Por Antônio Corrêa Sobrinho
A rigor, a
HISTÓRIA, como conjunto de conhecimentos relativos ao passado, segundo o lugar,
a época, o ponto de vista escolhido, costuma ser contada pelos vencedores,
pelos conquistadores, pelos dominadores. A história do Brasil é uma delas.
A História,
portanto, como um recorte, como versão de algo ocorrido, como tradução e
interpretação de fatos e acontecimentos do passado, será sempre incompleta,
incerta, não conclusiva. A história do Cangaço é uma delas.
VIRGULINO
FERREIRA DA SILVA, o famoso cangaceiro LAMPIÃO, cria do adusto e vulnerável
sertão pernambucano, chefe de um sem número de bandoleiros, considerado o Rei
do Cangaço, um dos civis que mais afrontaram e afetaram a sociedade e o poder
público brasileiro, caso tivesse sobrevivido ao banditismo que ele
protagonizou, muito ele teria a dizer, a relatar, a argumentar, a explicar, a
definir. Diria da sua infância; da sua relação com seus pais e irmãos, dizia
dos seus outros parentes e de amigos; das causas que o levaram ao cangaço; das
dezenas de encontros com as volantes; de suas tratativas com chefes políticos e
líderes poderosos; diria do seu encontro com Padre Cícero Romão Batista;
discorreria sobre a sua aventura inglória em Mossoró, no Rio Grande do Norte;
sobre sua espetacular presença em Capela, na zona da mata sergipana; sobre seu
romance com Maria Bonita; sobre seus atos antijurídicos, acertos e desacertos;
seus sonhos, ambições e desejos; e, especialmente, tudo mais porque ele passou
e a pesquisa sequer cogitou.
Isto
considerado, sou levado a imaginar o quanto a história do Cangaço perdeu sem A
VERSÃO DE LAMPIÃO.
Tivesse o
ditador Getúlio Vargas um pouco que fosse de historiador, decretaria em letras
garrafais: QUE SEJA LAMPIÃO CAPTURADO, MAS VIVO.
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