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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A DISPENSA DE CÍCERO BEZERRA

Por Norman Lopes Araújo
Coronel José Pereira e seu estado maior

A Travessia – Zona Rural de Manaíra, distante 12 quilômetros da Sede – ainda tem rastros e marcas dos cangaceiros. Conta-se que Lampião e seu bando costumavam passar por essas bandas, o caminho mais próximo até chegar à antiga Misericórdia, hoje, cidade de Itaporanga, nas cercanias do Vale do Rio Piancó.

Com o fim da Guerra de Princesa, Lampião se aboletara próximo ao Povoado de Patos de Irerê e resolveu tirar algum proveito do pouco que restara do maior conflito armado do século, a chamada Revolta de Princesa.

Cícero Bezerra da Travessia, considerado homem forte do grupo de Zé Pereira, recebeu a mando de Lampião um bilhete no mínimo desaforado: diga a Cícero que mande alimentos, armas e dinheiro. Cícero abandonou o prato de leite e cuscuz e convidou o emissário a acompanhá-lo:

– Estás vendo essa dispensa cheia de alimentos, e esse montão de dinheiro e armas? Tudo é meu e dou a quem eu quero. Agora volte e diga ao capitão que só os entrego a ele, pessoalmente. 

A notícia se espalhou nos arredores e algumas horas depois, 250 homens amigos de Cícero e remanescentes das trincheiras “perrepistas” vieram ao aguardo do Rei do Cangaço. Cícero morreu muitos anos depois sem ver a cara do malfeitor.

Norman Lopes Araujo
Princesa Isabel - Pb

OBS: (Contada por Odom Bezerra, filho de Cícero à reportagem Folha de Princesa) sob minha editoria de notícias.

http://cariricangaco.blogspot.com.br/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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