Publicado em 08/02/2014 por Rostand Medeiros
Há
aproximadamente 5000 mil anos, os antigos habitantes do Ingá registravam a sua
história.
Registros que atravessou séculos de história e encantam quem os
conhece, enchendo de orgulho os seus herdeiros, os cidadãos paraibanos e,
porque não, todos os nordestinos.
O estranho
monólito que compõe a Pedra do Ingá é conhecido praticamente desde a descoberta
do Brasil, pois se sabe que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1618, no
livro Diálogos da Grandeza do Brasil, atribuído ao português Ambrósio
Fernandes Brandão. É provável que este monumento tenha seu lugar
reservado entre os mais intrigantes enigmas arqueológicos já descobertos em
nosso planeta.
É sabido que
se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto rupestre que
reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma grande quantidade de
caracteres e signos ainda por serem decifrados. Esta colossal pedra cifrada está
localizada no Estado da Paraíba, na Serra da Borborema, município de Ingá, às
margens do rio de mesmo nome, antigo Bacamarte, a 85 km de João Pessoa e a 35
km de Campina Grande. Estes registros tornaram esta pequena cidade grandiosa no
debate sobre Patrimônio Histórico.
Na época das
chuvas este grande monólito fica parcialmente encoberto pela água e no tempo
seco pode ser visto em sua totalidade, além de que o leito do rio fica
completamente seco, com apenas algumas poças d’água espalhadas em quase toda a
sua extensão.
Que registros
são esses? Sobre o que eles falam? As Itacoatiaras do Ingá formam um paredão de
15 metros de extensão por 2,30. São inúmeras inscrições na pedra, compondo um
sistema de signos/símbolos com inúmeras probabilidades de entendimento. Por
isso, podemos afirmar que a arte rupestre das Itacoatiaras do Ingá representam
um dos vestígios mais importantes dos primeiros habitantes da Paraíba.
Este conjunto
de inscrições rupestres possui uma excepcionalidade, tanto em relação à sua
forma e métodos utilizados, quanto à sua complexidade e execução de sua vasta
petrografia. Além disto, suas insculturas parecem ter sido rigorosamente
planejadas, traçadas e executadas, criando assim certa dificuldade junto aos
estudiosos.
Recentemente
dois pesquisadores voltaram-se para estudar a chamada “Pedra do Ingá”, o
arqueólogo Juvandi Santos (2007) cuja preocupação maior está voltada para a
comprovação da existência de sítios arqueológicos em cada mesorregião da
Paraíba, como também para a sistematização das gravuras ou produção cultural
encontrada em cada um.
Já o
historiador Vanderley Brito (2008) teve por motivação maior conseguir desfazer
as “impressões fantasiosas”, de que seres extraterrestres teriam feito as
marcações na Pedra do Ingá, e provar que as inscrições são obras de paleoíndios
(os primeiros nativos que ocuparam o Brasil). Em sua pesquisa Brito
desenvolveu uma metodologia de estudos sobre gravuras que vem se destacando
quando o assunto é arte rupestre.
Estes dois trabalhos são importantíssimos na redescoberta da pré-história da Paraíba, uma linha de pesquisa pouco desenvolvida e, portanto, pouco valorizada. Talvez resulte dessa ausência de valorização com Patrimônio histórico o esquecimento e o abandono por parte não só das autoridades, como da própria sociedade.
Assim, ao conhecer
as riquezas arqueológicas da fabulosa “Pedra do Ingá” aprendemos a valorizar, a
cuidar e preservar este nosso tesouro. A Paraíba e o Nordeste agradecem!
Fotos –
Professor e fotógrafo Arnaldo Vitorino da Silva, de Santa Cruz do Capibaribe,
Pernambuco.
Fontes – Texto
produzido através dos escritos de Érica Fabrícia C. da Silva – http://humanaspanorama.wordpress.com/2012/03/21/110/
e J.A. Fonseca – http://www.aforteanosla.com.ar/Colaboraciones/brasil/articulos/fonseca%20pedra%20inga.htm
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.wordpress.com/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Pois é caros professores Mendes e Medeiros, que bela pedra essa das Terras da Paraíba, Estado vizinho aos senhores!
ResponderExcluirSe aqui em nossa Serrinha existisse uma beleza dessa, eu passaria a residir às margens do rio onde situa-se tão bonita pedra com seus caracteres - até aqui -, indecifráveis. Muito, muito bonita.
Abraços,
Antonio José de Oliveira - Povoado Bela Vista - Serrinha - Bahia