No combate de Angico (que morreu Lampião, Maria Bonita, mais 9 cangaceiros e um volante policial), o braço direito do Tenente João
Bezerra (comandante da volante), foi o bravo soldado Mané Véio. Esse bravo policial faleceu em Pires do Rio-GO, há alguns anos atrás. Tinha como página negra da sua vida, ter eliminado duas (02),
ex-companheiras e uma filha. O homem era uma fera, e, cumpriu pena no CARANDIRU-SP. - Fonte: facebook - Página: Voltaseca Volta.
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Minhas inquietações
Não tenho condições de afirmar com segurança, mas acho muito difícil o volante Mané Véio ter assassinado o cangaceiro Luiz Pedro, como ele afirmou a alguns repórteres. A minha dúvida é que, em seus depoimentos ele contou que no momento do ataque aos cangaceiros, viu um sujeito que tentava escapar da chacina. Ele o seguiu, seguiu, sempre atirando, o cangaceiro tentava se defender... Agora veja: O ataque aos cangaceiros durou mais ou menos 20 minutos, e com certeza, não deu tempo para uma perseguição a um fugitivo, e que é mais provável que ele tenha encontrado Luiz Pedro já morto.
Agora veja um pouco do depoimento do cangaceiro Balão à Revista Realidade em Novembro de 1973, muito embora fantasiado.
"-Numa
rajada de metralhadora serrou a ponta da minha barraca..."
E continua
o cangaceiro Balão: "- Meu companheiro Mergulhão, levantou-se de um salto,
mas caiu partido ao meio por nova rajada. Eu permaneci deitado (Balão também fantasiou o seu depoimento, vez que ninguém é capaz de permanecer deitado em plena caatinga, quando este é surpreendido com tiroteios), e com jeito, coloquei o bornal de balas no ombro direito, o sobressalente no esquerdo,
calcei uma alpargata (outra que não tem como acreditar, perder tempo para calçar chinelos...). A do pé esquerdo não quis entrar, e eu a prendi também no
ombro. Quando levantei, vi um soldado batendo com o fuzil na cabeça de
Mergulhão. De repente ele estava com o cano de sua arma encostada na minha
perna, e eu apontava meu mosquetão contra sua barriga. Atiramos. Caímos os dois, e fomos formar uma cruz junto ao corpo de Mergulhão. Levantei-me devagar.
O soldado estava morto e minha perna não fora quebrada.
O soldado que Balão se refere é o Adrião, que foi assassinado nessa madrugada do ataque aos cangaceiros.
Continua Balão:
"-Então
vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa..."
Veja mais sobre isto, Lampião caído de costas..., clicando no link abaixo:
Continua o cangaceiro: "- Moeda, Tempo Duro (este último não aparece na lista oficial
dos abatidos, e nem tão pouco na lista de Alcino Alves Costa); Quinta-Feira,
todos estavam mortos. Contei os corpos dos amigos. Nove homens e duas
mulheres". (O amigo Balão também mentiu quando afirma que contou os corpos dos companheiros que estavam mortos. Mas muito difícil ele ter feito isto, contar quem lá morreu, que o seu desejo era escapar da chacina).
Continua Balão: "- Maria Bonita, ferida, escondeu-se debaixo de algumas pedras. Mas foi
encontrada e degolada viva. Não havia tempo para chorar. As balas batiam nas
pedras soltando faíscas e lascas. Ouviam-se os gritos por toda parte. Um
inferno. Luiz Pedro ainda gritou:
"- Vamos pegar o dinheiro e o ouro na
barraca de Lampião. Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada".
Caro Mendes: A triste história de Mané Véio foi uma das que mais me emocionou no início do meu trabalho de pesquisa há quatro anos. Não por ele ter sido um volante destemido contra os cangaceiros, mas o que aconteceu no meio familiar. É uma história muito infeliz.
ResponderExcluirAntonio Oliveira