Por Manoel Belarmino
...Manoel Belarmino
Foi já no fim
do Cangaço de Lampião que uma trágica morte, assim como outras tantas,
aconteceu nas terras de Canindé de São Francisco. A morte do cangaceiro Juriti.
Morto em uma fogueira na Fazenda Cuiabá.
O cangaceiro Juriti
Juriti o
baiano Manoel Pereira de Azevedo foi um cangaceiro cruel e considerado
"um rapaz bonito do cangaço". Logo pegou fama na vida de cangaceiro,
como o mais namorador. Sem muita demora, uma mocinha da Pedra D'água, filha de
Mané de Áurea, irmã de Dona Delfina da Pedra D'água, não resiste e entra no
cangaço para conviver com Juriti.
No Fogo do
Angico, naquele 28 de julho de 1938, Juriti e sua companheira Maria estavam lá.
E escapam sob as fumaças polvorentas dos tiros da Volante de João Bezerra.
Volante que matou os cangaceiros na Grota do Angico
O Cangaço
declina. Acaba. Maria é convencida a se entregar à Polícia de Jeremoabo. É
liberada e Juriti também é convencido a se entregar. Também é liberado a viver
a vida civil. Livres, Maria de Juriti vai viver com seus familiares no povoado
Curituba e Juriti vai para Salvador trabalhar.
Maria e Juriti ao centro da foto
Depois de mais
ou menos um ano, em 1941, Juriti não aguenta a saudade e retorna para Canindé
de São Francisco. Quer rever os amigos da Pedra D'água e sua companheira Maria
de Áurea.
Juriti nem
imagina que o carrasco Sargento Deluz, genro de João Marinho do Brejo, ainda
estava em Canindé e continuava caçando os cangaceiros. Juriti chega em Canindé
pelo rio São Francisco, livre, em trajes de civil e desarmado. Fica uns dias em
Canindé e depois vai para a Pedra D'água de Rosalvo Marinho. Dorme ali.
Sargento Deluz
Na hora do
café da manhã, o sargento Deluz e seus comandados cercam a casa da Fazenda
Pedra D'água. Prendem Juriti. Mesmo preso Juriti xinga Deluz, chama-o de
covarde. O sargento transporta Juriti amarrado em uma corda até a fazenda
Cuiabá.
Antes de
chegar na sede da Fazenda Cuiabá, no pino do meio dia daquela quinta-feira, o
sargento Deluz manda seus comandados fazerem uma grande fogueira com madeiras
da caatinga. E queima o cangaceiro Juriti, que morre nas chamas daquela grande
fogueira de lenhas secas, provavelmente de jurema preta, caatingueira, angico e
umburana. Em poucos minutos o corpo de Juriti virou cinzas.
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