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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MEXENDO O PIRÃO - NOVO LIVRO DE ADRIANO MARCENA


Com lançamento nacional marcado para o dia 15 de dezembro, no Mercado da Boa Vista, no Recife, o livro aborda o encontro dos paladares indígena e europeu a partir da farinha de mandioca durante a invasão holandesa ao Nordeste brasileiro.

A farinha de mandioca, enraizada no universo gustativo e simbólico dos povos indígenas muito antes da chegada dos europeus, possivelmente foi um dos elementos que serviu para facilitar suas conversões ao cristianismo ibérico. Para isso, foi preciso que alguns catequistas modificassem a matéria-prima mor do corpo de Cristo, confeccionada com farinha de trigo europeia, e passasse a preparar hóstias à base de farinha de mandioca.
Esse é um dos tópicos do livro Mexendo o Pirão: importância sociocultural da farinha de mandioca no Brasil holandês (1637-1646), de Adriano Marcena, historiador de formação, que será lançado 15 de dezembro (sábado), às 10h, no Mercado da Boa Vista, centro do Recife.  

Com prefácio do renomado antropólogo Raul Lody e orelha assinada pelo historiador e arqueólogo Plínio Victor, Mexendo o Pirão, de Adriano Marcena, nos oferta importante obra não apenas sobre os aspectos da História da alimentação no Nordeste brasileiro, mas e, principalmente, sobre o que somos enquanto sujeitos históricos e simbólicos a partir do que levamos à boca. A publicação recebeu incentivo do Funcultura, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.

Serviço: Lançamento

Título: Mexendo o Pirão: importância sociocultural da farinha de mandioca no Brasil holandês (1637-1646)
Tema: História da alimentação
Páginas: 160
Local de lançamento: Mercado da Boa Vista – Recife-PE
Data: 15 de Dezembro de 2012 (sábado)
Horário: 10h
Preço do livro: R$ 20,00

Historiador por formação, Adriano Marcena é o que podemos chamar de um verdadeiro "escavador cultural". A partir de uma necessidade observada nas escolas, onde detectou uma carência de conhecimento sobre a história, comportamento e os costumes que permeiam o universo simbólico pernambucano, Marcena debruçou-se durante 11 anos em pesquisas e viagens, que resultaram no calhamaço de mais de mil páginas chamado Dicionário da Diversidade Cultural Pernambucana (Cel Editora), lançado em 2010.

A temática regional do livro agora ganha projeção nacional durante o São Paulo Fashion Week (SPFW), que acontece de 19 a 24 deste mês, no prédio da Bienal, no Parque de Ibirapuera, em São Paulo. O escritor teve trechos de sua obra espalhados pelas páginas da revista Mag!, publicação do evento que este ano homenageia o estado de Pernambuco, sendo um dos entrevistados da edição. No próximo sábado (21), Marcena participa de uma noite de autógrafos que vai servir como lançamento nacional de sua obra.

O Dicionário esmiúça desde termos “banais” como carro-de-boi ou coloral, a expressões e gírias populares utilizadas em futebol, culinária, fauna, flora, datas comemorativas, personalidades importantes, geografia, entre outros. Partindo do significado do termo, Marcena realiza um verdadeiro estudo de contexto, costumes e comportamento, traçando um verdadeiro raio-x de Pernambuco. “A ideia era fazer um livro que contemplasse esses elementos da cultura pernambucana, agora também numa perspectiva histórica e antropológica. Que explicasse um pouco da nossa trajetória cultural. Em termos de facilitar a consulta, eu pensei num dicionário”, explica o escritor.

Depois do reconhecimento por unanimidade através do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho de Educação, o livro obteve repercussão muito boa dentro das universidades e no exterior. A novidade este ano é o lançamento da edição escolar que vai servir como ferramenta para os professores dentro da sala de aula. “Depois disso começo a adaptação para a versão mini”, revela.

Quebrando barreiras - Inicialmente surpreso pelo contato inusitado com a organização da SPFW, Marcena conta que ficou feliz com o resultado do trabalho. “Meu livro acabou servindo de base para a produção da revista, que soube traduzir bem o que viria a ser esse sentimento nosso de pernambucanidade”, comenta. Apesar de termos regionais como “saia de xita” ou “sandália de couro” estarem aparentemente distante da moda cosmopolita nos holofotes da SPFW, Marcena diz que a aproximação entre esses dois “mundos” se faz necessária.

“Eles foram muito atenciosos porque se detiveram na questão cultural. Termina sendo um abrir de portas, porque nós, de certa maneira, ainda temos um complexo de vira lata muito grande, quando é necessário ir lá pra fora para sermos legitimados aqui dentro. Precisamos olhar para nós mesmos como uma contribuição. Acredito que o livro veio para quebrar essa lógica perversa, porque ele fala de nós daqui de dentro enquanto construção cultural”, conclui.

Enviado pelo autor:
 Adriano Marcena

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Prezado José Mendes, obrigado pela divulgação de Mexendo o Pirão.

    Fraterno abraço,
    Adriano Marcena.

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