Por João Filho de Paula Pessoa
Poço Redondo em Sergipe, era um pequeno povoado na década de trinta, teve uma forte simbiose com o cangaço, tendo muitos de seus filhos ingressados nas fileiras do movimento cangaceiro, existia até uma fama à época, em que dizia que em Poço Redondo, quem não fosse cangaceiro, era coiteiro. Lampião exercia forte influência e tinha boas relações no povoado, assim como outros sub chefes, como Zé Sereno, Mané Moreno e Mariano. Poço Redondo é chamado por alguns historiadores como a Capital do Cangaço e por ironia do destino, foi lá onde o Cangaço se acabou, já que a Grota de Angicos localiza-se na vastidão de sua zona rural. Dos filhos do pequeno Poço Redondo, mais de trinta jovens seguiram a vida errante do cangaço, como Cajazeira, Zabelê, Correnteza, Delicado, Novo Tempo, Mergulhão, Marinheiro, Canário, Diferente, Elétrico, Moeda, Alecrim, Sabiá, Penedinho, dentre tantos outros, com destaque especial para suas Sete Filhas que aderiram ao Cangaço, sete jovens mulheres, que por motivos diversos, seguiram o árduo e perigoso caminho bandoleiro, algumas sobreviveram ao Cangaço e viveram para contar suas histórias, mas a maioria delas amargou um triste destino, Dinda de Delicado, Sila de Zé Sereno e Adília de Canário, sobreviveram, mas Enedina de cajazeira, morreu em Angicos, Áurea de Mané Moreno, foi morta pelas volantes juntamente com seu companheiro, Rosinha de Mariano, foi assassinada pelo bando após a morte de seu companheiro, e Adelaide de Criança, morreu de parto juntamente com seu bebê nas entranhas da Caatinga. Poço Redondo entrou para a história com a marca de sua forte relação com o Cangaço, a memória de seus filhos e filhas cangaceiros e o evento de Angicos que culminou no fim deste fenômeno.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 03/12/2020.
Assista o filme deste Conto - https://youtu.be/9RgtN2Ncu10
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