Em Mossoró, o
prefeito Rodolfo Fernandes lutou para convencer as autoridades estaduais do
perigo iminente. O primeiro sinal positivo deu-lhe o direito a criar
a guarda municipal com poderes de rechaçar qualquer ameaça contra a
cidade. E assim ele o fez: com fuzis arrecadados pela Associação Comercial,
comprados pela prefeitura e outros enviados pelo Governo do Estado, transformou
Mossoró numa grande trincheira.
Mesmo sem
conhecimento bélico, Rodolfo Fernandes (prefeito) montou a estratégia
vencedora: distribuiu os Guardas em pontos altos da cidade os principais focos
de resistência e estabeleceu algumas metas. A primeira delas seria evitar que
os bandidos alcançassem o centro da cidade. E assim o fez. Transformaram-se em
trincheira: a própria casa de Rodolfo Fernandes (hoje o Palácio da Resistência,
sede do poder público municipal), a torre da Igreja de São Vicente (a mesma que
está até hoje erguida no centro da cidade), a casa de Afonso Freire, o Ginásio
Santa Luzia (hoje sede do Banco do Brasil no centro da cidade), o telégrafo, a
torre da Matriz e a empresa F. Marcelino & C.
O ataque era um aviso para Mossoró, ali perto. O bando iria entrar na cidade para fazer o mesmo. Tomaria a cidade, saquearia o comércio, limparia os cofres do Banco do Brasil. As notícias a respeito da prosperidade de Mossoró ganhavam as ruas e praças de todo o Nordeste. E não havia um homem de Lampião sequer que não pensasse em enriquecer a custa dos mossoroenses.
Às 16h do dia
13 de Junho de 1927, Mossoró vivia uma tarde chuvosa. Dia de Santo Antônio, dia
de ir à missa, mas a cidade não tinha ninguém em suas ruas. O coronel Vicente
Sabóia já havia sido alertado da presença dos cangaceiros em São Sebastião e
comandou a bem sucedida operação de evacuação da cidade. Os mossoroenses que
não se entrincheiraram foram para casas de parentes e amigos na zona rural ou
até mesmo em outros Estados. Em meio ao céu nublado, começou a cortar naquele
escuro de fim de tarde o relampejo das balas dos cangaceiros.
Em meio ao
combate, Mossoró saiu vencedora e com dois troféus de destaque: os bandidos
Colchete e Jararaca, ambos do grupo que entrara na cidade cantando os versos da
canção paraibana "Mulher Rendeira..." Conta o historiador Raul
Fernandes, que é filho do prefeito Rodolfo Fernandes, em seu livro a Marcha de
Lampião, que os versos eram entoados da seguinte forma: "Ô mulhé
rendeira!/ Ô mulhé rendá/ Me ensina a fazê renda/ Qu'eu te ensino a
guerreá..."
Parte do todo.
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