Por José Cícero Silva
Ainda soa até
hoje em meus ouvidos o som característico do motor da vespa de seu Renato, como
igualmente, o barulho da rural de João de Quina, Papaleu e Paizim, em relação
ao ronco da Mercedes de seu Morzart dirigida por Pinguim e o som diferenciado
do jeep de Dorzim, da de Nezim e de Percival.
Como ainda, do
prefixo da difusora de Juarez, a voz do Cariri a se espalhar pelas cornetas da
praça, das portas dos mercados. As batidas do sino da matriz, da estação, a
sirene da Colinis... A sineta do grupo escolar, do ginásio e o apito do trem da
feira nas indas e vindas lá do Crato . Lembro-me ainda, do canto dos pavões de
Antonio Linard e do barulho da roleta do jogo de Chico Luiz, como da catraca da
bicicleta Monark de Pecador e Irinaldo.
E eram tão
conhecidos estes ruídos diários do meu tempo de menino, muito mais que o chiado
de penico e o cantar dos grilos do quintal de casa... Como também, o som do
motor do chafariz de Zé Maquinista, do Opala de dr. Rildo, a picap de seu
Murilo e do caminhão "mixto" de Pedro Esmeraldo. Do velho rádio da
bodega de Galego Brás e de Nair, da buladeira de pilar arroz de seu Pedro, da
máquina de costura de Zé Leôncio, Odilon, Zé Zungueta e de Almir. Como do Fusca
de Ari e Zé Wilson, ao caminhão de Zé Arnour, Nego Duzentos, Alcy e o maverick
de seu Horácio. Recordo também da zuada estridente e inesquecível do eixo de
pau roliço do carro-de-boi do velho povoado carregando lenha dos matos para os
engenhos de cana de Antônio Argeu, seu Aparício Joaca Rolim, seu Novaes, pedro
da Cruz e seu Osvaldo. Da difusora Guararapes, das festas do clube, das risadas
de seu Rubens, do trem a deslizar sobre os trilhos, da banda de Gilvan Duarte e
das músicas que tocavam nos antigos parques. Além do violão melodioso de Almir
Sampaio do afinado cavaquin de seu Zezim Martins. Como também da canção de
Bilora e seu Horácio, do som da mutuca no tabuleiro, das sinucas de Julião, das
batidas de seu Oscar flandeiro, dos fogos da capela e das bombas de São João.
Da algazarra dos meninos antes da escola e dos dias de eleição. Das aulas de
Angelita e dona Dory. Dos gols no 'Dantão' de Raimundo Pio, de Betim, de Felipe
e de Canquim. Da venda das frutas de Cecy, das quedas d'aguas da Cachoeira, das
moendas da garapeira de seu Lu e Bibi e da fala calma nos contando estorias, do
saudoso Chico de Oli.
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