Por José Mendes Pereira
Antonio Silvino fez a sua parte e foi um cangaceiro que fazia justiça, e segundo o pesquisador do cangaço capitão Alfredo Bonessi, o Antonio era respeitador de lares e de mulheres, pedia antes de se apossar, se alguma mulher o repreendesse ele até pedia desculpas e ia se embora.
Praticava a justiça por onde andava e casou muita gente nesse sertão na marra, às vezes a coice de rifle, outras vezes a ponta de punhal. Não digo que era um homem corajoso, mas astucioso, esperto, muito precavido – andava sempre com pouca gente e se fazia obedecer pelos seus comandados.
Antonio Silvino sempre afirmava: Lampião é um príncipe!
Sobre o capitão Lampião Alfredo Bonessi o classificou como sendo aguerrido, ágil, não fazia esse tipo justiça, não respeitava as mulheres, permitia que elas fossem estupradas e marcadas a ferro, ele mesmo forçou algumas delas, não tinha dó de ninguém, não ligava para a tortura que sofria as suas vitimas, desprezava a morte e sabia que um dia morreria por uma bala qualquer – sua estratégia maior era não ser pego pela policia. Diversas vezes quis se entregar e seus irmãos não o deixaram.
Levino Ferreira, seu irmão, dizia para ele:
- Você é um frouxo, um covarde – não serve para ser cangaceiro.
Lampião sabia quando era a hora de lutar e a hora de escapar. E dizia sempre:
- Não enfrente os macacos.
Lampião tinha a sua própria justiça, a justiça lampiônica, pois a justiça era dele – a justiça era ele – ele fazia as suas vinganças a sua moda, muito cruel. Lampião andava quase sempre com muita gente no bando e permitia que chefes previamente designados mandassem nos seus grupos e decidisse a sorte daqueles cangaceiros que por acaso fizesse algo que deveria ser punido com a expulsão do bando ou até mesmo a morte.
- Ele sempre dizia:
- cangaceiro é para morrer no mato, de bala, feito bicho.
Cumpriu-se essa profecia.
Lampião dizia diferente com Antonio Silvino:
- Antonio Silvino é um covarde, pois se entregou!
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