"O Rapaz
Que Arrancou os Olhos ou O Preço da Paixão" é o segundo cordel de autoria
do poeta piauiense Orlando Paiva, com capa do talentoso Rafael Brito, publicado
pela Cordelaria Flor da Serra. O primeiro foi um folheto que tem como tema um
alerta à prevenção ao mosquito transmissor da dengue e outras viroses. Orlando
Paiva, por ser um poeta de seu tempo, tem trabalhado textos que tenham
vínculos com seu cotidiano. O que vincula "O Rapaz que Arrancou os
Olhos" com o cotidiano é a forma como o poeta teve contato com a história.
Como ele mesmo ressalta, no início do poema, foi uma notícia que circulou na
internet. Sabemos que na "rede", por ser democrática, já que todos
podem publicar o que bem entender, circula informações duvidáveis. Verdade ou não,
essa do "rapaz que arrancou os olhos" despertou no poeta o interesse
em construir uma narrativa poética com o tema, dessa forma, dando continuidade
a um tipo de construção textual muito importante no percurso histórico do
cordel, que é o "folheto de acontecido", que outrora se chamou
"jornal do sertanejo". Fiquemos agora com os versos inicias da
história e para ler o folheto completo, compre diretamente com o autor ou faça
seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 9. 99569091.
Aqui nesse meu cordel
Será um caso narrado
Do jeito que está sendo
Na internet divulgado.
Esse caso impressionante
Deixou-me emocionado.
Aconteceu com um rapaz
Que foi vítima da paixão.
O cupido lhe acertou
Com a flecha da sedução
E, para uma moça, ele
Entregou seu coração.
Sua paixão por essa moça
Era tão descontrolada
Que ele só pensava nela,
Não se concentrava em nada.
Passava o dia pensando
Nos olhos de sua amada.
Trabalhava o dia inteiro,
Tinha a rotina corrida.
No final do dia ia
Encontrar sua querida,
Dizendo, todo orgulhoso:
- Você é a minha vida.
Abandonou os estudos
Para poder trabalhar.
Seu maior desejo era
Um dia com ela casar,
Ganhar bastante dinheiro
E boa vida lhe dar.
Realizar os seus sonhos
Era tudo que queria;
Com ela ter muitos filhos
Numa bela moradia;
Viver em felicidade
Com paz, amor e harmonia.
Porem havia um dilema,
Esse era o seu tormento.
Esse empecilho era grande
E impedia o casamento.
A moça não enxergava.
Cega era de nascimento.
Devido à deficiência
Vivia a se lamentar.
Dizia para o rapaz:
- Eu só quero me casar
Quando fizer um transplante
E passar a enxergar.
Dessa forma, o namorado,
Angustiado vivia.
Penalizado por ela,
Pois ela muito sofria,
Aguardando um doador
Para sua cirurgia.
Assim transcorriam meses
E o seu triste padecer,
Pois sua felicidade
Só iria acontecer
Se conseguisse um transplante
Para a moça poder “ver”.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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