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sábado, 5 de julho de 2014

O cangaço está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo e revolta à situação de miséria no Nordeste.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Os cangaceiros fizeram parte de um movimento social ocorrido no sertão nordestino

Quem nunca ouviu falar em Virgulino, o Lampião? Esse foi o principal nome de um movimento social ocorrido no sertão nordestino durante o fim do século XIX e início do século XX, denominado cangaço. Os cangaceiros, com seus chapéus de abas largas, roupas de couro enfeitadas, punhais e armas de fogo na cintura, atuaram em cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços, capangas e empregados de latifundiários (detentores de grandes propriedades rurais). Esse movimento está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, revolta à situação de miséria no Nordeste e descaso do poder público. Os cangaceiros aterrorizavam as cidades, realizando roubos, extorquindo dinheiro da população, sequestrando figuras importantes, além de saquear fazendas.

Com o fortalecimento do cangaço, as polícias estaduais não conseguiram inibir as ações dos cangaceiros, que eram temidos pela violência e crueldade durante os ataques, sendo necessária a participação da polícia federal. Esse comportamento despertou o respeito e a admiração a vários integrantes do movimento, que eram considerados heróis por parte da população em razão da bravura e audácia. Contudo, vários sertanejos temiam os cangaceiros, demonstrando total oposição aos “bandidos”.

Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi o cangaceiro de maior destaque. Seu apelido surgiu após um tiroteio noturno com a polícia, no qual Virgulino disparou tantos tiros que sua espingarda iluminou parte do ambiente, fazendo uma analogia a um lampião. Esse homem nasceu no dia 7 de julho de 1897, no sertão pernambucano, sendo um dos nove filhos de um casal (Maria Lopes e José Ferreira da Silva) muito pobre. Sua atuação no cangaço foi motivada pela situação econômica, perda da propriedade da família, além do assassinato do pai.

Lampião liderou um bando que atuou no sertão nordestino, confrontando coronéis, policiais e bandos rivais. Perseguido, Lampião acabou sendo assassinado em 1938, na divisa entre os estados da Bahia e de Sergipe. Com a sua morte, o cangaço perdeu força, no entanto, entrou para a história como um movimento de revolta contra o descaso dos órgãos públicos em relação ao sertão nordestino.

Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/brasil/cangaco.htm
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

3 comentários:

  1. Anônimo09:34:00

    Caro Mendes: O meu bom dia.
    Concordo plenamente com Wagner de Cerqueira e Francisco quanto ao título do texto: "O cangaço está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo e revolta à situação de miséria no Nordeste". Mas, sem a intenção de criticar, apenas lembro aos companheiros que, a Grota de Angico onde aconteceu a emboscada, situa-se na divisa de Sergipe com Alagoas, entre Poço Redondo e Piranhas.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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  2. Grande Antonio de Oliveira:

    Eu estou localizado no final da refião nordeste e nunca fiz de curioso ver a divisa de Sergipe com Alagoas. Com a sua explicação aos amigos Wagner de Cerqueira e Francisco aprendi a divisa real.

    Felicidade e paz.

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  3. Anônimo10:49:00

    Tem razão caro Mendes, você está distante da referida DIVISA. O Rio São Francisco faz a divisa SERGIPE/ALAGOAS. Em uma margem, está a Terra das Alagoas; na outra, as Terras Sergipanas, com Poço Redondo bem em frente a Piranhas (Alagoas), e ao lado de Poço Redondo, a bela Cidade de Canidé de São Francisco (Sergipe). Ao dar um pulo para nosso lado, estão Santa Brígida e Pedro Alexandre (Bahia), embora eu não conheças de perto essas cidades de onde surgiram muitos jovens que ingressaram no cangaço, especialmente a Terra do mestre Alcino Costa.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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