Em um ato
intempestivo, o coronel Delmiro Gouveia resolveu raptar a menor Carmela Eulália do Amaral Gusmão,
por quem se apaixonara. A moça era filha do governador de Pernambuco,
Segismundo Gonçalves (1845-1915), importante aliado de Rosa e Silva.
"Enquanto elles viviam pelas
ruas, cafés, casas de pensão, restaurants, trens e mesmo em seus escriptórios,
onde à falta de trabalho passam o tempo a se occupar da vida alheia, eu estava
no labor do meu negócio, externuando-me na verdadeira lucta pela vida, afim de
conseguir o que tanto hoje os incommoda" (GOUVEIA, 1 jan. 1898, 2).
"O que medeia entre essa
humillissima posição e a de um industrial util á minha patria, que sou hoje, é
apenas uma pagina de trabalho" (GOUVEIA, 7 jul. 1899, 4).
"Fiquem certos esses
calumniadores de officio que não ganho nem estrago dinheiro em jogatinas; não
empresto a juros de vinagre; não sirvo de capacho, de limpa botas de quem está
acima de mim em posição ou vantagens (...)" (GOUVEIA, 5 jan. 1900, 2).
"Si elles tivessem no
sangue, nos nervos, nas faces, vergonha, e no organismo alguma coisa de energia
e sentimento, deviam orgulhar-se de haver um homem do povo, pobre porém
trabalhador, capaz de mostrar-lhes com exemplos que quem lucta pela vida com
honradez, actividade e perseverança, póde conseguir uma posição na sociedade e,
em vez de andarem pelas ruas, cafés, trens e esquinas empregando-se na
maledicência, podiam dedicar-se ao trabalho proveitoso, que nobilita o homem e
dá-lhe sempre o direito de confundir seus inimigos gratuitos" (GOUVEIA,
1898, 2).
www.usp.br/pioneiros/n/arqs/tCorreia_dGouveia.doc
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário