Por: Manoel Severo
Honório de Medeiros e Manoel Severo
Fragmentos da espetacular Conferência do pesquisador Honório de Medeiros, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por ocasião do Fórum do Cangaço, promovido pela SBEC, no ano de 2010, com o Tema; Cangaço: entre o saber histórico e o conhecimento escolar.
"...Creio firmemente que é por intermédio da crítica que conhecemos. A crítica no sentido grego do termo, não em seu sentido vulgar. A crítica que pressupõe um conhecimento existente previamente adquirido, fragmentação das expectativas em relação a esse conhecimento, elaboração de novas teorias explicativas que hão de ser submetidas a testes seja no grande palco da vida, seja na Academia, e, enquanto resultado, um novo conhecimento retificado que estará, por sua vez, à disposição de novas retificações, em um processo para o qual não se conhece fim."
"...Considero, portanto, para iniciarmos, que o diálogo entre os dois saberes, não-institucional e institucional, ou saber histórico e conhecimento escolar, acerca do epifenômeno do cangaço, ainda é incipiente, apesar da importância do tema."
"Uma das causas pelas quais o cangaço não é ampla e profundamente discutido nas salas-de-aula é a resistência da Academia, chamemos assim a instância oficial de produção do saber científico, a aceita-lo e trata-lo como algo além de folclore. Aqui, folclore assume a proporção de um conhecimento menor, mera conseqüência superficial de leis naturais sociológicas precisas e demarcadas – estas sim, importantes, tal qual, exemplificando, a luta de classes.O viés folclórico com o qual o cangaço é percebido pelo saber oficial releva, em larga escala, sua insistente presença histórica na contínua auto-construção da própria identidade sertaneja, reforçando uma paidéia ancestral que, entretanto, aos poucos, oferece sinais de fadiga, quiçá resultante do processo de globalização ao qual estamos submetidos."
Honório de Medeiros
Sócio da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço
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