Autor: José Di
Rosa Maria
Áthila, viu
seu futuro ser queimado
Com os sonhos
de outros da equipe,
E em Lagarto
nas terras de Sergipe
O seu povo
chorou desesperado;
Foi culpando
um ar-condicionado
Pela morte de
quase um time inteiro;
O descuido
fatal agiu primeiro,
Tanta grana o
Mengão tem, mas pra quê?
10 atletas
morreram no CT,
Do Flamengo no
Rio de Janeiro.
Arthur tinha
14 de idade,
Mas no fogo
não há quem não desande;
Era filho do
bairro Volta Grande,
Lá de Volta
Redonda, uma cidade,
Como ele
deixou grande saudade;
Pablo Henrique nascido
em chão mineiro,
Oliveira seu
berço verdadeiro...
Nem deu tempo
compor seu dossiê,
10 atletas
morreram no CT,
Do Flamengo no
Rio de Janeiro.
Gedson natural
de Itararé,
Com dois dias
que tinha se alojado,
Lá no ninho do
Urubu, queimado
Morreu sem
saber como a vida é...
Como Christian levado
pela fé
De um dia
jogar no estrangeiro,
De vencer pra
ter carro e ter dinheiro,
Casar bem, ser
famoso e ter AP,
10 atletas
morreram no CT,
Do Flamengo no
Rio de Janeiro.
Bem
novinho Bernardo teve a sina,
De encher a
família de tristeza;
Indaial na
saudade vive presa
Juntamente com
Santa Catarina;
Morreu Vítor de
idade pequenina,
Lá de
Florianópolis artilheiro,
Viu chegar seu
momento derradeiro,
Sem jogar
contratado e com cachê,
10 atletas
morreram no CT,
Do Flamengo no
Rio de Janeiro.
Jorge, filho
de Além Paraíba,
Município lá
de Minas Gerais;
Deixou lá seus
amigos e seus pais
Para ver o
Leblon e Sepetiba,
Mas a morte
com dentes de guariba
Mastigou seu
futuro e seu roteiro,
Com Pelé rei
da bola e brasileiro;
Comparado, ele
ainda era bebê,
10 atletas
morreram no CT,
Do Flamengo no
Rio de Janeiro.
Só Riquélmo,
natural de Limeira
Tinha 16 anos
de idade,
Pouco tempo
faltava na verdade,
Pra mudar de
plantel e de chuteira;
Samuel viu
a hora derradeira
Ao dormir numa
cama de solteiro,
São João de
Miriti sem guerreiro,
Virou pista de
treino sem Piquet,
10 atletas
morreram no CT,
Do Flamengo no
Rio de Janeiro.
Autor: José Di
Rosa Maria
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