“Diário
da Tarde” – 04/08/1933 - o reaparecimento da fera
Lampião voltou
à cena, depois de alguns meses de repouso. Surgiu na zona do alto São
Francisco, lá onde a Bahia se encontra com as terras de Minas Gerais.
Desta feita, dizem os jornais baianos, o facínora não se limitou a saquear propriedades, assassinar e desonrar.
Foi além e agiu à maneira dos gangsters americanos que sequestram pessoas de
recursos para arrancar-lhes elevados tributos em troca da liberdade.
Depois dizem outras notícias, atravessou o São Francisco e internou-se nos sertões de Pernambuco.
Rio São Francisco
Volta, assim, com Lampião, o desassossego, o alarma a todo o vasto hinterland
nordestino, onde a vigilância do grande Estado baiano não pode ser eficiente e
existem numerosos refúgios ignorados para os períodos de férias do famigerado
malfeitor.
Devemos, neste particular, corrigir um aleive que as informações de procedência
baiana sempre arrogam a Sergipe e ainda agora o repetem.
No prazo de vários meses em que Lampião estava ignorado e inerte, o seu pouso
não foi em Sergipe, como maldosamente afirmam telegramas de Bahia para a
imprensa do Rio.
Há três anos que o bando sinistro de Virgulino Ferreira não encontra meio de
operar em território sergipano, graças às medidas de vigilância e repressão que
o governo tem mantido atentamente, embora com sacrifícios.
Era por lá mesmo, pelo deserto baiano que ele hibernava, aguardando momento
oportuno para reingressar na sua trágica atividade.
Fonte: facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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