Material do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Morais
Por volta das sete da manhã, Pedro José chegou à casa do prefeito Rodolfo
Fernandes, de modo Cortez, considera inaceitável a resposta do bandoleiro e
revela a disposição de enfrentá-lo. Levou Pedro ao aposento, onde havia vários
caixões com latas de querosene e gasolina. Mostrou-lhe o que estava aberto,
cheio de balas. Adiantou que tudo aquilo era munição. Exagerou o número de
homens, em armas, na cidade. A conversa visava impressioná-lo e a seu mandante.
Entrega-lhe a resposta da carta, escrita de maneira e não agravar a situação
dos reféns com as vidas ameaçadas. Pedro saiu apreensivo. Bate a porta dos
amigos. Conseguiu com os comerciantes Amâncio Leite e Ezequiel Fernandes o
necessário para sua liberdade. Encontrou Salustiano. Soube já ter sido enviado a
importância do seu resgate por Belarmino de Morais, residente naquela região. Salustiano escusara-se de voltar com receio dos bandidos. Embora o caso
estivesse resolvido, Pedro, em cumprimento a palavra dada. Separou três contos
e quinhentos e foi ao encontro de Lampião. E, perguntou:
- Recebeu meu dinheiro?
- Sim.
- Aqui está o de Azarias.
Enquanto entregava a resposta da carta de Antonio
Gurgel, acrescentou:
- O prefeito manda dizer que tem dois mil homens lhe
esperando, e que fosse buscar o dinheiro!
Virgulino não se alterou e, esboçando
um sorriso, concluiu:
- Qual nada, isso é para me intimidar! Não acredito nisso!
Não é isso tudo não! Ele vai saber se vai me intimidar!
Resposta do Ultimato:
Antonio Gurgel.
Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos quatrocentos contos, pois não tenho, e mesmo no comércio é impossível encontrar tal quantia. Ignora-se onde está refugiado o gerente do banco, Sr. Jaime Guedes. Estamos dispostos a recebê-los na altura em que eles desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança.
Rodolfo Fernandes- Prefeito.
CONTINUA...
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