Por Verluce e Marco Ferraz
A Tropicália
pregou uma visão realista e libertária, ou seja, fugir do jugo e das amarras
socioculturais, quebrar tabus, transgredir todas as regras criando assim a
regra de não ter regras. Inconscientemente, na década de 30, Lampião por fim
quebrava paradigmas. Quando Lampião arregimentava pessoal para ‘o grupo’ em uma
condição social similar a própria; transgressores, criminosos, foragidos,
ousados e potencialmente submissos consolidando assim a formação de um grupo
harmonioso. Criava um movimento. Surge assim um prenúncio de que algum
movimento, décadas depois se compusesse de alguns elementos análogos.
A mente de Lampião tinha seus trópicos. Ele era o próprio movimento. Como a lei
da física revela, o corpo tende a ficar parado quando não é exercida nenhuma
força sobre ele. Regia seu grupo com segurança e planejamentos infalíveis. A
presença de Lampião em sociedade trazia pânico ofuscando o talento do artista e
designe. De fato, por todos os esteriótipos que trazia como cangaceiro
sanguinário teve que enfrentar inimigos e a polícia, não podendo sobressair o
artista e designe que havia dentro de si.
Não passou despercebida a figura
exótica do cangaceiro, do mascate Benjamin Abrahão Botto, vendedor de tecidos e
miudezas, que logo viu surgir a possibilidade de tirar proveito do cangaceiro
para implementar seus negócios no talento do performer Lampião, levando o
conjunto ao cinema. Benjamin viu na figura de Lampião que o mesmo ia para além
da pessoa criminosa; é que Lampião já ousava na liberdade de vestir com roupas
coloridas e floridas, ultrapassando as normas vigentes na sociedade do homem nordestino.
Após a morte de Lampião, três décadas mais tarde, mais precisamente na década
de 60, vimos muitos jovens acenderem chamas nas correntes telúricas para
quebrar alguns tabus e transgredir regras sociais indo ao extravagante. Nos
tropicalistas verificamos a negação de valores sociais, ou seja, uma
polarização no pacifismo que contraria normas sociais; eram pacíficos e
submissos por não terem poder, caso tivessem, iriam impor seus pensamentos.
Comparando Cangaço/Tropicália, vimos que o cangaceiro Lampião concentrou suas
energias polarizadas no artístico e nas ações criminosas, resultando na ambíguo
conceito, para alguns, “bandido e herói”.
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