Por José Mendes Pereira
José Leite de
Santana, o Jararaca, nasceu no dia 05-05-1901 em Pajeú das Flores, no Estado de
Pernambuco (terra do Sinhô Pereira), e faleceu no dia 18-06-1927.
Era um homem
forte, de estatura mediana, moreno-escuro e muito violento. De comportamento
absurdo, obrigando-se a fugir de sua cidade, indo para Maceió, Alagoas. Foi
covardemente assassinado em nossa Mossoró, no dia 18 de junho de 1927, cinco
dias depois da invasão de Lampião.
Com medo da
jararaca humana se soltar, ou mesmo Lampião voltar à cidade para resgatá-la, os
policiais resolveram covardemente assassiná-la. Em sua opinião leitor, qual é o
apelido mais apropriado para os executores da fera humana?
É claro que
não devemos deixar de elogiar os bravos homens que defenderam Mossoró do ataque
de Lampião. Mas também não devemos dizer que Mossoró foi uma grande heroína.
Qual é a razão finalmente? Heroína desse jeito?
O que vemos
nos depoimentos que foram dados aos repórteres, por pessoas que estavam
presentes na noite que fizeram a “covarde chacina à Jararaca”, é que o
cangaceiro foi desprezado e brutalmente assassinado. Ainda comentam que ele foi
enterrado vivo. Uma justificativa para que possamos defender o bandido, é que
ele estava algemado, baleado, faminto e muito doente.
Existe um dito
popular que diz: “não se mata homem deitado e nem amarrado”. Imagine
bem o sofrimento deste homem, quando viu que estava chegando a um lugar que
jamais sairia dali vivo. Sem defesa e sem proteção de Deus. E principalmente
sendo justiçado pelo homem que não sabe fazer justiça.
Será que o
marginal Elias Maluco, assassinou o repórter Tim Lopes, copiando o que os
policiais de Mossoró fizeram com Jararaca?
Outra
perversidade foi o desprezo que deram ao cangaceiro. Não chamaram um médico, e
nenhum comprimido foi dado ao marginal, para que ele se sentisse aliviado das
dores causada pela bala, que perfurou o seu peito e caminhou rasgando o pulmão.
Isso, se ver claramente na foto que foi tirada no momento em que ele estava na
cadeia.
Desculpa-me
minha linda Mossoró! Mas você não deve se gloriar dos absurdos feitos dos teus
filhos. Eu sei que você não tem culpa dos erros cometidos por eles.
Mas essa prática violenta está sendo abominada pelos teus netos, e será sempre
pelos teus bisnetos, trinetos e futuras gerações.
Um cadáver
pede mais uma chance para continuar repousando no Cemitério São Sebastião em
Mossoró
Rodolfo
Fernandes de Oliveira que no dia 13 de junho de 1927, era prefeito de Mossoró,
foi o idealizador da resistência contra o bando de Lampião que tentou invadir
a cidade. E infelizmente existe um grande desprezo ao nosso herói. Até
mesmo o túmulo do ex-prefeito, lá no cemitério São Sebastião, está totalmente
deteriorado, necessitando de uma limpeza urgente. A Prefeitura Municipal de
Mossoró deve mandar gravar o seu nome, data de nascimento e falecimento, cujos,
não se encontram para pesquisas. Limpar pedras, placas e colunas que sustentam
a cobertura que protege o seu busto. Um homem que organizou um batalhão de
resistentes civis contra o bando de Lampião, hoje é simplesmente um cadáver que
repousa em seu túmulo desmoronado.
Infelizmente
Rodolfo Fernandes de Oliveira faleceu duas vezes em Mossoró. A primeira: “MORTE
NATURAL”. A segunda: “DESPREZO”, por não ser lembrado na cidade
em que prestou os seus serviços e combateu o perigoso bandido Lampião.
Se a
Prefeitura Municipal de Mossoró não cuidar do túmulo do ex-prefeito, os seus
restos mortais correrão o risco de desaparecerem do cemitério, assim como
aconteceu com os de Jesuíno Brilhante, quando o médico, o Doutor Almeida
Castro se responsabilizou por eles, deixando-os várias décadas no Colégio
Diocesano de Mossoró, para depois fazerem parte do acervo museológico de um
senhor chamado Juliano Moreira, lá no Rio de Janeiro. E por falta de
responsabilidade, hoje se encontram perdidos.
Se Jesuíno
Brilhante era patuense, por que não entregaram os seus restos mortais à
população de Patu, como história de sua cidade?
No meu
entender, a Prefeitura Municipal de Mossoró, tem como obrigação, manter no
cemitério, os túmulos limpos e bem cuidados, principalmente àqueles que os
familiares desprezaram por uma razão qualquer. Até porque os túmulos bem
conservados ficarão mais bonitos para quem os visita.
Se Rodolfo
Fernandes de Oliveira tivesse nascido no berçário “ROSADO”, seu nome
estaria gravado em tudo que era de lugar. Até mesmo nas palmeiras. Como não
nasceu no seio Rosadomania, seu nome desapareceu do túmulo.
Se nós analisarmos
cuidadosamente, Rodolfo Fernandes de Oliveira morreu para sempre, no dia
16 de outubro de 1927, quatro meses depois da invasão de Lampião a Mossoró;
restando apenas o seu túmulo desprezado e mal cuidado.
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