Por Geraldo Maia do Nascimento
A
palavra réveillon tem origem no verbo em frânces réveiller, que significa
\"acordar\" ou \"reanimar\" (em sentido figurado). Assim, o
réveillon é o despertar do novo ano. Por tradição, nos últimos dias do ano uma
boa parcela da população de Mossoró migra para a praia de Tibau para passar o
“Réveillon” e continua por lá durante o período de férias. E a nós, pobres
cronistas da história local, não resta outra alternativa a não ser a de voltar
as nossas penas para a história daquele recanto encantador, de brisa frescas e
águas mornas.
Localizada
na Região Litorânea do Médio Oeste Potiguar, o município de Tibau está a 42 Km
de distância de Mossoró, na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará.
De
onde vem o topônimo, não se sabe. Existem algumas suposições: para Gonçalves
Dias, o vocábulo ty-pau significa baixa-mar. Para Teodoro Sampaio a palavra
significa entre águas (entre rios). O mestre Câmara Cascudo, em seu “Nomes da
Terra” – história, geografia e toponímia do Rio Grande do Norte, aceita a
versão de Teodoro Sampaio e cita Tibau como vindo de “tipaum”, entre duas águas
ou entre dois rios, que seriam os rios Mossoró e Jaguaribe.
A
5 de julho de 1708, o Capitão-mor do Rio Grande do Norte, Sebastião Nunes
Colares concedeu uma sesmaria de 3 por uma légua, a começar do Morro do Tibau,
a Gonçalo da Costa Faleiro. Em 1782, em outra data de sesmaria concedida ao
Tenente-General Francisco de Souza Falcão, na Ribeira do Apodi, se faz
referência às praias e morro do Tibau. É no registro dessas sesmarias que pela
primeira vez aparece oficialmente o nome de Tibau para designar aquela região.
Henry
Koster, um viajante inglês que segundo as palavras do mestre Cascudo “de pouca
conversa e muito senso de observação” , fez a cavalo uma viagem de 156 léguas e
meia, de Recife a Fortaleza, ida e volta, tudo observando, tudo registrando.
Passou por Mossoró em dezembro de 1810, e registrou em seus apontamentos: “A
volta do meio-dia passamos perto de uma choupana onde residia o vaqueiro de uma
fazenda e imediatamente depois deparamos o monte de areia, chamado Tibau, junto
ao qual se vê o mar.” Registrou ainda: “A nascente d´água, perto da cabana,
estava esgotada mas existia outra, além do monte, dando ainda uma pequena
provisão. Paramos para descansar o meio-dia numa pobre choça, erguida no alto
da duna pelos moradores da fazenda, e servindo para preparar o pescado.
Tinham-na construído bem no cimo, por estar completamente exposta ao vento. A
descida para o mar era rápida mas não perigosa e a frouxidão do areal prevenia
contra qualquer possibilidade do cavalo escorregar e rolar até em baixo”.
Das
observações feitas durante a jornada de Recife a Fortaleza, Koster publicou um
livro em Londres, no ano de 1816, com o título de “TRAVELS IN BRAZIL”, em dois
volumes. Em 1917 era lançada uma segunda edição que foi traduzida para
português pelo historiador potiguar Luís da Câmara Cascudo e publicada pela
Brasiliana, são Paulo, em 1942, com o nome de “VIAGENS AO NORDESTE DO BRASIL”.
É através dessa narrativa que ficamos sabendo como era Tibau em 1810.
O
professor Vingt-un Rosado anotou os primeiros moradores de Tibau. Segundo ele,
de 1855 a 1856, adquiriram terras naquela praia Manoel Francisco Rebouças, de
quem uma parte de terra viera por compra a Bernardino da Rocha Bezerra e outra
por herança de Tereza Rodrigues de Jesus, Francisco da Costa Maia e Eusébio
Francisco Nogueira. Já em 1877, Leonarda Maria da Rocha era moradora no Tibau,
no lugar chamado Cajueiro Antigo.
Em
1948, o povoado chegou à condição de distrito. Em 21 de novembro de 1995, Tibau
foi desmembrado de Grossos, tornando-se município do Rio Grande do Norte.
Contando com uma área de 170 Km² e com um contingente populacional de
aproximadamente 4.000 habitantes, é uma cidade aprazível, com forte tendência
turística, que encanta a todos que a conhece. O turismo é a sua principal
atividade econômica que tem como atrativo a beleza e a tranquilidade de suas
praias.
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