Por Léo Manuel, de Maranguape/CE
A alma de Zé Valente e a Sexta Feira 13, cordel escrito pelo jovem poeta Léo Manuel, de Maranguape/CE, com capa de Anilton Freire foi editado pela Cordelaria Flor da Serra. Pela capa e pelo título, de antemão o leitor já imagina sobre o que versa a história. Afinal, a sexta feira 13 é um dia de azar, em "as bruxas andam soltas" ou é somente superstição? E conversa de pescador e, no nosso caso, de caçador, é só lorota ou tem um fundo de verdade? Ditado famoso é aquele que diz que quem "conta um conto aumenta um ponto" e, o que todo mundo sabe é que os profissionais da caça e da pesca gostam, e como adoram aumentar uns pontinhos. No entanto, o Zé Valente, personagem central desse enredo poético é diferente. O homem não mentia. Contava somente a verdade. Mas... Tem sempre um "mas" nessas histórias, ele chegou com uma conversa danada de esquisita sobre o que viu e passou em uma noite de sexta feira 13, em que teimou com a mulher e foi caçar. Bem, como eu não tenho muito jeito para mentir e nem quero duvidar da história aqui narrada, é melhor que vocês leiam esse belo texto do poeta Léo Manoel e tirem suas conclusões, se é verdade ou mentira. Para dar um gostinho, publicaremos a seguir os versos iniciais do cordel. Para ler a obra toda, faça seu pedido para Cordelaria Flor da Serra pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail. com ou pelo WhatsApp 085-999569091.
Pras bandas do interior
Nas quebradas do sertão
Aconteceu essa história
Causo de superstição
Com um sujeito valente
Lá daquela região.
Seu nome, José Lourenço;
Alcunhado, Zé Valente
Não tinha medo de nada
Fosse bicho, fosse gente
Se metia em grandes brigas
Quando tomava aguardente.
José Lourenço gostava
De sair para caçar
Saindo a boca da noite
Sem ter hora pra voltar
Só retornava pra casa
Se achasse algo pra matar.
O caçador sempre mente
Como foi sua caçada
Ao matar um, conta dois
Tem sempre a caça aumentada
Porém com o Zé Valente
Era verdade e mais nada.
José Lourenço falava:
— A minha maior riqueza
É ser sempre verdadeiro
Mentir é uma fraqueza
Só podemos dizer algo
Quando se tem a certeza.
Dessa forma o caçador
Seguia com sua vida
Caçando para trazer
O sustento da guarida
Alimento pros seus filos
E pra esposa Margarida.
Margarida fiel esposa
Ao marido aconselhava
Porém em muitos dos casos
O seu esposo teimava
Se arrependendo depois
Em sua mulher pensava.
Numa certa ocasião
Um caso se sucedeu
Ao conselho da mulher
José desobedeceu
Depois dum grande vexame
Bastante se arrependeu.
Era sexta feira treze
E corria o mês de agosto
Chegando a boca da noite
Depois do sol ter se posto
O Valente se preparou
Pra caçar com muito gosto.
A mulher aconselhando
O seu teimoso marido
Falou naquele momento:
— Não vá caçar meu querido
Fique com sua família
Que estará bem protegido.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.vlotspot.com
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