Por Verluce Ferraz
Lampião não
aceitava os próprios dons e gostos pelos costumes e desejos das atividades
feminis. Entrou cedo para o cangaço, mas rejeitava seus desejos de fazer renda
– mesmo admirando a arte – tanto que compôs a letra em demonstração de amor
pela avó. Trazendo a Maria de Déia para o convívio do cangaço, (aos trinta e
dois anos de idade, (já não era mais tão jovem) é que admitiu a entrada da
mulher no seu grupo), agora passará a todos uma aparência de forte, indomável,
valentão; superando suas fraquezas através do uso das armas de fogo e de punhal
– coisa que jamais abandonou; nem nos momentos de relacionar-se sexualmente com
alguma mulher. Algumas vezes procurava uma parceira para dar evasão à sua libido.
Colorida por Rubens Antonio
Com a presença da mulher no grupo, quebrará um tabu – “mulher não
amolecerá mais homem” – Destarte o cangaceiro imprimiria muito mais a
masculinidade, tendo uma companheira ao seu lado. Agora será a Maria, a mulher
do Capitão, que terá o condão de mostrar a todos que na estampa exuberante de
Lampião estarão todos protegidos. Já separada do marido, experiente com o ex, o
Zé de Neném, se arvorou na vida de cangaceira. Brincalhona, geniosa, mandona.
Outra mulher na vida de Lampião, ou em tomando seu lugar, nem pensar! Maria
reforça mais o lado masculino daquele cangaceiro; suas características
femininas serão sopesadas pela influência da mulher, serviram-lhe de afirmação.
Colorida por Rubens Antonio
Agora Lampião poderá cozinhar, bordar, costurar para ambos os sexos, - até
criar modelos UNIGÊNERO; enfeitar-se da mesma maneira que as mulheres. Usar
roupas de cores fortes, enfeitar-se de galões, sianinhas, usar trancelins e
anéis em todos os dedos, bordar flores nas vestimentas sem causar admiração.
Lampião trazendo a mulher para junto de si, poderia usar todo e quaisquer
apetrechos, igualmente aquelas.
Colorida por Rubens Antonio
E todos os que o acompanhavam em seus grupos,
eram bastante jovens, sempre submissos; menos inteligentes que ele. Além de
cobiçarem o perfil do cangaceiro que os compensava com alimentos, roupas e
ensinando-os no manejo das armas. Após as matanças, que não eram raras,
comemoravam dançando, fazendo loas (versos) e propiciava a todos com comida e
laser. Os enfeites usados igualmente por todos dos bandos eram designativos de
força e serviam de união para todos os grupos. Já para Lampião a serventia era
da imposição; um elo da sua força.
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