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sábado, 2 de junho de 2018

O SOL DO NORDESTE, A LITERATURA DO CANGAÇO, SURGIU COM FRANKLIN TÁVORA

Por Luiz Serra

Um livro pioneiro na cultura brasileira de 1876. O Nordeste se fez literatura no âmago da Academia. O romântico Franklin Távora rompeu com o privilégio da narrativa brasileira advinda do Sul, e refletiu no seu “O Cabeleira” a história de um proto-cangaceiro.

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A imagem do sertão nordestino enfim se conheceu nas páginas do romance primordial no cenário regional, escola literária do século XIX, que foi seguida nos anos trinta por José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz.

Franklin Távora ...Patrono Acervo ABL

João Franklin da Silveira Távora nasceu em Baturité, Ceará, tornou-se advogado, jornalista, político, romancista e teatrólogo brasileiro. Em 1844 transferiu-se com os pais para Pernambuco. De formação a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco em 1863. Em 1874 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como funcionário da Secretaria do Império.

Faleceu em 1888 no Rio de Janeiro. Tornou-se patrono da Cadeira número 14 da Academia Brasileira de Letras, cujo fundador foi Clóvis Bevilaqua.

Sertão nordestina - a seca ... Nova Historia

TRECHOS DA IMPRENSA DA ÉPOCA NA VIRADA DO SÉCULO XIX

Além de advogado Franklin Távora tornou-se atuante político, sendo eleito Deputado Provincial. Foi célebre a sua acerba campanha contra José de Alencar, por discordar com seu idealismo romântico. Considerado um dos iniciadores do Realismo e do Naturalismo no Brasil, mesmo que sejam manifestas tantas características inerentes ao Romantismo em suas obras.

Fez uso de um pseudonimo de Semprônio para redigir as “Cartas a Cincinato”, na qual insinuou diminuir a imagem de José de Alencar, dando início à campanha a favor da literatura regionalista. Nesta era sua crença residir a verdadeira nacionalidade para ser expressada como nova reflexão por meio da literatura brasileira.

No conjunto de sua obra é notado o sentimento nacionalista e regionalista, contrariamente a maioria dos demais autores românticos. Foi acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de ser distinguido como patrono na Cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do próprio fundador, Clóvis Beviláqua.

Curiosidade de haver, ao final de sua vida, desiludido da literatura e da política, queimado alguns textos inéditos. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro-RJ, no dia 18 de Agosto de 1888.

Para o teatro escreveu, ainda, “Um mistério de família” (1861) e “Três Lágrimas” (1870).

Uma de suas obras mais marcantes O Cabeleira, romance passado em Pernambuco do século XVIII.

Obras a ressaltar:

Da fase recifense:

Trindade maldita (contos, 1861); Os índios do Jaguaribe (romance, 1862); A casa de palha (romance, 1866); Um casamento no arrabalde (romance, 1869); Um mistério de família (drama, 1862); Três lágrimas (drama, 1870).

Fase carioca:
Cartas de Semprônio a Cincinato (crítica, 1871); O Cabeleira (romance, 1876); O matuto (crônica, 1878); Lourenço (romance, 1878); Lendas e tradições do norte (folclore, 1878); O sacrifício (romance, 1879).

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