Por Bruno
Barreto
O peso de uma
caneta é, por vezes, difícil de carregar. Basta uma assinatura para mudar vidas
inteiras, alterar o cotidiano de instituições e tomar decisões que nem sempre
correspondem à nossa vontade. Não é simples, não é fácil, mas existem momentos
em que não há escolhas. A letra fria da lei não leva em conta as histórias de
vida.
O dia 18 de
janeiro de 2018 ficará marcado na história da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN). Prestes a completar 50 anos de fundação, tendo seu
papel reconhecido na inclusão social de milhares de pessoas no interior do
Estado, a nossa UERN sofre um duro golpe no seu quadro funcional.
É com um
profundo sentimento de tristeza que fui obrigado a assinar a Portaria que
determinou a extinção do vínculo empregatício de 86 servidores que por quase
três décadas deram o seu melhor pela nossa querida UERN. Foi uma decisão tomada
por quem não conhece a dedicação de cada um desses trabalhadores, que não
pensou no lado humano e na dificuldade dessas pessoas em ocuparem espaços no
mercado de trabalho, após tanto tempo cumprindo uma missão nobre no serviço
público.
Fala-se sempre
que decisão judicial não se discute, se cumpre. Discordo tanto dessa máxima
quanto da sentença do STF. Não é porque é lei que é justa, não é porque a
justiça decidiu que somos obrigados a concordar, mesmo quando é preciso
cumprir.
Reconheço o
trabalho de cada um dos servidores. São lacunas irreparáveis. Profissionais
experientes e comprometidos que ajudaram a nossa universidade a ser socialmente
referenciada.
O sentimento
não pode ser outro a não ser o de solidariedade e de indignação.
Aos nossos
eternos servidores da UERN o nosso agradecimento.
Obrigado por
tudo!
Pedro
Fernandes Ribeiro Neto – Reitor
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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