Por José Mendes Pereira
O cangaceiro Massilon
Segundo o jornalista Alexandre Gurgel em maio de 1927, Massilon incentivou Lampião para atacar Mossoró, afirmando que era uma cidade bem estruturada, com um comércio que rendia muito, e ainda tinha bancos, e com certeza assaltando-a, sairiam de Mossoró com os bolsos abarrotados de dinheiro.
Mas Alexandre Gurgel diz que Massilon era apaixonado por uma das filhas do prefeito Rodolfo Fernandes. E sendo astucioso, sabendo que se os seus compassas aceitassem invadir Mossoró, ataque que ele tinha plena certeza que daria certo, seria uma boa oportunidade para levá-la consigo.
Mas Lampião não sabia que o interesse de Massilon pelo ataque a Mossoró, era a paixão que ele tinha pela filha do prefeito. É claro que se o capitão tivesse tomado conhecimento desse desejo incontrolado do assecla, pela moça, com certeza não teria dado a atenção as suas palavras, e nem tão pouco vindo a Mossoró.
Para que o plano de atacar Mossoró desse certo, Lampião tinha alguns bandidos que conheciam bem a região, como: Cecílio Batista, conhecido como Trovão, que em anos remotos havia morado na cidade de Assu, e já era dono de um currículo de maldades junto à polícia; o José Cesário, o Coqueiro, que antes havia prestado serviços em Mossoró. O Júlio Porto, um dos antigos motoristas da firma algodoeira “Alfredo Fernandes”, o Zé Pretinho; e Massilon, que conhecia todas as estradas que faziam chegar à cidade.
Na agenda de anotações de Lampião nunca foi registrada a possibilidade de algum dia atacar Mossoró, por três razões:
1 - Não era conhecedor das terras do Rio Grande do Norte, e principalmente Mossoró;
2 - A padroeira da cidade é a Santa Luzia, e ele apesar de ser um facínora era um dos seus admiradores, e não tinha em sua mente pensamentos guardados para lutar contra ela, depredando e assassinando pessoas que viviam sob o seu olhar;
3 - Era um dos seus lemas: não invadir cidades que tivessem igrejas com duas torres, como a Catedral de Santa Luzia.
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Mas mesmo temendo isso Lampião e o bando fizeram reunião, no intuito de chegarem a mais desenvolvida cidade do Rio Grande do Norte.
Não se sabe o porquê de Lampião ter caído na conversa de um aspirante de cangaceiros. Mas mesmo assim o rei partiu para a perigosa invasão, sendo os bandos comandados por: Massilon, Jararaca, Sabino Gomes e Vinte e Dois. Mas todos eram subordinados ao estado maior.
O grupo era composto por mais de 50 cangaceiros, que posteriormente, depois da frustrava invasão à Mossoró, a maior parte se desligou do grupo, inclusive Massilon e seu irmão Pinga Fogo, que se debandaram sem nunca mais darem notícias onde estavam morando.
José Mendes Pereira – Mossoró-Rn.
Fonte de pesquisa:
"O cangaceiro Massilon" – Alexandre Gurgel.
Esclarecimento do blog ao leitor:
Este artigo é baseado no texto "O Cangaceiro Massilon" do jornalista Alexandre Gurgel, mas não mais o encontrei publicado na internet. Acredito que o jornalista o excluiu por uma razão qualquer.
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