Por: Sousa Neto
Sousa
Neto e a Capelinha dos Nove
No meio da
manhã de sábado, saindo do Estado da Bahia adentrando ao Estado do Tocantins,
eis que se apresenta imponente o primeiro sinal do nosso destino, a absoluta e
afamada Serra Geral. A emoção nos invade e se torna ainda mais intensa.
Estávamos chegando naquele recanto do Brasil tão rico de encantos
naturais e tão cheios de histórias. A Dianópolis de quem tanto ouvimos falar,
finalmente se apresenta tão cortejada encantadora e bela. Satisfação,
prazer, emoção, euforia, ansiedade, uma soma e misto de emoções!
Observava que
os meus companheiros de viagem, estimado amigo Professor Pereira e o meu irmão
Tony sentiam a mesma sensação. Ressalto no primeiro instante a sua
geografia, as primeiras pessoas e seus comportamentos em busca de semelhanças
com o longínquo Cariri Cearense de onde partimos. Sim, algumas simetrias como
havia imaginado.
Entrada
de Dianópolis
O nosso
anfitrião já buscava saber de nosso paradeiro. Trata-se de Hagahús Araújo o
maior humanista que já tive o prazer de conhecer. Uma festa havia sido
preparada para nós. A família nos ofertara um suntuoso banquete. Todos estavam
lá de braços abertos para nos receber. Foi um encontro memorável e
inesquecível. Confesso que fiquei impressionado com tamanha receptividade.
Em casa de
Hagahús e dona Josa, sua esposa, estavam os seus irmãos Vilar e Wilson além de
filhos, genros, noras, netos e bisneto. Havia começado uma festa que
duraria quase três dias. Entre pesquisas, documentação e
viagens de campo, havia sempre uma festa para nós.
Casa de Abílio
Wolney
Antônio
Souza, Hagahus e Wilson Araujo recebem Prof. Pereira e Sousa Neto
Hagahús Araújo
um verdadeiro gentleman, educado e gentil com
todos, sempre disponível e acolhedor. Corretíssimo e honesto em tudo que
faz, tentando amparar sempre, qualidades que soube utilizar na educação dos
filhos que carregam consigo as características dos pais. É sempre referenciado
como exemplo a ser seguido. Ativo, trabalhador e progressista, contribuiu e
continua contribuindo para o desenvolvimento daquela região. Na mesma proporção
Dona Josa, a sua tão carinhosa esposa possuidora de qualidades iguais a do
esposo. Quem foi que disse que os semelhantes não se atraem? Tem mãos de
fadas, de uma elegância incomparável, nas artes plásticas é uma grande artista
e não poderia ser diferente... Só os possuidores de uma carga grande de
sensibilidade sabem o que é isso.
Dr. Wilson
Póvoa e Dona Celeste, um casal arrebatador! Dr. Wilson como é mais
conhecido em Dianópolis, assim como os demais irmãos, é cordato, receptivo e
muito querido por todos, um homem de grandes méritos, também vocacionado as
causas sociais, afinal dirigiu o Instituto de Menores de Dianópolis por quase
30 anos ao lado de sua adorada esposa Dona Celeste, o que precisa dizer mais?
Vilar Araújo:
“O lorde” como carinhosamente foi tratado por nós. É espirituoso, memorialista
e comunicativo, sempre com uma história para contar, definitivamente contente e
com um sorriso estampado no rosto. Sempre foi dedicado a vida no campo, nas
fazendas, que na juventude seguia com as “comitivas” por aqueles
sertões. Esses são os filhos de Luiz Pereira Jacobina (Luiz Padre) ou de
José Araújo e Silva (Zeca Piauí).
Capelinha
dos Nove
Tivemos também
o prazer de conhecer o Dr. Abílio Wolney Aires Neto (Juiz de direito) e o Dr.
Voltaire Aires (advogado), netos do prestigioso Coronel Abílio Wolney. Ambos os
pesquisadores e escritores de varias obras relacionadas a Coronéis, Jagunços e
a historia da cidade. Pessoas de vasto conhecimento e reconhecimento que nos
dispensaram uma grande atenção.
Dianópolis: Da
antiga vila de São José do Duro restam algumas casas e muita história. Hoje
Dianópolis é uma cidade polo naquela região sudeste do Tocantins. Com um
comercio ativo e próspero, o município se desenvolve graças ao trabalho de sua
gente pacata e hospitaleira. Tem grande destaque na educação, por ter
nomes consagrados na literatura, possui a Academia Dianopolina de Letras,
ensino profissionalizante e ensino superior através da FADES (Faculdade para
o Desenvolvimento do Sudeste Tocantinense, que oferece curso de
Direito, Administração, Ciências Contábeis, entre outros).
Ruínas da
velha casa da fazenda Prazeres onde após assassinarem o Cel. José Inácio buscam
acabar os outros "Piauís" Luiz Padre e Sinhô Pereira. O combate
começou pela manhã e terminou a noite. A residência pertencia a Antoninho
cunhado de Luiz Padre e genro de Abílio Wolney.
Entrada da
fazenda Malheiro, propriedade que José Inácio haveria de comprar por cinco
contos de reis se recebesse o dinheiro que Aldo Borges lhe devia.
Sede da
fazenda Santo Antônio. Nessa casa morava Benevenuto, o velho Bené, nesse local
foram assassinados por Aldo Borges, Clarindo da Silva e Antão José dos Santos,
cangaceiros de Luiz Padre.
Os principais
pontos turísticos do município se constituem de rios com belas cachoeiras,
cascatas, nascentes, piscinas naturais, algumas termais e velhas minas de ouro,
todos de fácil acesso. Os rastejadores da história conheceram ainda as
fazendas Santo Antônio e Prazeres palcos de grandes combates entre nordestinos
e goianos. A casa de Liberato Póvoa onde foi assassinado o Coronel José Inácio
de Sousa (Zé Inácio do Barro), o suposto local da sua sepultura, a capelinha
onde guarda perpetuamente os nove chacinados no tronco.
Ao final, nos
despedimos com lágrimas, de saudades, nos olhos e a certeza da conquista de
dezenas de amigos, nessa acolhedora cidade de Dianópolis-TO. Além da
bagagem cheia de informações, fotos, e dados, que serão importantes ao nosso
trabalho de pesquisa.
Sousa Neto
Pesquisador e
Escritor
Conselheiro
Cariri Cangaço
NOTA CARIRI
CANGAÇO: Confirmadas as presenças dos estimados amigos Hagahús e Wilson Araujo
como também de Abilio Wolney Neto e Antônio Souza no Cariri Cangaço 2013, e em
2014: Cariri Cangaço Dianópolis ! Quem viver verá !
http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com
legal revirar memórias. dá um sabor de que as gentes não estão dispostas a esquecer as próprias raizes. ótima visita ao tempo e passado de quem fez história antes da gente.
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