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segunda-feira, 18 de abril de 2016

ESTES BRAVOS DE FLORESTA

Por Cristiano Ferraz
Denis Carvalho, Leonardo Gominho, Marcos de Carmelita, João de Sousa Lima, Cristiano Ferraz e Manoel Severo; o Cariri Cangaço chega a Floresta.

Floresta é, indiscutivelmente, uma cidade cuja história está intrinsecamente ligada à do cangaço. Suas terras foram palcos de lutas onde seus filhos foram atores de destaque. Como se pode falar em cangaço sem citar a questão entre Cassimiro Gomes da Silva (o lendário Cassimiro Honório) e Zé de Souza? E os desentendimentos entre Lampião (e seus irmãos Antônio e Livino) e os moradores da vila de Nazaré (praticamente uma só família)?

Em Floresta surgiram nomes de volantes conhecidos por sua bravura e tenacidade no combate ao cangaceirismo. Nomes como os filhos de João Flor: Manoel, Odilon e Euclides (citando apenas três), Antônio Gomes Jurubeba com os seus Pedro e João Gomes de Lira. Manoel Neto, Hercílio Nogueira, David e João Jurubeba, os irmãos Tomaz, e toda uma geração de rapazes que se dedicaram à árdua tarefa de trazer de volta a paz e a segurança ao povo sertanejo.

Esses nomes acima citados, fizeram parte da chamada Volante dos “Cabras de Nazaré”. Assim como eles, dezenas de florestanos “queimaram” sua mocidade no que Frederico Pernambucano de Mello chamou de “Guerra do Sol”. Entre esses gostaríamos de destacar três:

José Freire da Silva

José Freire da Silva, o Zé Freire, que entre tantas outras missões participou ativamente com inigualável bravura, no chamado fogo do Mundé, onde foram mortos os cabras Sabiá e Zé Marinheiro. Nesse renhido combate pereceu também o comandante da Força, o anspeçada Manoel Gomes de Sá Filho (Sinhozinho).

Zé Freire estava também entre os poucos que se atreveram a, junto com Manoel Neto, dar apoio aos Gilos na fazenda Tapera, atacada por Lampião e cerca de cem cangaceiros em agosto de 1926. Mesmo a contragosto do comandante Antônio Muniz de Farias.

 Seu Dé

José Rodrigues de Souza, Seu Dé, pelos anos de serviço dedicados às Forças Volantes, com destaque para o combate onde, ao lado do então Sargento Euclides de Souza Ferraz (o Euclides Flor), na escuridão da noite foi ferido no braço. Esse combate se deu contra o grupo do cangaceiro Moreno em abril de 1938, três meses antes da morte de Lampião no coito do Angico em Sergipe.

Manoel Polmata

Manoel Joaquim de Souza, o Manoel Polmata; pelos longos anos dedicados a essa luta desigual, muitas vezes acompanhando Manoel Neto, até mesmo no estado da Bahia. Manoel Polmata esteve presente, inclusive no duro combate da Serra Grande em novembro de 1926. Ali, foi um dos que ajudaram a retirar o comandante baleado nas duas pernas para local seguro, livrando-o da morte certa, sangrado “a ferro frio” pelos cangaceiros de Lampião.

Assim como Zé Freire, Seu Dé e Manoel Polmata, poderíamos citar diversos outros nomes de pessoas que com sua bravura colaboraram com a difícil tarefa de combater o cangaço. Esses com certeza estão para sempre escritos nos anais da história de Pernambuco. Mas deixemos para depois, agora é reforçar o convite para vir a Floresta no grande Cariri Cangaço Floresta, de 26 a 29 de maio deste 2016.

Cristiano Ferraz
Pesquisador e Escritor
Floresta, Pernambuco.

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/04/estes-bravos-de-floresta-porcristiano.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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