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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O MURRO DO DIABO.

Por João Filho de Paula Pessoa

No final dos anos 20, Lampião e seu bando estavam almoçando num coito pelo Sertão Nordestino. Durante a refeição Lampião comenta que a comida está muito ruim e enquanto a velha senhora que servia ao bando estava servindo os outros pratos, Volta Seca, um garoto, se levanta e desfere um forte tapa na pobre senhora, que esta cai “estatalada” no chão. 

Corisco o Diabo Loiro ao ver aquela cena, imediatamente se levanta e senta o murro na cara de Volta Seca, que também cai “estatalado” no chão. 

Lampião diante daquela situação reclama e brada com Corisco, dizendo que o chefe ali era ele e que não permitia que nenhum cabra seu apanhasse sem o seu consentimento. 

Corisco altivamente, retruca dizendo que se Volta Seca bater novamente naquela velha senhora ele o mata. 

Lampião então diz a Corisco que se ele matar Volta Seca, ele o mataria também. 

Corisco usando do bom censo e do respeito que tinha pelo capitão, diz que, se era para ser daquela forma, preferia sair do bando e criar o seu próprio grupo. 

Lampião por sua vez, sem perder sua autoridade fala à cabroeira que Corisco está saindo do bando, e quem quiser, pode acompanhá-lo. Momento em que quatro cabras se levantam e seguem Corisco em seu novo bando, que em verdade tornou-se um dos primeiros sub-grupos do bando de Lampião. 

O Respeito, a consideração, a hierarquia e a amizade entre Lampião e Corisco foram mantidas incólumes até o fim do Cangaço. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce., 07/02/2020.


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