Por José Mendes Pereira
Igreja de São Vicente em Mossoró - Local onde os resistentes se esconderam para atacar Lampião em 1927 quando da sua tentativa de assaltar Mossoró - https://pt.wikipedia.org/…/Igreja_de_S%C3%A3o_Vicente_(Moss…;
Tendo sido
expulsado em 13 de junho de 1927 da cidade de Mossoró no Estado do Rio Grande
do Norte, o rei Lampião tomou destino para o Ceará com a sua respeitada malta.
Mas seria melhor procurar outra vez o apoio do padre Cícero Romão Batista, no
Juazeiro do Norte, que por duas vezes foi recebido pelo religioso? Não senhor!
O reverendo o recebeu com seus homens, mas é bem provável que foi contra gosto.
Padre Cícero Romão Batista de Juazeiro do Norte - Segundo a lenda ele foi quem armou o bandido Lampião e sua malta - https://cidadeverde.com/…/papa-francisco-perdoa-padre-cicer…;
Com a pouca
sorte que teve quando colocou pela primeira vez os seus pés nessas terras,
Lampião sentiu que a sua “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” parecia
estar em decadência, e sendo assim, para mantê-la ainda se bulindo era
necessária fazer uma limpeza nela, e a solução seria demitir alguns dos seus
comandados, mesmo contra vontade, porque, quanto menos homens, melhor seria
para fugirem de uma perseguição das volantes policias. Mas iria fazer isto,
atitude que ainda não tinha feito em toda sua vida de bandoleiro, mesmo com o
coração partido, porque aqueles homens eram como se todos fizessem partes da sua
família. E aos poucos, foi dispensando os seus asseclas, ficando apenas os mais
amigos que já vinham de muitos anos, isto é, da velha guarda.
Lampião tinha
outros Estados que ele ainda não havia percorrido ou feito coitos por lá, como
era o caso do Maranhão, do Piauí, de Sergipe e da Bahia, mas eram Estados que
ele não os conhecia, e não iria arriscar entrar em terras que ele jamais pisou,
e poderia se repetir o que aconteceu em Mossoró, que teve que sair às carreiras
após ter perdido um importante cangaceiro como era o Colchete, que foi
assassinado no momento da tentativa de assaltar a cidade. O Jararaca não foi
morto no momento, mas ficou para trás baleado, e dias depois, foi assassinado
pelos policiais da época.
O primeiro é o cangaceiro Massilon Leite. Foi ele quem incentivou Lampião a tentar assaltar a cidade de Mossoró - http://honoriodemedeiros.blogspot.com/…/massilon-conhece-la…;
O rei Lampião
lembrava também que só tentou invadir Mossoró porque o cangaceiro Massilon
Leite o incentivou para esta empreitada, dizendo que antes tinha sido
comboieiro, transportando algodão, vendendo à empresa “Alfredo Fernandes”, e
que era conhecedor das estradas e as altíssimas condições financeiras do
município de Mossoró. Depois foi que Lampião viu que tinha caído de boca aberta
na conversa de um principiante de cangaceiros, como foi o caso do Massilon
Leite.
O jornalista
Alexandre Gurgel que reside em Natal e em um dos seus artigos fala que,
Massilon Leite Benevides convenceu o capitão Lampião para atacar a cidade de
Mossoró, mas a sua finalidade mesmo era para raptar uma das filhas do prefeito
Rodolfo Fernandes (o jornalista não cita o nome da filha do prefeito), que ele
era apaixonado. Esta paixão surgiu quando ele transportava algodão para a firma
"Alfredo Fernandes" que era localizada bem próxima da casa do
prefeito. É possível que ela era muito jovem e ele também, e devido alguns
contatos durante a sua jornada de comboieiro, deve ter batido papos com ela,
findou se apaixonando pela filha do coronel Rodolfo Fernandes.
Como vinha
sendo bastante perseguido por alguns Estados do Nordeste brasileiro e não tinha
mais opções para continuar segurando o seu desastroso movimento social de
cangaceiros, Lampião sentiu-se obrigado a cruzar o Rio São Francisco em direção
ao Estado da Bahia, levando um pequeno número de facínoras sobre a sua
responsabilidade. E no dia 21 de agosto de 1928, Lampião juntamente com os seus
poucos asseclas cruzaram a fronteira do Rio São Francisco, puseram os seus pés
na Bahia, terra da sua futura companheira Maria Bonita, e lá, iria se proteger
durante algum tempo no sertão. A fugida de Lampião das volantes policiais tinha
sido desde quando tentou invadir Mossoró.
A Bahia já
havia tomado conhecimento que o famoso e sanguinário rei do cangaço Lampião
estava caminhando em busca de refúgio em suas terras, mas mesmo ele sendo um
perigoso bandido, o Estado baiano receberia o seu mais novo inquilino sem
incomodá-lo.
Dizem alguns escritores
e estudiosos do cangaço que o capitão Lampião perdeu a vez de deixar a vida de
bandoeiro, e poderia ter tentado uma nova vida, tornando-se um homem do bem,
livre, trabalhador, construído uma bela família, já que estava com os embornais
cheios de joias, ouro e dinheiro, e com certeza, os crimes que havia feito
durante o tempo de facínora teriam sido perdoados pelas autoridades, assim como
aconteceu com o Zé de Julião o cangaceiro Cajazeiras esposo da Enedina, que
chegou por 2 vezes ser candidato ao cargo de prefeito da cidade de Poço
Redondo, mas o destino de Lampião falava mais alto, estava virado para ser
mesmo bandido. Lampião não pensou duas vezes, e continuou afogado no meio do
mal sem temer a ninguém.
Quando orei
Lampião resolveu entrar nas terras baianas ele já contava com 31 anos de
existência, e como recebera com orgulho a patente de capitão no Juazeiro do
Norte, no Estado do Ceará, e que segundo a literatura lampiônica afirma que
este título militar foi dado pelo padre Cícero Romão Batista, mas aquele
patente de capitão nada valia, era quase simbolicamente. Quem mais teve sorte
foi o religioso padre Cícero por não ter recebido uma visita inesperada e
maldosa do facínora e perverso rei Lampião em sua casa paroquial, por ter o
enganado com uma patente que nunca foi registrada na Corporação Policial do
Ceará.
Segundo os
estudiosos do cangaço a finalidade do rei Lampião na Bahia era dar um tempo
para depois começar a reorganizar um novo grupo de cangaceiros, juntando aos
que com ele entraram nas terras baianas. O mais importante para ele era
restaurar o seu bando e com cuidado, fazer novos planos longe de Pernambuco
porque a polícia de lá estava apavorada, temendo a sua presença na sua terra
natal.
Este é o coronel Petronilo de Alcântara Reis que enganou Lampião. Lampião ainda anda atrás dele para acertar as contas - http://lampiaoaceso.blogspot.com/…/joao-na-pisada-do-cangac…;
O rei Lampião
quando chegou no Estado da Bahia estava faminto, cansado, mas o que não lhe
faltava era dinheiro na mochila; assim fala os pesquisador do cangaço, que ele
declarou na época ao coronel Petronilo de Alcântara Reis, chefe político de
Santo Antônio da Glória. Este se tornara seu inimigo por comprar propriedade
junto com Lampião e o coronel colocou em seu nome, fazendo com que Lampião se
irritasse e o perseguisse. Com medo de ser assassinado pelo rei do cangaço o
coronel Petronilo arrumou seus panos de bunda e se mandou para o Estado de
Alagoas.
Mesmo com
poucos comandados o velho guerreiro não tinha medo das volantes policiais que
os perseguiam, e muito menos de ninguém. Era realmente um velho guerreiro.
Informação:
Este material está de acordo com o que eu tenho lido durante o tempo em que
estudo cangaço. Não usei as fontes porque são materiais armazenados na minha
mente.
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