Por Marcos de Carmelita
Pedro Motta Popoff e Marcos de Carmelita
Muitos não
conhecem a nossa história, o nosso passado de lutas. Os Florestanos e Nazarenos
têm o seu nome gravado na memória daqueles que foram vítimas das barbaridades
cometidas pelo Cangaço e principalmente pelo seu maior ícone, Virgulino
Ferreira da Silva o famigerado Lampião. Nossos conterrâneos não aceitaram a lei da violência imposta por esses facínoras, e foram forçados a lutar de armas na mão. Lampião criou a sua própria cartilha, onde governava impondo a sua lei do terror e do medo.
Perdemos muitos entes queridos, as famílias Florestanas e
Nazarenas viram seus meninos sucumbirem ante à fúria de Lampião e seus
sequazes. Famílias foram dizimadas quase por completo, soldados foram mortos e
tiveram seus corpos mutilados, num espetáculo macabro, onde o ator principal se
deliciava e aplaudia tamanha insanidade de seus comandados.
Prova é que Cristino Gomes da Silva
Cleto foi seu aluno e se tornaria Corisco ou o Diabo Loiro. Ele também, o próprio Lampião era o maestro dessa sinfônica triste e cruel, mostrando ser tão perverso tal qual o pior dos demônios.
Lampião nunca foi
nem perto um herói, fantasias foram criadas em torno do seu nome, lendas e
fábulas. Versos cantados por cancioneiros populares, rimas escritas em folheto
de cordel, mostravam a imagem de um homem bom, um justiceiro, quando por detrás
de toda maquiagem, escondia-se um carrasco do povo sertanejo, o flagelo da
desgraça e da dor.
A irresponsabilidade de alguns pode trazer consequências
sérias para o colheita da verdade dos fatos, fantasiar a história e criar
mitos, não correspondem com a atitude de um historiador sério e responsável.
Não podemos também colocar panos nos olhos e dizer que nossos homens de farda
não erraram em alguns momentos e também cometeram crueldades, mas esse é o
preço da guerra e às vezes, uma informação falsa ou mal colhida pode acarretar
danos irreversíveis.
Se coiteiros ou civis comuns foram surrados ou mortos isso foi consequência de uma época em que era preciso de toda forma descobrir o
paradeiro do alvo que eles tanto procuravam e era preciso eliminá-lo de
qualquer jeito, pois a cada dia suas barbaridades se espalhavam como um câncer,
afetando as pessoas mais pacatas que residiam nas cidades, vilas, arraiais e
fazendas do sertão nordestino.
O Cangaço foi uma doença só comparada às grandes
pragas que infestaram e mataram boa parte da humanidade, e a Volante policial
era um mal necessário, um antídoto.
Os nossos valorosos homens de armas devem ser
referenciados como grandes heróis, foram eles que deram suas vidas para
defender o nosso povo, foram eles que sofreram as piores atrocidades: mortes,
fome, sede e toda sorte de incertezas.
A todos eles, eu rendo minhas
homenagens. VIVA FLORESTA, VIVA NAZARÉ, VIVA NOSSOS HERÓIS!
CARIRI CANGAÇO FLORESTA 2017 - CENTENÁRIO DE NAZARÉ. De 12 a 15 de Outubro.
Abertura dia 12 na frente do antigo Batalhão, às 19:30. Venha fazer parte da
família CARIRI CANGAÇO do curador Manoel Severo
Barbosa.
Marcos de Carmelita - Pesquisador e escritor Florestano, autor do livro - As Cruzes do Cangaço - Os fatos e personagens de Floresta - PE.
Marcos de Carmelita - Pesquisador e escritor Florestano, autor do livro - As Cruzes do Cangaço - Os fatos e personagens de Floresta - PE.
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