Por José Mendes Pereira - (Crônica 04)
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O lugarejo todo já tinha sido informado que um enorme homem, desajeitado e valentíssimo estava para chegar. E todos os moradores se preparassem, pois o avantajado homem não tinha dó de ninguém. Cada indivíduo tomasse um lugar para se proteger dos absurdos que ele praticava. Matava só com um soco e mais nada, só para ver a queda do infeliz. E todos tentaram se esconder para não serem vítimas do valentão.
O dono de uma pequeninha lanchonete precisava se ausentar do seu comércio, e ao sair, disse ao seu empregado:
- Eu tenho que resolver algumas coisas na feira, e talvez eu não volte mais hoje. Se você ouvir falar que o tal do Manelão está no lugarejo, dê por encerrado o movimento de fregueses. Cuida logo de baixar as portas, e não se demore, faça fiapo em busca de casa.
Mas assim que o dono da lanchonete saiu, infelizmente, um homenzarrão chegou pelas laterais da quitanda. E Alguém que já corria pelas avenidas, gritou:
- Pelo amor de Deus! Corram que o maldito Manelão já se aproxima por aí!
O homenzarrão parecia o "king Kong", barbudo, braços grossos, de voz assustadora. Chegara montando num avantajado touro brabo. O animal parecia temer o homenzarrão. Ficou quietinho em seu lugar. Nem precisou ser amarrado.
E foi aquela correria. Mulheres perderam filhos no meio do movimento. Um velho sapateiro que cochilava em uma espreguiçadeira de frente à rua, ao ver o homenzarrão, e ao se levantar, caiu lá embaixo da calçada.
Um comerciante ambulante que vendia pães em um balaio, ao correr, perdeu todos, restando-lhe apenas o balaio desajeitado em sua cabeça. Os homens não esperaram por nada, e não quiseram saber nem um pouco do Manelão.
No alvoroço, querendo se salvar das enormes mãos do homenzarrão, o empregado enrolou-se a uma cadeira ginga-ginga, e foi ao chão. E enquanto tentava se levantar do chão, ao levantar a vista, viu o valentão entrando com seus passos longos e desajeitados.
Quando ele entrou, foi logo de encontro ao empregado, e sapecou um murro no forte balcão, mas mesmo assim, o desmontou de uma só vez, gritando com um assustador vozeirão:
- Me dá uma cachaça aí logo, sua peste!
- E lá veio o empregado correndo com a garrafa de cachaça às mãos.
O valentão não esperou que o empregado a abrisse. Arrebatou-a das mãos, quebrou o gargalho sobre o resto de balcão que ainda teimava ficar em pé, e bebeu tudo de uma vez só, não ligando para pedaços de vidro.
O empregado já havia dito a Deus que iria devolver o seu espírito, pois diante daquele homenzarrão, já sabia qual seria o seu fim.
- O senhor quer outra! - perguntou o empregado procurando agradá-lo, já se desmanchando em mijo e outras coisas estranhas.
- Não, sua peste! Deus me livre! Num dá tempo não!
- Mas por que não dá tempo? - quis saber o empregado, mesmo trêmulo.
- Não dá tempo porque o Manelão vem aí!
O homenzarrão saiu do bar, cuspiu fortemente, pigarreou, pôs uma enorme marca de fumo na boca, montou-se no seu touro bravo e tome espora, e se mandou com medo do Manelão que estava para chegar no lugarejo.
O homenzarrão não era o Manelão que o lugarejo esperava contra vontade. Só tinha tamanho. Medroso ao extremo.
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