Por Benedito Vasconcelos Mendes
A farinha e a goma de mandioca, ao lado da rapadura, queijo
de coalho, manteiga da terra, banha de porco, carne de charque, milho, feijão e
mel de abelhas nativas (Jandaíra, uruçu, mosquito, moça branca, jati, mandaçaia
e abelha limão) são os alimentos básicos, não perecíveis, que originaram a
culinária sertaneja, que surgiu como um imperativo do clima seco e quente da
região. Estes alimentos eram produzidos nos anos chuvosos e armazenados para
serem consumidos nos anos de secas periódicas e catastróficas. A farinha de
mandioca é uma herança indígena. Os tapuias fabricavam farinha de mandioca sem
o auxílio da prensa e do ralador de raízes (caititu).
Os índios colocavam as raízes dentro d'água para pubar e quando as mesmas ficavam mole, passavam na urupema para fazer a massa, que era espremida no tipiti (tipo de saco cilíndrico e comprido, feito de palhas de palmeiras-carnaubeira, babaçu ou ouricuri), que ao ser esticado espremia a massa úmida vinda da urupema, deixando escorrer a manipueira. Depois, a massa enxuta era colocada para secar ao sol e quando ficava seca, era torrada em um caco de barro.
Como vimos, os
colonizadores luso-brasileiros aperfeiçoaram o processo indígena de produzir
farinha de mandioca, introduzindo a prensa de madeira para prensar a massa e o
caititu (cilindro de madeira com uma série de serras de aço paralelas
encravadas na madeira, que ao rodar ralava as raízes).
Os caititus primitivos
eram movimentados pela força humana (dois homens fortes, um de cada lado da
roda de aviamento, tangiam a manivela).
Depois, apareceram as Bolandeiras (tração
animal), motores a explosão (gasolina, querosene, álcool ou gás natural),
motores a compressão (óleo diesel) e por último, os motores elétricos. O Museu
do Sertão da Fazenda Rancho Verde (Mossoró-RN) possui uma vasta coleção de
Bolandeiras, Rodas de Aviamento, Prensas e Caixões de Armazenar Farinha.
Informação do
http://blogdomendesemendes.blogspot.com:
O Museu do
Sertão na "Fazenda Rancho Verde" em Mossoró não pertence a nenhum
órgão público, é de propriedade do seu criador professor Benedito
Vasconcelos Mendes.
Quando vier à
Mossoró procure visitá-lo, pois são mais de 5 mil peças para os seus olhos verem.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário