Por José Ribamar
Na
terra que viu nascer
Manoel
do violão,
Na
fazenda Solidão
Nasceu
esse humilde ser...
Um
sábio por não saber
Semear
desarmonia
E
gostar da melodia
Da
voz que a cascata tem.
Na
minha terra também
Se
respira poesia.
01
Lá
o galo de campina
Afina
as cordas vocais
E
ouvindo os sabiás
Canta
depois que afina.
Molhado
pela neblina
Da
nuvem que se desfia
Nas
garras da ventania
Que
não diz de onde vem
Na
minha terra também
Se
respira poesia.
02
Tem
poesia entocada
Nas
coivaras de cipó
Lá
não se respira só
Cheiro
de pólvora queimada.
Passe
lá dê uma olhada
Na
vaca que lambe a cria...
No
pinto novo que pia
Catando
grãos de xerém.
Na
minha terra também
Se
respira poesia.
03
Um
rangido de cancela
Retrata
um gemido triste,
Um
pouco de mim existe
Em
todo pedaço dela.
A
terra que nasci nela
Acorda
cedo do dia
Pra
ouvir a voz macia
Do
pescoço do vem-vem.
Na
minha terra também
Se
respira poesia.
05
Lá,
no terreiro dum rancho
Parecendo
uma criança
Um
beija-flor se balança
Num
fiapo de garrancho.
Um
Soim dorme num gancho
De
pau, numa sombra fria,
No
pé do pote uma Jia
Canta
pra Deus no além.
Na
minha terra também
Se
respira poesia.
06
Terra
que há de citar
Sentindo
um orgulho puro
Nos
eventos do futuro
O
nome de Ribamar.
Na
minha terra o luar
Despeja
tanta magia
Que
cheio de alegria,
Penso
que virei neném.
Na
minha terra também
Se
respira poesia.
O7
31-01-2017
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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