Por Valdir Jose Nogueira
Dom Sebastião
As notícias
das pregações do profeta impostor João Antônio dos Santos, a respeito do
desencantamento do reino de D. Sebastião, haviam se espalhado com rapidez.
Tendo sido avisado do que ocorria, o padre Francisco José Correia de
Albuquerque se dirigiu para a Fazenda Cachoeira, pertencente ao capitão
Simplício Pereira da Silva, por parecer-lhe ficar mais próxima dos lugares, em
que mais enraizada se achava a doutrina plantada pelo mameluco, e ali chegando
expeliu emissários em sua procura, e tratou de missionar alguns dias com o
único fim de eliminar do povo tão pernicioso fanatismo. Quando João Antônio ali
chegou, foi notificado de que não deveria prosseguir em suas atividades. Sem
esboçar qualquer resistência, ele concordou com as determinações do padre, retirando-se
com sua mulher para os lados do Rio do Peixe, passando dali para o sertão dos
Inhamuns na Província do Ceará.
Conforme
narrou o historiador Mário Melo, no seu artigo do Diário de Pernambuco, de 9 de
agosto de 1931: “João Ferreira, cunhado de João Antônio, assume a chefia do
bando, faz-se coroar rei daquele povo e marcha com sua gente em direção a Serra
do Catolé, onde já repontava a torre do castelo de El – Rei Dom Sebastião. Das
imediações da serra, continuavam a chegar fanáticos. João Ferreira lhes dava a
beber um composto de manacá e jurema e a fumar uma erva com a propriedade de
ópio – talvez a maconha. Com o espírito entorpecido pela beberagem e pelo fumo,
os fanáticos viam as riquezas de que lhes falava o rei e já se sentiam
possuidores daqueles tesouros imaginários.”
Valdir José
Nogueira de Moura, pesquisador e escritor
Conselheiro
Cariri Cangaço
São José de
Belmonte
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