Por Zé Salvador
Nas
velas o nobre sangue,
grafando
os seus ancestrais:
povo
Nagô, Iorubá
foram
de formas brutais
jogados
no cativeiro
pra
servir ao estrangeiro,
desde
os avós e seus pais.
.
Estalou
chicote abordo
no
lombo da rebeldia,
o
mar batendo na proa,
vendo
aquela covardia
gemem
ressacas e mastros
assistindo
humanos lastros,
nessa
abissal agonia.
.
Foi
Soba na sua aldeia,
Régulo
no seu território,
mas
vencido pela guerra
teve
um poder transitório,
foi
feito prisioneiro
nos
porões do cativeiro,
pisou
no caminho inglório.
.
E
nas mãos do capataz
que
sofreu grandes agruras,
o
chicote lhe doeu,
doeu
mais foram fraturas
no
seu brio, alma e orgulho,
superou
dando mergulho
pra
fora das amarguras.
.
Pediu
aos seus orixás
resignado
e bem forte,
que
desse para seus filhos
uma
diferente sorte,
pra
viver e trabalhar
e
os descendentes criar,
não
sendo assim, dê-lhe a morte.
.
Ergue
à luz da liberdade,
seu
filho amado "liberto",
grilhões
quebrados nos pulsos,
Porém
com caminho incerto,
Nas
águas dessa incerteza
Navegou
sua nobreza
Quando
singrou mar aberto.
PoiZé!
Poema
e foto de Zé Salvador.
S.G.01/03/2024.
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