(Contemporâneo do cangaço lampiônico na região do Pajeú)
Manoel Pereira
Lins (Né da Carnaúba) vivenciou todo período do cangaço lampiônico e a última
fase da luta entre os clãs Pereiras e Carvalhos que por muitos anos se
digladiaram no sertão do Pajeú, tendo participação ativa nos eventos de defesa
e ataque da sua família Pereira contra os Carvalhos.
Em alguns eventos ligados ao cangaço que ocorreram na região do Pajeú, aparece a figura de Né da Carnaúba, o primeiro combate dos irmãos Ferreiras “Antonio, Levino e Virgolino (Lampião) assim que ingressaram no grupo de Sinhô Pereira, ocorreu em meados do ano de 1921 nos arredores da Fazenda Carnaúba de propriedade de Né, contra a volante do cap. Zé Caetano, onde tombou Luiz Macário um dos homens de confiança de Sinhô Pereira. Além desse combate que ocorreu em suas terras, teve a questão do bilhete que o Padre Cicero enviou a Lampião, que esse fosse ao Juazeiro se juntar aos homens do Padre para combater a Coluna Pretes. O portador da correspondência destinada a Lampião foi o Tenente Francisco Chagas de Azevedo, do Batalhão patriótico, que o encontrou em 01 de março de 1926, próximo a Fazenda Malhada Grande, município de São José do Belmonte-PE. Virgolino olhou para o papel, escrito a máquina, leu o seu conteúdo, desconfiado, levou a carta para Né da Carnaúba que era seu conhecido desde a época que lutou ao lado de Sinhô Pereira, para que o Coronel pudesse verificar a autenticidade da assinatura.
Em resposta a desconfiança do cangaceiro, o Coronel garantiu a Lampião que era mesmo a letra do Padre Cicero do Juazeiro. “Eu não vou. Isso está me cheirando a traição ou armadilha. Estão querendo é me pegar nessa arapuca” disse desconfiadamente.
“Vá homem, a carta é do Padre Cicero, eu conheço bem essa letra, é a assinatura do Padre, garantiu Né da Carnaúba. Se afirma é do Padre, então eu vou, disse Lampião.
Virgolino decidiu ir ao Juazeiro, mandou seus homens se prepararem e colocou o pé da estrada. No dia 04 de março de 1926, Lampião recebe a suposta patente de Capitão do numeroso Batalhão Patriótico, formado para combater a Coluna Prestes, e no mesmo mês, aos 08 de março de 1926, morre no Rio de Janeiro o secretário do Padre Cicero e representante na Assembleia Provincial o caudilho Floro Bartolomeu. No dia 06 de maio de 1926, o Padre Cicero é eleito Deputado Federal, ocupando a vaga deixada por Floro Bartolomeu.
Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba) foi figura importante na história do sertão do Pajeú, uma grande liderança política. O gosto pela luta política foi herdado por muitos dos seus descendentes, que até os dias de hoje militam politicamente, principalmente em São José do Belmonte-PE.
Por Cicero
Aguiar Ferreira
Fontes: O livro “o Patriarca” de Venício Feitosa Neves, Genealogia Pernambucana.
Fontes: O livro “o Patriarca” de Venício Feitosa Neves, Genealogia Pernambucana.
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