Conta Luiz Gonzaga
"Quando
eu vinha do Rio, nem passava pelo Exu, ia direto pro Araripe. Uma vez, estou
chegando, um sol quente danado, e aí eu vi uma velhinha caminhando na estrada,
e buzinei de leve. Ela abriu a estrada pra mim, ficou em pé, parada no lado. Eu
vi que era a sogra do meu pai (nesta época, Santana já havia morrido e Januário
estava casado com Maria Raimunda). Aí parei o carro e gritei:
- Quer carona, meu bem?
- Quero não senhor, que eu to indo aqui pertinho.
Ela não tinha me reconhecido, tinha vista curta...
- Mas a senhora deve estar cansada, com esse calor, em um minuto a senhora chega.
- Não, não estou cansada não, que eu moro aqui pertinho.
- Tá mentindo, Sá Raimunda, daqui pro Araripe dá uns cinco quilômetros ainda!
Foi quando ela me reconheceu e falou:
- Ô 'meu zamor', me leve que eu tô morrendo de cansada!"
(Do livro A vida do viajante, de Dominique Dreyfuss)
http://hotsites.diariodepernambuco.com.br/2012/gonzaga/causos.shtml
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