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sábado, 19 de março de 2022

FOTOS HISTÓRICAS DE CANGACEIROS DO BANDO DE LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira 

Da esquerda para a direita: Vila Nova, lá nos fundos, um cangaceiro desconhecido, Luiz Pedro, Amoroso, Lampião, Cacheado, Maria Bonita, Juriti, outro cangaceiro desconhecido e Quinta Feira. Foto do repórter Benjamim Abraão em 1936. Acervo Abafilm - Fortaleza-Ceará.

Corisco e sua companheira Dadá.

O cangaceiro Corisco foi assassinado em combate no dia 25 de maio de 1940, pelo tenente Zé Rufino. Dadá faleceu no ano de 1994 aos 78 anos.

O cangaceiro Gato e Inacinha

O cangaceiro Gato foi morto em combate no dia 28 de setembro de 1936. Inacinha faleceu vítima de câncer no ano de 1957.

Lampião e seu irmão Antonio Ferreira

No início do ano de 1927, na fazenda do coronel Ângelo da Gia, uns cangaceiros jogavam baralho, quando Luiz Pedro, sem intenções manobrou seu rifle, disparou e matou Antônio Ferreira, o irmão mais velho de Lampião. 

Uns foram avisar a Lampião que se encontrava num local distante, enquanto outros colegas o aconselharam:

- Luiz Pedro, corra que Lampião vai te matar.

Consciente de que o tiro não fora intencional, Luiz Pedro decidiu, corajosamente enfrentar  Lampião.

Quando Lampião chegou, ouviu aqueles que o aconselhavam que matasse Luiz Pedro. Mas outros, o defendiam alegando que fora um acidente.

O Capitão  voltando-se para Luiz Pedro disse-lhe:

- Se você tivesse fugido eu iria lhe procurá-lo para matá-lo. Mas, como você ficou e eu já conheço você de muito tempo, vou deixar você viver.  

Agradecido pelo voto de confiança do líder, alguns dizem que Luiz Pedro teria lhe dito:

- Seu Capitão, o senhor poupou minha vida. Eu juro acompanhá-lo até o fim. No dia em que o senhor morrer, eu morrerei também.

E foi verdade. No dia em que Lampião morreu, Luiz Pedro viajou com ele.

Vale lembrar aos amigos que neste período, a Maria Bonita nem sonhava ser um dia cangaceira.

 Canário com três cangaceiros - Ele é o primeiro da direita

Canário era o esposo da cangaceira Adília de Jesus. Segundo Rangel  Alves - 

AINDA SOBRE A MORTE DO CANGACEIRO CANÁRIO

*Rangel Alves da Costa

Bernardino Rocha era o nome daquele que foi alcunhado como Canário no bando de Lampião. Filho de Poço Redondo, no sertão sergipano, da prole de Seu Cante e Dona Virgem, na vida cangaceira teve como companheira a também poço-redondense Adília. No cangaço, atuou muito mais no subgrupo de Zé Sereno que mesmo ao lado do Capitão Lampião. Curiosamente, Canário, por sua compleição dura, rija, mal-encarada, era tido como um dos cangaceiros mais feios.

Segundo testemunhos da já falecida Adília, ainda nos tempos em que vivia na simplicidade de uma casa no Alto de João Paulo, distando cerca de um quilômetro da sede da cidade de Poço Redondo, o seu companheiro havia lhe negado muito do prometido. Mocinha nova, ainda assim seguiu com Canário à vida difícil por paixão. No entanto, não demorou muito para que a rudeza do companheiro fosse transformando o amor em negação. Afirmou Adília que chegou um tempo de não querer olhar nem pra cara do companheiro.

Suportou, contudo, até o ano de 38, após a Chacina de Angico, onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, foram emboscados e mortos por soldados da volante alagoana, comandados pelo tenente João Bezerra. Após isso, mesmo com a insistência de Canário em não se entregar às forças policiais, Adília seguiu até Propriá onde abdicou de vez de sua vida cangaceira. Depois viria saber que o seu companheiro havia sido traído e morto nos arredores de Poço Redondo, e pelas mãos de um primo seu: Teodomiro, o cangaceiro Penedinho.

O adiante segue faz parte de um relato produzido após uma recente visita que fiz ao local da traição e morte de Canário, dentro de uma propriedade que se distancia apenas cerca de três quilômetros de Poço Redondo, meu berço de nascimento. Eis:

“Fazenda Coruripe nas proximidades da cidade de Poço Redondo. Paisagem impressionante. Os lajedos embranquecidos agora ladeados por uma mataria verdejante. As chuvas caídas transmudaram o acinzentado das catingueiras e tufos de matos em imagens difíceis de ser encontradas pelos sertões. Em setembro de 38, já passado o período chuvoso, certamente que a moldura matuta já estava diferente, mas também de caatinga muito mais fechada e de verdadeiros labirintos espinhentos por todo lugar. Canário, ao lado do também cangaceiro Penedinho, não se abrigaria em local muito aberto, ainda que aí, dado ao leito arenoso propício à junção de águas, jamais pudesse ficar totalmente encoberto pela densa vegetação. A proteção maior estava mesmo nas laterais acidentadas, marcadas pela presença de pedras e lajedos. Um ambiente propício tanto à defesa como ao ataque. O cangaço já havia terminado com a morte de Lampião e parte do bando do bando pouco mais de um mês antes. Canário fugia agora era da volante que continuava nas pegadas dos cangaceiros que ainda não haviam se entregado. Ele sabia que Zé Rufino a qualquer momento poderia riscar por ali. E ele não queria se entregar de jeito nenhum. Mas foi surpreendido pela traição. Foi traído e morto por seu acompanhante Penedinho. Após balear e confirmar a morte de canário, então o traidor logo se dirigiu até a povoação baiana de Serra negra, quartel-general do comandante e caçador de cangaceiros Zé Rufino. A intenção de Penedinho era se livrar da prisão e outros horrores, fazendo sua entrega de forma honrosa. Segundo alguns autores, o crime perpetrado havia sido de mando, vingança encomendada por um coronel afamado e que havia tido uma vindita com Canário. De uma forma ou outra, a verdade é que após tomar conhecimento da morte, imediatamente Zé Rufino para os sertões sergipanos se dirigiu. Desta feita, objetivando catar alguma riqueza porventura deixada pelo cangaceiro morto, vez que Penedinho lhe havia confessado sobre a existência de muito dinheiro e ouro. Provavelmente não encontrou o esperado e, por isso mesmo, degolou o morto, arrancando fora a cabeça do famoso Canário, e como troféu com ela retornou para mostrar sua força. Contudo, teve um laivo de humanismo ao mandar providenciar o sepultamento dos restos putrefatos. Assim, os restos do ex-companheiro de Adília foram enterrados um pouco mais adiante, debaixo de um umbuzeiro ainda existente. E não faz muito tempo que a saliência da cova podia ser avistada pelos que por ali andejassem. Histórias do sertão. O livro vivo de Poço Redondo”.

Escritor

blograngel-sertao.blogspot.com - https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6731637

Maria Bonita

Foi a rainha do rei do cangaço, o Lampião. Durante oito anos o acompanhou pelas caatingas do nordeste brasileiro. Foi fiel a ele até o seu último dia de vida. Por mais que alguém queira levá-la a julgamentos, por desrespeito a Lampião, jamais isso foi confirmado pelos remanescentes do rei.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html

O cangaceiro Balão afirmou a alguns repórteres que todos os asseclas a respeitavam muito.

O cangaceiro Volta Seca deu seu testemunho, disse que o cangaceiro que por ventura tentasse  desrespeitar a rainha do cangaço, a Maria Bonita, já sabia qual seria o seu destino, pois Lampião não perdoava e o mataria sem prévio aviso. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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