Por Antonio
Morais
Região -
Quando aconteceu o primeiro encontro com Humberto Teixeira?
Gonzaga - Foi
em 1945, no antigo "Café Belas Artes", na rua Almirante Barroso, onde hoje é a
Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro. Ali eu conheci "o
baixinho", "o socadinho" como minhas irmãs costumavam dizer.
Realmente Humberto era simpático, mas era socadinho. Pescoço curto, mas muito
insinuante, muito inteligente. Um intelectual de mão cheia.
Foi um notável bacharel e um inconfundível compositor. Ali mesmo, no Belas Artes, cantei o "pé de serra" para ele. A medida que ia cantando Humberto improvisava uma letra, um tipo de monstro, no dizer do grande compositor. Era uma tentativa em busca da quantidade de sílabas por linha. Quando terminei a música ele terminou o monstro. A seguir, pediu para que cantasse a música para que ele pudesse corrigir o monstro.
Foi um notável bacharel e um inconfundível compositor. Ali mesmo, no Belas Artes, cantei o "pé de serra" para ele. A medida que ia cantando Humberto improvisava uma letra, um tipo de monstro, no dizer do grande compositor. Era uma tentativa em busca da quantidade de sílabas por linha. Quando terminei a música ele terminou o monstro. A seguir, pediu para que cantasse a música para que ele pudesse corrigir o monstro.
Humberto
Teixeira e Luiz Gonzaga - www.onordeste.com
Ao concluir, a quantidade de sílabas estava certa como ele desejava para fazer a letra posteriormente. Não sabendo, realmente, deste detalhe, ao concluir a apresentação do "pé de serra", perguntei entusiasmado:
- Está boa,
mestre? Tire uma copia para mim.
- Calma, compadre, calma, compadre. Isto aqui é
um monstro - uma letra provisória. Depois trarei a definitiva.
Era assim que
ele costumava fazer. Muitas vezes passei músicas para ele até pelo telefone.
Tudo dava certo depois. Estava longe de imaginar que ele também era um músico.
A dupla funcionou tão bem que, tempos depois, ele trazia letra e música dele e
eu assinava a parceria, porque achava ser um dever indeclinável e, caso eu
assim não o fizesse, seria uma ofensa ao notável compositor.
Era como Humberto costumava dizer: o difícil, entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, é saber onde começa o musico e onde termina o poeta.
Era como Humberto costumava dizer: o difícil, entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, é saber onde começa o musico e onde termina o poeta.
CONTINUA...
Fonte principal: - Andanças
e Lembranças.
Fonte:
http://blogdosanharol.blogspot.com.br/2011/03/luiz-lua-gonzaga-parte-iv.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário