Por Marcondes Trajano
A revista
Noite ilustrada (2/8/1938 pp. 5-6) relatou o que era o fenômeno Lampião
naqueles dias, logo após sua morte:
"O terrível cangaceiro, cujo nome é
Virgulino Ferreira, por mais de três lustros assolou a região nordestina,
levando o saque, o incêndio, a morte a territórios de cinco Estados, e creando
para uma vasta parte na nação uma situação de constante intranquilidade. Dotado
de astúcia singular, enorme resistência, capacidade de comando em relação a
gente de sua láia e de conhecimento perfeito das terras que percorria e a
cujos habitantes castigava , o fantasma nordestino sempre conseguiu iludir as
vinditas particulares, que uma por outra vez o perseguiam, e o da policia.
Matreiro, precavido, com uma visão de felino para o assalto e para a retirada,
e sabendo amedrontar e seduzir os que lhe pudesse ser uteis, ao fim de algum
tempo suas possíveis vitimas o ajudavam conta as perseguições, preferindo no
sertão longínquo e desvalido, antes a benevolência do bandoleiro sanguinário do
que o cumprimento do dever em proveito da Lei. Com tais adjuntórios e sua manha
de fera, o cangaceiro creou entre a gente inculta sujeita ao seu poderio feroz
a impressão de infalibilidade. Acreditavam que jamais seria vencido ou preso e
não queriam de modo nenhum cair - lhe em desagrado. Tanto mais que o bandido de
vez em quando, castigava com brutalidade inominável algum recalcitrante ou
simples suspeita de recalcitrância. Lampeão era o assombro de toda uma região.
Dominava, presente ou não pela carabina sempre pronta a desfechar-se ou pelo
medo".
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