Por José
Mendes Pereira
Foi por
aqueles belos bairros de Mossoró que vivi a minha adolescência e juventude
juntamente com tantos outros que comigo moravam numa Instituição de Menores.
Quem já passou por instituições apoiadoras de menores é que sabe o quanto é
divertida, faz viver, crescer, educar-se, e lá, não forma, mas informa a vida
como ela deve ser vivida por qualquer adolescente que pensa no futuro.
Uma vida
crescida numa repartição desta erra se quiser, porque os cuidados pelos seus
hóspedes estão presentes a todo instante. Cada educador está de olho no aluno
interno, justamente para que ele não erre nunca. Se errar, será punido, mas uma
punição que não deixará o interno com o fator psicológico arreado.
Lembro-me dos
valiosos apoios que eu recebi de todos aqueles funcionários que trabalhavam
naquela repartição educacional. Todos de bons comportamentos, nenhum abuso,
nenhuma ignorância e nenhuma violência praticada contra internos.
Do meu tempo e
do tempo dos manos Raimundo
Feliciano, do Railton
Melo, do Jorge
Braz, do João Augusto Joao
Augusto Braz, do Francisco José Caldas da Silva, do Manoel Flor de Melo,
do Francisco
Mauricio Gurgel, do Walter, do Francisco de Sousa (já falecido) do Tigá
(Wilame), do Zé Lira (já falecido), do Galdino meu primo, do França, do Batista
e do padre José de Anchieta, além de outros, tínhamos como pessoas do nosso
convívio que faziam tudo para nós (mas lembrando que nenhum deles era nosso
empregado, apenas era servidor do Estado), como a Maria Beatriz de Melo, a dona
Maria de Lourdes de Medeiros (já está na casa do Senhor), dona Maria
engomadeira que ainda está aqui conosco, o
seu Néo que sempre o visito, inclusive em companhia do mano Raimundo Feliciano,
o Vicente que nunca mais o vi, a Joselita que também não tenho notícias dela, A
Terezinha (Tetê) tia do Francisco Gurgel e do Walter, o José Fonseca que também
foi visitar o nosso pai celestial, a dona Joana que há anos foi participar do
ministério do criador,... e mais outros funcionários, todos estes eram pais e mães
para nós, que mesmo fazendo parte da nossa educação, e se um errasse, jamais
entregariam o erro daquele aos superiores. Mas um erro praticado por um interno
jamais foi cabeludo. Praticava apenas como uma maneira de disfarçar a ausência
de familiares, principalmente aqueles que eram totalmente órfãos de pais e
parentes.
Lembro-me
quando o inverno era farto e o rio Mossoró enchia tanto que transbordava aos
arredores dos bairros e avançava também pelo centro da cidade, dificultando o
bom movimento do comércio e da indústria. Na Rua Benício Filho cruzamento com a
Presidente Dutra, na grande Ilha de Santa Luzia, formava um rio raso com
correnteza forte, e atrapalhava a quem se deslocava para o centro da cidade e
assim vice-versa.
No bairro
Paraíba as águas cobriam todo chão da Rua Cunha da Mota, invadindo os bairros
Pereiros e uma boa parte do bairro Alto da Conceição, mas neste último, só eram
atingidas as casas que ficam mais próximas do rio.
Lembro-me que
ali, alguns alunos da Casa de Menores saíam sem permissão, digamos assim, “às
escondidas”, para verem de perto as águas preenchendo os espaços de algumas
ruas. Ali, pela Churrascaria “O Sujeito”, mesmo à beira do rio, o seu assoalho
já estava totalmente coberto pelas águas, mas em pequena quantidade.
Descendo para
o bairro Paredões já na região Norte de Mossoró, aqueles que moravam bem
próximos ao leito do rio, as águas já tinham dispensados quase todos os
moradores, e através da Prefeitura Municipal de Mossoró eram levados para os
órgãos públicos, escolas do município e do Estado.
Mas
posteriormente, o prefeito Dr. Jerônimo Dix-huit Rosado Maia acabou com este
problema, não todo, mas uma boa parte, contratou uma empresa para aprofundar o
leito do rio e dos córregos que passam por dentro da cidade, fazendo com que os
mossoroenses que sofriam com este problema ficassem tranquilo quanto às
enchentes do rio Mossoró.
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