A Pedra do
Reino situa-se numa serra áspera e pedregosa do Sertão do Pajeú, fronteira da
Paraíba com Pernambuco, serra que depois dos terríveis acontecimentos de 18 de
maio de 1838, passou a ser conhecida como “Serra do Reino”. Dela descem águas
que através dos rios Pajeú, Piancó e Piranhas, são ligadas a três dos “sete
Rios sagrados” e três dos sete Reinos do meu Império.
Hoje, a Serra está menos
áspera e impenetrável do que no tempo do meu bisavô Dom João Ferreira-Quaderna. Ainda
assim permanece de acesso difícil e penoso. É coberta de espinheiros
entrançados de unhas-de-gato, malícia, favela, alastrados, urtigas, mororós e
marmeleiros.
Catolezeiros e cactos espinhosos completam a vegetação, [...] o
elemento mais importante, ali, [...] são as duas enormes pedras castanhas a que
já me referi, meio cilíndricas, meio retangulares, altas, compridas, estreitas,
paralelas e mais ou menos iguais, que, saindo da terra para o céu esbraseado,
numa altura de mais de vinte metros, formam as torres do meu Castelo, da
Catedral encantada que os Reis antepassados revelaram como pedras-angulares do
nosso Império do Brasil.
(ARIANO SUASSUNA, ROMANCE DA PEDRA DO REINO, 1972,
p.32-33, grifo do autor).
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