Por Maria Deia
O cangaceiro Luiz Pedro
"Em todos
os setores da sociedade humana há pessoas boas e pessoas más. Assim também
ocorria no mundo do cangaço. Ali havia de tudo, desde elementos que nasceram
para o crime, até homens de elevado quilate que as circunstâncias lançaram
naquela via sem retorno.
O cangaceiro Luís Pedro foi um desses. É uma pena que um homem com as suas qualidades virasse bandoleiro. Era filho de uma família de agricultores dos arredores de Triunfo, na divisa de Pernambuco com a Paraíba. Seus parentes, estabelecidos nos sítios Retiro, Junco, Canabrava e Almas, eram exemplo de gente trabalhadora e digna, gente que, quando empenhava sua palavra, podia vir a prejudicar-se ou até a perder a vida, mas cumpria o compromisso.
O garoto Luís Pedro criou-se num clima de culto à valentia. Em sua infância, não havia ainda Lampião. As estrelas do cangaço na zona do Pajeú eram os cabras de Cindário Carvalho e Sinhô Pereira. Como a maioria dos rapazes de sua época, Luís Pedro foi contagiado por aquele ambiente de aventura e macheza, materializado nas roupas vistosas e nos reluzentes apetrechos dos cangaceiros.
Em fins de 1923, um primo de Luís Pedro chamado Henrique foi assassinado na presença dos filhos. Luís Pedro não pensou duas vezes: passou fogo no assassino.
Era praticamente um menino, tinha apenas 14 anos. Com medo de ser preso, foi pedir proteção a Lampião, que naqueles dias vivia jogando baralho e dançando xaxado no sítio Almas. Jovem, inexperiente, abraçou de corpo e alma a vida cangaceira. Quando se arrependeu, já não havia como retroceder. Costumava lamentar:
- Eu sou cumo um urubu. Mia vida num vale nem um palito de fosco riscado."
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