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quarta-feira, 9 de maio de 2012

A velocidade do tempo

Por: Onaldo Queiroga
 Um dia desses encontrei um amigo que há tempo não o via, porém, tive a nítida impressão que o nosso último encontro tinha sido no dia anterior. O tempo voa e como já disse o poeta Cazuza "o tempo não pára". Não sabemos ao certo o que realmente está acontecendo, porém existe no ar uma sensação de que tudo ganhou velocidade.

Acordamos, tomamos café e partimos para a labuta, todavia, num abrir e fechar dos olhos já estamos diante do crepúsculo, anunciando a chegada da noite com a sua escuridão e o nosso olhar fitando uma rede busca logo deitar o cansaço de mais um dia.

Mas, não é só o dia que ganhou incrível velocidade. Logo começa o mês e já o carteiro nos aparece trazendo aquelas indesejáveis correspondências do fim do mês, sim, contas e mais contas: sejam de energia, de telefone, de água, de um cartão de crédito etc...

Como seria bom se essa velocidade do tempo parasse por ai! No entanto, os anos também resolveram correr, entrar no clima da alta velocidade e, com isso, as pessoas estão cada vez mais carregando a sensação do passar rápido dos anos, pois mal terminamos de usufruir a folia carnavalesca, logo já estamos degustando os deliciosos chocolates da páscoa ou mesmo uma canjica, uma pamonha e um pé-de-moleque do período de São João. Quando nos damos conta, como bem diz o ditado sertanejo, o ano já entrou nos denominados "bro". Sem percebermos, o feriado do sete de setembro já se foi, como também o do quinze de novembro. E, lá estamos nós, sentados em frente à televisão, assistindo à São Silvestre, e numa reunião de família passamos pela noite de natal. Em seguida, novamente diante da televisão conferimos a retrospectiva do ano, assistimos à queima de fogos a iluminar os céus; a luz, então, se apaga e amanhece um novo ano.

Será que o tempo encurtou? Certamente não. Mas o que na verdade vem proporcionando essa sensação de encurtamento do tempo? Muitos sinalizam para o fato de que essa sensação teria sido em decorrência do rápido desenvolvimento dos meios de comunicação e de transporte. É que, no início do Século XX, a comunicação de uma localidade para outra era difícil, as notícias chegavam por mensageiros, pelo telégrafo e pelo rádio, os quais, na época eram peças raras. O transporte desse tempo era restrito: ao cavalo, ao trem e poucos carros. Com isso, a vida caminhava a passos mais tranqüilos e lentos.

Hoje, a realidade é outra, posto que tanto a comunicação como o transporte evoluíram de forma tal que um avião nos leva num dia só para vários destinos e, concomitantemente, se utilizarmos um note-book, podemos ter acesso a diversos portais da internet e lá checar informações de todo o planeta, além de nos comunicarmos com pessoas de vários pontos do mundo.

O fato é que o homem deve entender que evoluiu materialmente, todavia, o ter não deve sucumbir o ser, pois é no espírito que repousamos os passos lentos e sábios da paz e do
amor.
  
Autor:   Onaldo Queiroga

Extraído do blog "Folha do Delegado", do Dr. Archimedes Marques

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