Por Analucia Gomes
Doutor em
Sociologia e Pós-doutor em Filosofia pela Sorbonne, psicanalista, Daniel Lins é
professor do Departamento de Ciências Sociais da UFCE. É autor de mais de vinte
livros, entre outros: “Lampião o homem que amava as mulheres”, “La Passion
Selon Lampião”.
O seu livro, ‘Lampião - O homem que amava as mulheres’, evidencia-se
na bibliografia do cangaço como um trabalho acadêmico que utiliza a metodologia
científica para discorrer sobre um assunto tão característico do imaginário
popular nordestino. Daniel Lins não separou o “imaginário” do “acadêmico”, ou
histórico. Segundo ele, a própria história é um imenso imaginário.
Diante do
vazio de pesquisas acadêmicas acerca de Lampião, em particular, e do cangaço em
geral, foi possível, para além do “racismo de classe” (Bourdieu) da academia,
salvo honrosas exceções, trabalhar o cangaço e Lampião segundo uma metodologia
séria, numa linguagem rigorosa, sem matar a poesia da personagem nem a força do
imaginário popular que criou, à sua maneira, uma constelação de lendas e contos
extraordinários, cotidianos, a respeito de Lampião e do cangaço. Escreve-se
sobre o cangaço, o que vale dizer que, em geral, não se escreve com, mas
contra: é a escrita do julgamento, muitas vezes improvisada, pobre e sem
comprovação, sem formação nem metodologia, guiadas ora por um amor excessivo ao
personagem, ora por um ódio beirando o racismo, os “donos” da memória do
cangaço terminaram por exilar o cangaço na sua própria diferença. Daniel Soares
Lins é sócio da SBEC.
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