário e profissional, para menores e adultos, incutindo-se lhes com o ensino, hábitos de asseio e conforto, finalmente, a simples presença das forças do Exército, devidamente disciplinadas, impediria os abusos das polícias estaduais, quando movidas por impulsos regionais.

Reapareceria a confiança no Governo, que desde muito, desertos das almas sertanejas. Consequentemente, perderiam os bandoleiros um dos seus pontos de apoio: o indiferentismo dos honestos, que então, formariam nas fileiras dos defensores da ordem pública, sem receio, de represálias. E fossem quais fossem os sacrifícios da União Federal com o acantonamento das tropas e os melhoramentos correlatos – abertura de estradas e instalação de novas linhas telegráficas – teriam farta compensação. Extinta uma vergonha nacional, perduraria, além disto, a obra educativa do Exército, no seio daquelas populações tão injustamente abandonadas.



Fonte: facebook


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DESAPARECERAM OS CORPOS DE " LAMPIÃO E MARIA BONITA "...


Interessante matéria trazida na edição do dia 06-8-1938, do Jornal O Estado da Bahia...Veja, acima...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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Nova Ordem do Cangaço

Por Raul Meneleu Mascarenhas

A partir do ano de 1929, passou a acontecer uma das mudanças mais radicais no modo do famoso cangaceiro portar-se perante seus inimigos, vindo a tornar-se muito mais perigoso ainda. Mulheres passaram a integrar seu bando e ele passou a dividi-lo em grupos e subgrupos. Que estratégia incrível para os padrões ‘cangaceirísticos’ daquela sua época. Ninguém ainda tinha feito isso. Eram uma espécie de clãs familiares e autônomos sob a direção de homens de sua inteira confiança. Era a Nova Ordem do Cangaço que se apresentava. Chamava menos atenção e seus inimigos não tinham a menor ideia onde ele se encontrava, pois o bando dividido, a população os via em muitos lugares e as autoridades ficavam sem saber onde centrar fogo, com números maiores de contingente.

Essa estratégia, ou por querer ou por necessidade e imposição do destino, fez que Lampião, perseguido sem descanso pelas Forças Volantes de Pernambuco, tivesse que fugir e refugiar-se na Bahia com cinco companheiros que lhe restavam e maltrapilhos e famintos ali chegaram para a recomposição mais espetacular de sua vida. Era o ‘Fênix’ que retornava mais forte e das cinzas ressurgia sua têmpera de ‘cabra macho’ que não temia ninguém.

 
Arte de Mário Cravo Júnior

Lampião veio a entender por conta da situação em que seus inimigos contavam com armas melhores e poderosas, que deveria mudar de estratégia. Em sua mente de guerreiro privilegiado e líder, compreendeu que já não tinha condições de dirigir um número considerável de cangaceiros. Além disso o  sertão ficava aos poucos modernizado, com estradas, vias férreas e pipocava o progresso. Sua vida e de seus cabras agora dependiam mais da ‘inteligence’ que de seus músculos, coragem e pontaria pois deixava aos poucos de ser um território virgem e impenetrável. O Governo estava agora em toda a parte com suas construções de progresso e sua ‘gana’ de exterminar o banditismo naquela região.

Élise Grunspan Jasmin em seu livro ‘Lampião, Senhor do Sertão’, veio a tecer um comentário de pé de página onde o chama de ‘O Guerreiro Sedentário’ justamente por substituir seus ataques violentos, embora vez em quando o fizesse, por essa nova ordem familiar tornando-se menos nômades. Em suas notas, Élise Grunspan Jasmin aponta para António Silvino que tentara “resistir a construção da estrada de ferro pela companhia Great Western no sertão da Paraíba. Em 1906, ele perseguia os engenheiros ingleses encarregados de executar os trabalhos, ameaçava os operários, cortava os fios telegráficos, deteriorava as vias já instaladas e extorquia os passageiros do trem. Constatando a ineficácia de sua empresa, enviou uma carta aos diretores da Great Western por meio de Francisco de Sá, um de seus empregados, dizendo que permitiria a construção da estrada de ferro mediante uma indenização de 30 contos de réis. Ver, a esse respeito.

Virgulino Lampião

Sempre que tinha oportunidade. Lampião ameaçava ou assassinava os operários que trabalhavam nos canteiros. Em 1929. fez interromper a construção de uma estrada que devia ir de Juazeiro a Santana da Glória, CE, e que devia passar por seu refúgio predileto, o Raso da Catarina. Em outubro desse mesmo ano, constatando que sua ameaça não tinha sido levada em consideração, matou um dos operários. Em 1930, perto de Patamuté. BA. atacou um grupo de operários e matou um deles. Em 1932. no sitio Carro Quebrado, entre Chorrochó e Barro Vermelho, na Bahia. Lampião executou nove operários.

No Estado de Sergipe. em fevereiro de 1934, atacou operários e paralisou a construção da estrada. As autoridades governamentais nunca levaram em conta as ameaças de Lampião, e a partir de 1930 intensificaram os projetos de abertura do sertão ao "progresso". No dia 9 de junho de 1935, por ocasião de uma reunião organizada em Águas Vermelhas, na fronteira de Pernambuco. Carlos de Lima Cavalcanti, governador desse Estado, e Osman Loureiro, governador de Alagoas propuseram um plano de construção de estradas e vias férreas nas zonas do sertão afetadas pelo cangaço.

Elas deviam cortar sistematicamente em diversos eixos as regiões mais freqüentadas por Lampião e facilitar o transporte das Forças Volantes por caminhão, enquanto os cangaceiros se deslocavam quase sempre a pé. Os canais e as vias fluviais também deveriam ser controlados, pois permitiam o envio de armas aos cangaceiros. Lampião sabia que as conquistas tecnológicas com as quais as Forças Volantes tinham sido municiadas e a penetração das vias de comunicação através do sertão poderiam anunciar seu fim próximo e pôr em perigo sua autoridade na região (Informações extraídas das obras de Frederico Pernambucano de Mello, op. rir., 1985, e Quengo: !Amplio?, 1993).

Raul Meneleu Mascarenhas
Blog Caiçara do Rio dos Ventos

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Entre Heróis e Marginais: Conheça os Fora da Lei que viraram lenda - Phoolan Devi - Parte III


Rainha dos Bandidos - (?) Phoolan Devi (1963-2001) - (¿) Uttar Pradesh, Índia - ($) 49 mil (±) Cerca de 50 pessoas (?) 38 anos.

A turbulenta história da indiana Phoolan Devi, a Rainha dos Bandidos, começou na adolescência, quando ela passou a viver com uma gangue de gatunos. Só que eles doavam parte dos lucros aos pobres, ganhando a proteção da comunidade. A coisa esquentou quando certo dia, Devi reconheceu na rua os caras que a haviam violentado aos 16 anos. Sedenta de vingança, ela fuzilou 22 homens em fila Indiana. Após 11 anos na prisão, foi eleita deputada, mas acabou sendo assassinada numa emboscada por rivais. Símbolo de luta nas classes mais baixas, ela virou até boneca na Índia.

http://ahduvido.com.br/entre-herois-e-marginais-conheca-os-fora-da-lei-que-viraram-lenda

ABAIXO BIOGRAFIA DO SITE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Phoolan_Devi

murderpedia.org

Phoolan Devi ou Phulan Devi (em hindi: ; em urdu: پھولن دیوی; Gorha ka Purwa, Uttar Pradesh10 de agosto de 1963 — Nova Deli25 de julho de 2001), popularmente conhecida como a Rainha dos bandidos, foi uma ladra e política Indiana. Ela era notória em toda a Índia, durante seu tempo como bandida.

Phoolan nasceu na casta shudra, numa família do clã mallaah(barqueiros), na pequena aldeia de Gorha ka Purwa no estado doUttar Pradesh. Era a segunda filha de uma família muito pobre de quatro meninas e um menino. Foi casada com onze anos a troco de um pequeno dote e passou a uma rotina de espancamentos, sendo violentada e forçada a um árduo trabalho no campo. 

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Já adolescente, passou a ser assediada por jovens de um clã (jati) poderoso na região, pertencente à casta (varna) dos guerreiros ou nobres (kshatriya). Para fugirem da acusação, eles acusam-na de tentar seduzi-los, fazendo com que fosse expulsa da aldeia. Recusada também pela família paterna, é abrigada por um parente próximo até o dia em que sua casa é invadida por um grupo de assaltantes que vieram raptá-la. Presa nas montanhas, alguns começam a solidarizar-se com seu sofrimento. O líder da gangue é morto por um membro do grupo de nome Vikram, que se torna o protetor de Phoolan. 

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Ambos assumem a dianteira do grupo e começam a atacar o comércio e as castas superiores. O imaginário popular afirma que, em suas ações, protegem mulheres e crianças e distribuem parte do ganho. Tal passagem é contestada por alguns setores, que vêm no bando um grupo de assaltantes comuns. Sua sorte muda, novamente, com o assassinato de Vikram, praticado por dois irmãos do clã Thakur, da casta Kshatriya. Alcançando o controle do grupo, os thakur prendem-na por três semanas, período durante o qual foi violentada por todo o clã. Sua fuga ocorre por auxílio dos Mallah (canoeiros). Phoolan retorna às montanhas. Ganhando a proteção e liderança do grupo Mallah, começa a atacar o comércio da região. 

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Pela sua ação, tida como violenta e justa, Phoolan é cada vez mais assimilada pela população à deusa (Devi), do hinduísmo, que restabelece o dharma através de uma epifania terrífica, na qual dá cabo de exércitos de demônios. Os ataques de Phoolan Devi culminam com a morte de 22 kshatriyas do grupo que a havia aprisionado, escapando apenas os seus líderes. 


http://murderpedia.org/female.D/d/devi-phoolan-photos.htm

Nesse ponto, a questão já deixara de ser meramente criminal para tornar-se política. Phoolan conta com maciço apoio popular, imprescindível para a reeleição do governo estadual. Por outro lado, o clã rival possui aliados dentre os altos cargos internos do governo. Pressionado por ambos os lados, o governo se vê obrigado a negociar e não permitir a morte de Phoolan Devi pela polícia, mas a buscar sua rendição. 

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Já com muitas baixas em seu grupo e sem munição, Phoolan Devi entrega as armas mediante uma série de exigências, dentre as quais uma cerimônia convocada especialmente para tal. São cedidas terras para sua família e ela não deveria ser condenada à morte. Ela aguarda julgamento em reclusão durante onze anos, ao final dos quais são retiradas as acusações e é liberada. 

Em 1996, lança-se ao pleito democrático pelo Samajwadi Party (Partido Socialista), sendo eleita ao Parlamento Indiano. Sua plataforma política consistiu na defesa dos estratos inferiores da população indiana: os de baixa casta, os sem-casta, mulheres, etc.

Tornou-se símbolo de luta das classes mais baixas e sua vida foi tema de pelo menos quatro livros e um filme.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Phoolan_Devi

Ilustrado por José Mendes Pereira
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