Por Geraldo
Ferraz - pesquisador/ escritor
O Cariri Cangaço 2018, São José do Belmonte, de 11 a 14 de outubro, se
transformou em grandioso evento. Mais de 200 pesquisadores participaram,
ativamente, do nosso encontro. A abertura dos trabalhos transcorreu no Castelo
Armorial, obra do visionário Clécio Novaes, com entrega de diplomas aos
homenageados. Manoel Severo finalizou os trabalhos falando sobre o legado do
Cariri Cangaço. A noite foi finalizada com gostoso coquetel.
No dia seguinte (12), saímos para visita técnica a Fazenda Cristóvão de Ioiô Maroto. Na vistoria guiada ao centro histórico da cidade, fomos brindados pelos precisos comentários de Valdir Nogueira, Clênio Novaes, dentre outros. Em seguida, nos deslocamos até a Matriz de São José, onde participamos do cortejo da Cavalhada de Zeca Miron e testemunhamos, logo após, uma belíssima apresentação no Estádio Carvalhão. Durante a noite, realizamos entrega de comendas e assistimos duas conferências.
No dia 13, a saída foi para a Casa de Pedra na Serra do Catolé, local onde Lampião foi se refugiar para iniciar o tratamento do ferimento do pé. Este maciço está localizado na região fronteiriça dos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba.
Para mim, neto do Theophanes e seu biografo, a aula de campo promovida pelo primo Clécio Novaes, foi uma das mais proveitosas que já assisti. Observar todo o teatro de operações, que abrangeu: o local do ferimento de Lampião, no dia 23 de março de 1924, na Lagoa Vieira (setenta e dois quilômetros de Serra Talhada, outrora Vila Bela e cerca de 30 quilômetros de Belmonte), nas proximidades da Pedra do Reino, por tiro, dizem, desferido pelo próprio Theophanes; seguindo para o lugar Barros, onde os cangaceiros emboscaram a força, que era composta por vinte e cinco policiais e onde ficaram ferindo três soldados, que foram transferidos nos ombros dos companheiros até o lugar Montivideu; passando pelas ordens do Theophanes, que mandou arrochar o cerco nas Aboboras, Pereiras, Jardim Santa Rita, Lagoa Vieira, Serra Catolé, Campo Alegre, Natureza, São Paulo, Serrotinho, Feijão e maior reduto Cristóvão, fazenda de Ioiô Maroto; visualizando o local onde a tropa pernoitou, nas proximidades da Serra da Panela; até o ataque final na referida Serra, no dia 02 de abril de 1924, onde morreram Cícero Costa e Lavadeira. A vida de Lampião esteve, realmente, por um fio!
Creio que todos os Vaqueiros da História se deliciaram com a narrativa do primo.
Viva o Cariri Cangaço!
Créditos das fotos: Rosane Ferraz, Manoel Severo (Cariri Cangaço), Junior Almeida, Louro Teles.
Problema de Internet não consegui colocar as fotos devido o tempo insuficiente, mas clique no link abaixo para ver em torno de 95 fotos.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário