Por Geziel Moura
A sequência
que propus, até agora, das "visitações" do bando de Lampião ou parte
deste, nos lugares a caminho de Mossoró foram os seguintes: Canto do Feijão,
Fazenda Baixio, Fazenda Nova, Fazenda Bom Jardim, Fazenda Aroeiras, Sítio
Panati. Esclareço, que esta rota, embora aparenta ser linear, não se deu,
necessariamente, dessa forma, na medida em que, poderia ocorrer incursões, dos
cangaceiros, em outros lugares, estou tentando estabelecer uma sequência
lógica, dos principais pontos, em função dos livros e dos locais em que estive,
perseguindo, ainda, narrativa pouco maçante, de acordo com os padrões
"facebookianos".
Aspecto atual do Sítio Caiçara. - Todas fotos foram flagradas por Geziel Moura
Feito os esclarecimentos, necessários, continuemos com a saga...Após deixar o Sítio Panati, a cabroeira atacou o vizinho sítio Cajueiro, realizando o de sempre, roubos e ameaças, infelizmente, tal sítio, não existe mais.
Lugar do combate, ao longo deste açude (não existia) e do sopé da serra. - Todas fotos foram flagradas por Geziel Moura
Em ato contínuo, eles alcançaram a Fazenda Caiçara de Francisco Tomaz de
Aquino, prenderam sua esposa e levaram, joias, medalhas, roupas e arreios.
Lampião estava cismado, com a presença de militares, na Vila Vitória, próxima
ao sítio, e o cego estava certíssimo em sua intuição, pois chegara na vila a
tropa do Ten. Napoleão de Carvalho Agra, que sem mais delongas, realizou
alistamentos de voluntários que desejassem incorporar a tropa da Polícia
Militar do RN.
Lugar do combate, ao longo deste açude (não existia) e do sopé da serra. - Todas fotos foram flagradas por Geziel Moura
Voltemos um pouco no tempo, pois este movimento na Vila Vitória, se deu quando os cangaceiros estavam, ainda, na Fazenda Aroeiras, sendo a ideia original atacá-los por lá, só que o ilustre comandante precisava de caminhões para transportar, e aguardava tal veículo para a missão. A saída foi delegar ao cabo, do destacamento da Vila, João Porfírio da Silva, o início da tarefa com parte dos homens, enquanto ele aguardaria o caminhão (esperto não?), o cabo contrariado alertou: "Vocês vão, mas se toparem com Lampião vocês correm e não briguem", ironicamente o soldado José Monteiro de Matos pensava alto: " Eu morro, mas não corro".
Monumento erigido, em memória do soldado José Monteiro da Matos, morto no combate de Caiçara. - Todas fotos foram flagradas por Geziel Moura
O alívio foi geral com a chegada dos caminhões, com o resto da tropa, uma hora depois, da saída do primeiro grupo, em Aroeiras.
Os cangaceiros não estavam distante, de fato, a Fazenda Aroeiras fica perto da Caiçara, local onde ocorreu o encontro e o grande combate, a fuzilaria foi grande, os cangaceiros mais municiados levaram vantagens, culminando na retirada aloprada da polícia, por baixo de chumbo.
Monumento erigido, em memória do soldado José Monteiro da Matos, morto no combate de Caiçara. - Todas fotos foram flagradas por Geziel Moura
Após a fuga, começaram a busca na "área de guerra", da parte dos
cangaceiros foi morto Patrício de Souza, o Azulão e muito ferido o jovem
cangaceiro "Cordeiro", mais adiante, encontraram agonizando, o
soldado Monteiro, o mesmo da promessa de não correr, Coqueiro, tomou-lhe o
fuzil, disparou várias vezes e arrematou com diversas punhaladas, além de
coices de armas que lhe afundou o crânio. Assim, cumpriu o soldado José
Monteiro de Matos, sua promessa.
Fonte: facebook
Página: Geziel
Moura
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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