Seguidores

sábado, 15 de junho de 2019

EM BUSCA DA VERDADE, SEMPRE.


Por Sálvio Siqueira

O CANGACEIRO MIRIM “MENINO – DE – OURO” NO BANDO DE LAMPIÃO

Meus amigos, A Frente de Combate a Picaretagem no Estudo do Cangaço – FCPEC – não descansa nunca. Desta feita vimos mostrar que no ataque do bando de Lampião a cidade de Mossoró, RN, em junho de 1927, o cangaceiro mirim Menino de Ouro, que também tinha a alcunha de “Alagoano”, não fora ferido no abdômen durante o ataque e, a seu pedido, foi executado no caminho de volta. Realmente um cangaceiro sofreu esse ferimento e de tanto penar, sofrer, solicitou por várias vezes que algum de seus companheiros acabasse de uma vez por todas com aquele sofrimento. Mas essa história está em uma das partes de nossos textos sobre “a volta, na volta, do rei do cangaço”.

Sobre os esclarecimentos da sobrevivência do citado menino cangaceiro, nada melhor do que ver a explicação na matéria do jornal O Mossoerense numa entrevista cedida pelo pesquisador/escritor, Juiz de direito, Sérgio Augusto de Souza Dantas.

Transcrita na íntegra.

“Há poucos registros sobre a morte de Menino-de-Ouro, que não suportando a dor de um ferimento sofrido em Mossoró teria pedido a Lampião que o executasse. O livro desvenda esse episódio?

O episódio já foi desvendado desde 1995 pelo pesquisador Hilário Lucetti.

Casualmente Hilário encontrou um certo Zeferino que trabalhava na fazenda Piçarra, do velho coiteiro de Lampião, Antônio Teixeira, o Antônio da Piçarra.

Aos poucos lhe granjeou confiança, e acabou com toda a história do Menino-de-Ouro em mãos.

Todo o episódio, as confusões com o apelido, a prisão do ainda garoto, está contado no livro "Lampião e o Estado Maior do Cangaço", do próprio Lucetti.

De fato, eu não desvendo mito nenhum. Apenas referendo as palavras de Lucetti, o qual teve contato direto e quase diário com o chamado Menino-de-Ouro.

E acrescento apenas o seguinte:

O episódio da morte de Menino-de-Ouro é narrada por Raul Fernandes na obra a que me referi anteriormente, e teve como FONTE ÚNICA o depoimento de Antônio Luiz Tavares, o ex-cangaceiro Asa Branca.


Raul chega mesmo a falar que desenterraram o cadáver do garoto ("A Marcha de Lampião", capítulo 14, nota número 11).

Todavia, minhas pesquisas no Arquivo Público do Estado e no Instituto Histórico e Geográfico não registraram a exumação de um garoto no lugar indicado pelo velho Asa Branca, mas de um homem adulto.

Não lhe posso precisar agora a data da edição, mas há uma nota inserida em um exemplar do jornal "A República" sobre o fato. E veja mais um detalhe:

“Segundo o próprio Lucetti me contou, Zeferino, quando vivo, lhe disse que seu apelido era Alagoano ou Oliveira, e raríssimas às vezes se referiam a ele como Menino-de-Ouro.”

Por fim, basta ver a foto do bando tirada em Limoeiro do Norte em 15 de junho daquele ano. Lá está o Alagoano, o Oliveira, o Menino-de-Ouro de Lampião posando para o instantâneo.

Particularmente creio que o ex-cangaceiro Asa Branca, com todo o respeito que devo à sua memória, deve ter confundido nomes e passou de forma errônea a história para o doutor Raul Fernandes, ou mesmo a tradição oral criou o mito Menino-de-Ouro e a posteridade o repercutiu.

Essa é a minha visão. Porém respeito a opinião de quem insiste em contrário.”

Fonte: Trecho de entrevista por: Cid Augusto – O Mossoroense

Nas fotos veremos o Menino de Ouro no registro fotográfico da cidade de Limoeiro do norte – CE, quando do bando de lampião em passagem da vinda do ataque frustrado a cidade de Mossoró, RN, em junho de 1927.

Lembrando que a referência ao cangaceiro “Alagoano”, número 25 em uma das fotos, é outro pseudônimo do cangaceiro Menino de Ouro, também enumerado pelo numeral 25, em outra das duas imagens, já esta trazendo a alcunha de Menino de Ouro.

Mais um serviço voluntário da FCPEC.
Foto – pescada no grupo de estudo sobre o tema cangaço “O Cangaço”


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário